sexta-feira, 16 de maio de 2014

Memória: Miguel de Castro, cinco anos depois



Passam hoje cinco anos sobre a partida do poeta Miguel de Castro. Pretexto para um momento de convívio com a sua poesia. Uma mensagem destinada a Bocage, cuja primeira versão me foi disponibilizada pelo poeta, em 2006, para ser publicada na "Página Cultural" (nº 80) do Centro de Estudos Bocageanos, que, mensalmente saía n'O Setubalense. A versão que agora divulgo consta na mais recente publicação póstuma de Miguel de Castro - De silêncios e de sombras (Setúbal: Muito cá de casa / DDLX, 2013, pg. 13).

OLHA BOCAGE...
Olha Bocage - já não há Poesia!
A Poesia desapareceu.
Não faziam caso dela, e a pobrezita
Que sofria
De fome de sede e de frio,
Caiu à cama - e morreu.

Agora talvez ande a boiar no rio,
Magra e sem vestidos - nua,
Roída pelos peixes...
Coitada da Poesia!
E este estado de coisas continua...

Já não tenho alegria.

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