Conheci
a Dra. Irene Alves (Maria Irene Ribeiro Gonçalves da Silva Alves) pelo final da década de 1980. Mantivemos muitos momentos de
conversa, devidos a afinidades várias: a escola, o ensino do Português, a
cultura portuguesa, a literatura, Sebastião da Gama. E também, sobretudo
talvez, devido à amizade que fomos construindo e à admiração que fui nutrindo
pela sua disponibilidade, pelo seu empenho, pela sua energia e dinâmica, sempre
pronta para seguir, para agir, para participar, para fazer. Cruzámo-nos em
vários eventos, alguns dos quais na Casa do Professor (da ASSP), em Setúbal, obra de que
ela foi também construtora e a que deu muito da sua disponibilidade.
Inevitavelmente,
nas nossas conversas saltava sempre a figura de Sebastião da Gama, que foi seu
colega na Faculdade de Letras e que lhe escreveu um poema para o seu livro de
curso (Finalistas de Letras – Curso de
1946-1950), de quem sempre falou com carinho e desvelo, relembrando
momentos, versos e sorrisos.
A Dra.
Irene Alves trocava impressões, opinava, aconselhava, comentava, sempre num
respeito por ouvir também e por saber o que podia ser dito pelos outros e o que
podia ser feito. Já fora da sua carreira profissional, muitas vezes a ouvi a
sugerir práticas – as “boas práticas” agora descobertas para todas as áreas! –,
a querer saber como reagiam os alunos a determinadas situações, a
import(un)ar-se com a necessidade da leitura, não só de clássicos, mas
sobretudo de clássicos. Senhora de vasto saber, ciente de ter marcado o tempo e
de para ele ter contribuído de maneira intensa, a Dra. Irene Alves deixou
saudades. Há uma semana, partiu. E a memória ficou mais viva!
[Foto: reprodução do livro de curso da Dra. Irene Alves]
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