No Expresso de hoje, Daniel
Oliveira publicou a crónica “O bom malandro”, sujeita ao tema de Miguel Relvas
e por causa do que a revista Visão sobre ele escreveu. Vou buscar a crónica de Daniel
Oliveira porque ele sintetiza aquilo que penso de toda esta história em torno
do ministro que temos, um cidadão com um percurso normal num país em que os
valores se pautam como se vê e como sabemos.
Transcrevo um excerto, do final
da crónica, por me parecer lapidar: “Ao olhar para a vida de Relvas, revejo a
vida de muita gente. Nos partidos, nas empresas, nas famílias. Gente que tem na
falta de exigência ética o segredo do seu sucesso. (…) Ainda me revolv[e] as
entranhas saber que o meu futuro pode depender de gente assim. É verdade que
não há, na vida de Relvas, nada de extraordinariamente chocante. Não se trata
de um genial canalha. É apenas mais um fura-vidas. Mas é precisamente a sua
vulgaridade, como retrato do poder, que me deprime.”
Não sei que acrescentar. Ah,
ainda uma coisa: aquando da primeira fase dos exames do 12º ano deste ano, um
ex-aluno virava-se para mim (andava o caso da licenciatura do ministro no auge)
e dizia-me: “Está a ver, professor? Para quê estar sempre a dizer-nos para
trabalhar e para estudar? A gente faz umas coisas, pede equivalências e chega
lá… até a ministro, se preciso for…” A única coisa que alterei na reprodução do
discurso do jovem foi a palavra “coisas”, porque o seu termo foi mais vulgar…
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