O mais recente livro de Urbano Tavares Rodrigues – Os Terraços de Junho (Publicações Dom Quixote) – constituiu pretexto para entrevista com João Morales na revista Os Meus Livros (nº 99, Junho.2011), em que o escritor fala da sua obra, de algumas memórias que o tempo de 88 anos permite acalentar. Sempre igual a si mesmo, eis algumas respostas:
Fernando Pessoa – «Ah, caramba!... Ele vai ao fundo, fundo, da mentalidade portuguesa. ‘A Tabacaria’, a ‘Ode Marítima’ são textos fantásticos sobre a nossa realidade. Ou o Bernardo Soares, com ‘O Livro do Desassossego’…»
Universidade – «As faculdades estão em grave crise e há a vontade de as tornar em serviços de fornecimento de quadros para empresas, como se só assim pudessem sobreviver. A cultura humanística está em grave crise, em parte pelo Capitalismo neo-liberal que produz subprodutos e lixo literário. A literatura de qualidade sobrevive com dificuldade… mas isso vai mudar! Não vai ficar sempre assim! Até porque tudo isso está em grande crise.»
Ficção – «Fala-se mais verdade através das máscaras. Eu tenho muitas máscaras nos meus romances e nos meus contos. E acho que dessa forma consigo contar melhor a realidade.»
Público – «Não se escreve para o público, mas não se pode esquecê-lo. Assim como a ideia estruturalista de evacuar o escritor da sua obra também era uma parvoíce, o escritor tem de lá estar.»
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