"Onde vou, pergunto-me, mas a resposta é esta vontade incontrolável de procurar o fundo do rio, o seu leito de areia clara, e aí continuar o meu sono. Mas não consigo alcançá-lo. Há que deslizar mais e mais, penetrar em pequenas grutas onde sei que há monstros em cujas cabeças se abrem leques como cocares de guerreiros índios.
Agora a água é transparente e ao meu lado vogam pétalas de todas as cores. As vozes entoam um cântico mais doce, hipnótico como uma canção de embalar."
Rosa Lobato de Faria. O prenúncio das águas (1999)
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