"Dia histórico" é expressão do agrado do Primeiro-Ministro. Já era no seu anterior Governo; continua a sê-lo agora. E, como se não bastasse um acontecimento para a "historicidade" do dia, desta vez houve dois eventos fartamente noticiados: de madrugada, o acordo entre o Ministério da Educação e as organizações sindicais dos professores, depois de quatro anos de questiúnculas e de teimosias; durante o dia, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo votada na Assembleia da República, depois de muitas discussões públicas em que o saldo continua a ser o "porque não" e o "porque sim", que estas coisas têm a ver com convicções íntimas, com crenças, com valores, com a vida privada. A relatividade das coisas ganhou também com este dia "histórico" - o que é verdade num dia pode deixar de o ser noutro. Questões de efemeridade, que nada parece ser definitivo! As consequências deste dia "histórico" estão para vir e oxalá resultem em benefício da sociedade, que não é pedir muito... Se assim não for, a "história" pregou-nos uma partida, mais uma vez.
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1 comentário:
Olá!
É agradável ler mais um pequeno comentário ao dia de hoje que foi "histórico", segundo Sócrates. O tema do casamento entre pessoas do mesmo sexo tem, de facto, muito de emotivo e de preconceituoso. Por mim, nada me afecta nem me belisca a alma. Acho que se fizer felizes mais umas quantas pessoas, porque não? Contudo, julgo haver algumas razões legais que também motivaram o pedido. O resto, isto é, sobre os professores e seu entendimento com o Governo, vamos esperar para ver o que vem " no dia seguinte". Penso no SNS que continua a ser lentamente socavado pelo Governo e por Ana Jorge de forma suave, serena e não da forma turbulenta e arrogante do anterior ministro da saúde. Pianissimo como convém que é para não haver contestação.
Votos de um bom fim-de-semana.
Abraço
Anita
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