EDMOND BARTISSOL NA TOPONÍMIA SADINA
Desde o primeiro trimestre de 1911 que, em Setúbal, Edmond Bartissol dá nome à rua que antes teve S. Domingos como patrono, escolha ligada à oferta da casa onde terá nascido Bocage, que o engenheiro francês fez, em 1887, à Câmara sadina, dizendo a imprensa da época que a intenção do doador era a de que ali fosse instalada “a biblioteca municipal ou um museu bocagiano”.
Nascido em 20 de Dezembro de 1841 em Perpignan, no sul de França, Bartissol cedo foi empreendedor de génio. Em 1866, estava na construção do canal de Suez e, em 1875, em Portugal como representante da Sociedade Financeira de Paris, em plena época do “fontismo”, que defendia a facilidade de comunicações, apoiadas no capital estrangeiro. Foi assim que se tornou numa personalidade incontornável, tendo começado pela exploração mineira e chegando à construção da via férrea, na linha da Beira Alta (a partir de 1879) e na de Belém-Cascais (em 1886-1890), às obras do porto de Leixões e a um projecto de travessia do Tejo (1889) por ponte, em Lisboa, que não teve sucesso devido aos custos.
Bartissol estabeleceu raízes também no Alentejo, na Herdade do Pinheiro, onde, a partir de 1880, passava uma parte significativa do ano. Já no século XX, dedicar-se-ia também à política, chegando a presidente da Câmara na sua região. Em 16 de Agosto de 1916, vítima de uma congestão pulmonar, faleceu em Paris. Assim acabava os seus dias “o único exemplo de um self-made-man na plena acepção do termo”, como disse Christophe Charle.
Bartissol estabeleceu raízes também no Alentejo, na Herdade do Pinheiro, onde, a partir de 1880, passava uma parte significativa do ano. Já no século XX, dedicar-se-ia também à política, chegando a presidente da Câmara na sua região. Em 16 de Agosto de 1916, vítima de uma congestão pulmonar, faleceu em Paris. Assim acabava os seus dias “o único exemplo de um self-made-man na plena acepção do termo”, como disse Christophe Charle.
A tão desejada ponte sobre o Tejo só viria 50 anos após a sua morte. Quanto ao museu bocagiano em Setúbal, foi apenas em 2006, ao passarem 90 anos sobre a morte de Bartissol, que ele foi inaugurado na Casa de Bocage.
DOUTROS TEMPOS: “Monsieur Edmond Bartissol, por intermédio do sr. Manuel Joaquim da Costa, mandou entregar a casa em que nasceu o insigne poeta Bocage à Câmara Municipal desta cidade, declarando que muito desejava que ali se estabelecesse a biblioteca municipal ou um museu bocagiano, para cujo fim o sr. Bartissol queria concorrer mandando desde já reparar todo o prédio, de modo a ficar convenientemente preparado para um dos fins acima indicados, conservando-se intacta a forma e disposição externa e interna da casa, tal qual se presume que existia quando o poeta a habitava. A Câmara Municipal, em sessão do dia 24 do corrente mês, deliberou aceitar a briosa oferta do ilustre cidadão francês.” (na Gazeta Setubalense, de 28 de Agosto de 1887)
DOUTROS TEMPOS: “Monsieur Edmond Bartissol, por intermédio do sr. Manuel Joaquim da Costa, mandou entregar a casa em que nasceu o insigne poeta Bocage à Câmara Municipal desta cidade, declarando que muito desejava que ali se estabelecesse a biblioteca municipal ou um museu bocagiano, para cujo fim o sr. Bartissol queria concorrer mandando desde já reparar todo o prédio, de modo a ficar convenientemente preparado para um dos fins acima indicados, conservando-se intacta a forma e disposição externa e interna da casa, tal qual se presume que existia quando o poeta a habitava. A Câmara Municipal, em sessão do dia 24 do corrente mês, deliberou aceitar a briosa oferta do ilustre cidadão francês.” (na Gazeta Setubalense, de 28 de Agosto de 1887)
[Fotografia de Edmond Bartissol datada de 1897, a partir do livro Edmond Bartissol (1841-1916) - Du canal de Suez à la bouteille d'apéritif, de Jean-Louis Escudier (Paris: CNRS Éditions, 2000)]
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