domingo, 8 de outubro de 2017

A escola e o "susto" das provas de aferição



Ao ler a missiva de Rui Silvares, divulgada nas “Cartas ao Director” no jornal Público de hoje, cruzei-me com a reacção que tive quando li a notícia, há dias, segundo a qual iria haver mais formação para professores porque os resultados dos alunos nas provas de aferição não tinham sido satisfatórios.
É bem o que diz o signatário da carta: os resultados são o que são e quem tem de ser formado são os professores, independentemente da sua experiência, do seu tempo de serviço, dos resultados que vão obtendo num espaço em que, frequentemente, estão sós. É sempre assim: os professores têm de receber formação para isto, para aquilo, para aqueloutro, até para corrigirem testes (mesmo que sejam exames), que é uma coisa que fazem várias vezes ao longo de cada ano lectivo e milhares de vezes ao longo da sua profissão... e quem está de fora fica sempre desresponsabilizado!
“Politicamente correcto” é o que se pode dizer desta medida de “formação”. Mas isso esconde o essencial - o que é a escola, o que a sociedade tem feito da escola e permite que continue a ser feito. O número de alunos por turma, as regras, o facilitismo, as pressões de todos os lados, a ausência de uma valorização da escola, as inconstâncias e as indefinições, a falta de um pacto social educativo... tanta coisa! E tanta gente continua a falar de educação como se estivéssemos entre treinadores de bancada...

É claro que olhar a educação de uma forma administrativa é sempre mais fácil; todavia, como sabemos, é também a forma mais imediata para que não sejam resolvidos problemas...

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