Morreu Baptista-Bastos. Recordo o
jornalista, o escritor, o crítico. E aquela célebre frase que lhe é devida: “onde
estavas no 25 de Abril?”, pergunta que é mais do que a curiosidade porque é uma
forma de comprometer o indivíduo com a História.
Estive com ele três vezes, a
última das quais em Novembro de 2007, há uma década, portanto. Apresentava-se
em Palmela a sua obra As Bicicletas em
Setembro e fui convidado para fazer essa apresentação. Recordo o tom afável
com que, no final, me agradeceu a minha “leitura atenta e generosa” e a
simpatia com que fez questão de registar esse testemunho na dedicatória. Eu é que lhe fiquei grato, claro!
E
recordo também a alegria e a convicção que punha nas palavras. Há uma frase
sua, num texto de cariz autobiográfico, em que, ao falar da sua experiência
jornalística, diz: “Andei pelo mundo a ver como o mundo andava.” A frase não está
completa, porque a terminação é a seguinte: “E cheguei à conclusão de que o
mundo não tem emenda.” Saiu de cena com esta amargura, por certo. Mas, em cena,
ficam os seus textos, os seus testemunhos, a sua experiência. Que temos de
agradecer.
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