sábado, 30 de dezembro de 2017

Museu da Música Mecânica: uma visita obrigatória



O Museu da Música Mecânica, que funciona em Pinhal Novo, merece hoje página inteira no diário Público (pg. 14), em reportagem assinada por Rita Pimenta e Vera Moutinho.
A peça jornalística incide preferencialmente sobre o fundador do Museu, Luís Cangueiro, transmontano que se radicou cá para sul e construiu um museu na sequência do seu espírito coleccionador, depois de anos de burocracias, de trabalho docente e de actividade empresarial no domínio da publicidade.
Mas do seu discurso emerge também uma quase visita guiada ao Museu. E esse pode ser o melhor sabor, porque o Museu da Música Mecânica, em cuja inauguração em Outubro de 2016 esteve o Presidente da República, vale pelo recheio (fruto de uma colecção cuidada ao longo de quase três décadas) e pode ainda aumentar o seu valor se for visitado sob a orientação de Luís Cangueiro, uma possibilidade que os visitantes têm ao fim de semana.
Imprescindível nos roteiros turísticos, nos passeios em família, na satisfação da curiosidade, no afecto à música!

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Boas Festas, com duas reflexões de Charles Dickens




Sebastião da Gama vai ter protocolo entre sete parceiros para estudo e divulgação



Sebastião da Gama vai ser objecto de um acordo de cooperação entre a Câmara Municipal de Setúbal, a Junta de Freguesia de Azeitão, a Associação Cultural Sebastião da Gama (ACSG), a Universidade Aberta, com a Cátedra Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização (entidade coordenadora do Acordo), o Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes e o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPUL), protocolo que será assinado na tarde de 22 de Dezembro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal.
A ocasião vai ser ainda aproveitada para a Associação Cultural Sebastião da Gama fazer entrega à Câmara Municipal de Setúbal, enquanto legatária, do espólio de Sebastião da Gama que Joana Luísa da Gama decidiu dever ficar em posse da autarquia, constituído por quatro textos manuscritos (Diário, A Região dos Três Castelos, Lugar de Bocage na nossa Poesia de Amor e Apontamentos sobre a Poesia Social no Século XIX, constituindo este último texto a tese de licenciatura de Sebastião da Gama), por algumas condecorações e pelos materiais que estavam em exposição no Museu Sebastião da Gama.
O protocolo visa promover a obra do poeta azeitonense através de várias iniciativas, sendo que a primeira será a edição do número dedicado a Sebastião da Gama da revista Letras com Vida (do CLEPUL), que conterá as comunicações da Jornada que a ACSG promoveu em Maio.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Para a agenda: Ana Wiesenberger em conversa sobre poesia



Ana Wiesenberger, poetisa vai conversar com o público sobre a sua poesia no Domingo, 17 de Dezembro, pelas 15h00, na Casa da Cultura de Setúbal, actividade animada pelo projecto "Pelas Letras é que Vamos". Para a agenda!

Para a agenda: "Prosas Bíblicas" em Setúbal



Fernando Pinto do Amaral vai estar em Setúbal para apresentar o livro Prosas Bíblicas, de Maria Sofia Magalhães. Na Casa da Avenida, no sábado, 16 de Dezembro, pelas 17h00. Paulo Curto Baptista fará apontamento musical. Para a agenda!

Para a agenda: "Mutatis Mutandis" visitada pelas ideias dos artistas



Se ainda não visitou a exposição "Mutatis Mutandis" na Galeria Municipal do ex-Banco de Portugal, em Setúbal, a oportunidade pode ser a do dia 16 de Dezembro, sábado, pelas 16h30, em que os artistas vão guiar a visita, abertos a críticas e comentários dos visitantes. Uma realização do grupo Synapsis. Para a agenda!

Para a agenda: Propriedades de casas nobres da família setubalense Cabedo



A investigadora Maria João Pereira Coutinho traz até Setúbal elementos para o historial da família sadia Cabedo, através da conferência "As propriedades de casas nobres da família Cabedo em Setúbal e Lisboa: Da implantação à evolução morfológica".
A iniciativa é integrada no programa das comemorações do Bicentenário de João Carlos de Almeida Carvalho e vai acontecer amanhã, 15 de Setembro, pelas 21h30, no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. Para a agenda!

sábado, 9 de dezembro de 2017

Francisco Borba: Contar a história do Balneário Doutor Paula Borba por documentos, imagens e afectos



O livro O Balneário - Memória de Setúbal, de Francisco Borba (Setúbal: ed. Autor, 2017), pode (e deve) ser lido tendo em consideração diversos ângulos: o da história local, o do jogo que os documentos fazem com o tempo, o do contributo dos arquivos familiares para a memória colectiva.
Na primeira abordagem, a da história local, não restam dúvidas da intenção do autor, que fez questão de, em subtítulo, deixar registado tratar-se de uma “Memória de Setúbal”. Lermos sobre o Balneário Doutor Paula Borba neste registo de memória exige o contar a história, bem como implica a preservação do espaço edificado. E a história da construção cruza-se com a narrativa da saúde pública em Setúbal: a falta de cuidados de higiene gerava, antes da existência do balneário, uma sarna atenuada, por aqui designada como “pica-pica”, impossível de ser debelada porque faltava o antídoto essencial - o banho.
O pretexto para ajudar à resolução do problema surgiu pelo contexto histórico. Desde 1898 que o Dr. Paula Borba exercia clínica em Setúbal, frequentemente ajudando os mais necessitados, o que lhe valeu o título de “pai dos pobres de Setúbal”, como os autores Rodrigues Marques e Manuel Marques registaram na sua obra Subsídios para a História dos Hospitais de Setúbal (Setúbal: ed. Autores, 1984) e como Rogério Claro referiu na biografia que, dois anos depois, fez sobre este médico, sadino de adopção, mas açoriano por nascimento (Dr. Francisco de Paula Borba - 1º Cidadão Honorário de Setúbal. Setúbal: ed. Autor, 1986).
Em Agosto de 1917, tempo da Grande Guerra, em que Portugal lutava nas frentes africanas de Angola e de Moçambique e na frente europeia, na Flandres, o médico Paula Borba era notificado para ser incorporado no exército português como alferes médico miliciano. A reacção da Santa Casa da Misericórdia, detentora do hospital que então existia, e a atitude dos setubalenses, que consideravam a obra e o papel deste clínico indispensáveis para a cidade, não se fizeram esperar e uma comissão foi criada para ir junto dos ministérios, a Lisboa, pedir a revogação da decisão. Certo foi que, seis dias depois da convocatória, em 29 de Agosto, Setúbal recebia a notícia da desconvocação do seu benfeitor e logo uma manifestação popular tomou a rua para se congratular com a decisão. Tal alegria iria ainda ser selada por uma subscrição pública com o objectivo de ser oferecida ao Dr. Borba uma obra de arte como sinal de agradecimento. Mas o homenageado tomou a dianteira e, ao conhecer o espírito da iniciativa, pediu que o valor da subscrição pública fosse encaminhado para a construção de um balneário nas imediações do Hospital da Misericórdia.
A Comissão informou a população sobre esta intenção e, no início de Fevereiro de 1918, decidiu avançar com a construção do dito balneário, que teve colocação da primeira pedra em 4 de Maio de 1919. Dificuldades financeiras levaram a que a obra fosse entregue à Santa Casa da Misericórdia de Setúbal e a que houvesse interrupção nas obras, antes da chegada do dia 31 de Maio de 1926, data de inauguração do balneário, que previamente fora definido dever receber o nome do médico como patrono, decisão que foi comunicada à Misericórdia como tendo validade perpétua.
Esse final de Maio foi data festiva pela concretização da obra, com direito a publicação de um número único do jornal O Balneário, visando contar a epopeia da construção, fazer a memória descritiva do edifício e da sua importância e enaltecer o seu patrono, a comunidade e os trabalhadores e benfeitores que contribuíram para que o sonho se transformasse em realidade.
Sobre qual foi a importância do balneário para a cidade bem a pode testemunhar a estatística que Francisco Borba apresenta, relativa à frequência entre 1926 e 1952, período em que cumpriu a função a que se destinava - das 6343 utilizações em 1926 até às 10490 em 1952, com os anos de 1946 a 1950 a terem utilizações anuais acima das 12400 (o ano em que a frequência bateu o record foi o de 1948, que atingiu as 13383 utilizações). Em 26 anos de funcionamento, o total de utilizações foi superior às 240 mil (241196, mais precisamente).
A segunda perspectiva de leitura, a do jogo que os documentos fazem com o tempo, é uma das vantagens deste livro. Se, num primeiro momento, Francisco Borba conta partes da história, chamando a atenção para os aspectos mais importantes do investimento, mostrando reproduções de vários documentos (correspondência, contabilidade, auto da colocação da primeira pedra, entre outros), já a segunda parte é constituída pelo conjunto fac-similado de fontes importantes para o conhecimento da história do Balneário, como: o prospecto de apresentação das intenções e da memória descritiva do balneário, editado pela Comissão responsável pela construção em 1918 (assinado por Carlos Manito Torres); o número único do jornal  O Balneário; a reprodução dos oito postais comemorativos da inauguração desta valência; finalmente, o acervo fotográfico de Carlos Manito Torres relativo ao interior do edifício.
O leitor passa por estes documentos e experimenta o contacto com as fontes que contam a narrativa do Balneário, quase como se lhe fosse dado viver o momento, participar na obra colectiva, assistir à construção.
O documento de 1918 justifica-se logo no início com a intenção de “esclarecer os interessados acerca dos motivos” que impediam o andamento célere da obra, historiando as tomadas de decisões e justificando a insistência na vertente do auxílio público. Depois de apresentar as contas, surge a “Memória Descritiva e Justificativa” que advoga a simplicidade da construção - “Nenhum género de edifício, mais do que o destinado a um balneário, se presta à exibição de pompas e grandezas arquitectónicas”, diz Manito Torres, justificando com a fama dos balneários da antiguidade clássica. Contudo, a opção seguida foi diferente da que a tradição dessa antiguidade nos fez chegar, como justifica o mesmo autor: “A obra que se projecta terá um cunho de simplicidade e modéstia absolutas”, acrescentando que reduziu “tudo quanto, na estrutura e na aparência do edifício, podia reduzir-se, sem prejuízo das suas funções principais”. Poucas linhas adiante, esclarece que “as dimensões se limitaram ao mínimo, o interior mostra uma modesta singeleza e a fachada foi projectada com a máxima simplicidade”. Todos estes considerandos nos fazem hoje compreender o ar espartano que o exterior do edifício apresenta... Se associarmos a isto a impecável reprodução das fotografias feitas por Manito Torres cerca de oito anos depois, a preto e branco, bem podemos verificar que a intenção do projectista foi levada a bom termo...
O jornal de 1931, reunindo as colaborações de Carlos Manito Torres, de Fernando Garcia (neto de Garcia Peres), de Eloy do Amaral, de Manuel Gamito, de Edmundo Motrena e de Oscar Paxeco, visou enaltecer a conclusão da obra e os seus heróis. Daí que não seja de espantar o tom encomiástico e laudatório, em primeiro lugar para homenagear o Dr. Francisco Paula Borba, mas também para enaltecer todos os obreiros envolvidos, desde os membros da Comissão responsável até aos trabalhadores e respectivas chefias de especialidade. Do Dr. Paula Borba é reproduzido nesse jornal o fac-símile de uma carta, datada desse Maio de 1926, dirigida ao engenheiro Manito Torres, a escusar-se da responsabilidade de escrever sobre o balneário, desculpa que apresenta num tom elevado e digno: “Devia, como pedes, escrever algumas palavras para o número comemorativo O Balneário, mas não tenho o temperamento necessário para enaltecer uma obra que a generosidade de bons amigos apelidou com o meu modesto nome.” E, depois de agradecer a todos os colaboradores, insiste, em tom de sublime modéstia: “Um só defeito lhe encontramos: o apelido que lhe deram, porque, acima de um nome, está a população de uma cidade.”
Num estilo publicista, dado pelo próprio título do seu texto - “Pró-Setúbal” -, Eloy do Amaral enaltece a cidade e apela à participação de todos para que a modernização de Setúbal passe pela preocupação com o turismo, destacando algumas boas realizações já existentes na cidade (casos, na cultura, da revista Cetóbriga e do Clube Setubalense; no desporto, do Vitória Futebol Clube e do Clube Naval; no empreendedorismo, de um hotel) para concluir com o encantamento que sentiu ao visitar as instalações do balneário, “obra admirável” e um “relevantíssimo serviço”.
O mesmo tom publicista usará Oscar Paxeco ao contar a história da assistência e da prática caritativa em Setúbal e realçar que a inauguração do balneário vinha “preencher uma falta que de há muito entre nós se fazia sentir”.
Carlos Manito Torres, como autor do projecto, retoma neste jornal a descrição da obra feita, salientando a qualidade da mesma e acentuando a marca portuguesa: “Resta acrescentar”, diz a finalizar um dos seus textos, “que, à excepção da caldeira, das tinas de ferro e de alguma tubagem, tudo o mais pertence à indústria nacional. Mosaicos, azulejos, louças, tinas de cimento e aparelhagem metálica, tudo isso é português”. O último texto de Manito Torres é uma homenagem aos colaboradores do Balneário, mencionando os mestres, o trabalhador do escritório, os mestres-operários, as empresas colaboradoras e recordando que o mais antigo operário fora o Evaristo, mudo, jovem de 16 anos adoptado pela Misericórdia, assumido como mascote do empreendimento e que teve a honra de ser o seu primeiro utilizador e também o seu primeiro divulgador experimentado - “no dia seguinte”, narra Manito Torres, “solicitou novo duche e, tomado ele, de novo se dedicou, em plena cerca, à propaganda da hidroterapia”.
Com o acesso a estes textos, o leitor percorre os caminhos da investigação, sendo árbitro de um jogo que os documentos fazem com o tempo.
Quanto ao contributo dos arquivos familiares para a memória colectiva, a terceira abordagem que proponho, podemos fixar-nos na curta “Introdução” com que Francisco Borba abre o livro, aí revelando que os documentos que apresenta são oriundos da sua biblioteca e foram compilados por seu avô, Francisco de Paula Borba, e por seu pai, João Botelho Moniz Borba, tendo o primeiro sido o protagonista e criador do Balneário e tendo tido o segundo um papel fulcral na história cultural setubalense.
Se esta indicação é também um gesto de homenagem (e Francisco Borba já teve idêntica atitude quando, em 2010, publicou a obra Museu de Setúbal e o seu Fundador João Botelho Moniz Borba), também o próprio acto de disponibilização dos fundos arquivísticos se pauta por uma atitude de partilha com a comunidade, por uma atitude de cumprimento e de oferta para a memória colectiva. E esta leitura, porque nos ensina, porque nos lembra, não é menos importante do que qualquer outra, sobretudo porque é ela que nos permite todas as outras e é ela que se afirma como um contributo cívico para a identidade, com que nos devemos congratular. Obrigados ficamos ao autor.
Mas esta possibilidade de leitura interpela-nos também para um sentido de responsabilidade que vai além do gesto de partilhar: é que o edifício foi construído para resolver um problema da população, com a ajuda e o empenho dos setubalenses. Passados anos, passadas tantas voltas, seria bom que se pudesse contar com a permanência deste marco de altruísmo, de generosidade e de saúde e que, independentemente de outras finalidades que lhe possam ser cometidas, ali fosse albergado um núcleo museológico sobre a prática da saúde e da assistência em Setúbal, uma hipótese que Francisco Borba aflora quase em sussurro no final do seu escrito. Seria uma boa forma de preservar a história, de mostrar a importância que Setúbal teve neste plano e de cultivar a memória!
(Texto da apresentação do livro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal, hoje)

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Para a agenda: A história do Balneário Paula Borba em livro evocativo



Em Agosto de 1917, em Setúbal, uma homenagem a um médico transformou-se numa iniciativa cívica em prol da saúde dos sadinos: nascia a ideia do balneário público que, depois, viria a ficar consignado documentalmente que se chamaria para sempre Balneário Paula Borba.
Um século depois, Francisco Borba, neto do patrono, conta a história desta instituição no livro O Balneário - Memória de Setúbal, obra prefaciada por António Cunha Bento e apresentada por João Reis Ribeiro. No dia 9 de Dezembro, pelas 16h00, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal. Para a agenda!

Para a agenda: "Eu depois inventei o resto", na Casa da Avenida



"Eu depois inventei o resto" é o título da tertúlia em torno do tema "de que falamos quando falamos de criação artística?". Intervenientes são José Teófilo Duarte, Maurício Abreu, João de Azevedo e Helder Moura Pereira. Na Casa da Avenida, em Setúbal, em 8 de Dezembro, pelas 17h30. O tema e os participantes prometem. Para a agenda!

Para a agenda: Setúbal celebra 80 anos de Ary dos Santos



Ary dos Santos, autor de poemas fortes de intervenção, completaria 80 anos neste mês de Dezembro. A efeméride vai ser assinalada pela Casa da Poesia de Setúbal numa sessão a ocorrer em 7 de Dezembro, pelas 18h00, na Biblioteca Municipal de Setúbal, em que intervirá Maximiano Gonçalves, que testemunhará sobre o seu convívio com o poeta. "As Portas que Ary Abriu" é o título da sessão, inspirado no título de Ary As Portas que Abril Abriu. Para a agenda!

Para a agenda - Vinhos Solidários em Setúbal, pela Casa da Poesia



A Casa da Poesia organiza a sua terceira edição dos "Vinhos Solidários", em parceria com a Casa Ermelinda Freitas. A receita da venda tem sido encaminhada para organizações de apoio e solidariedade locais. O destino da receita desta edição é o grupo de apoio de Setúbal da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Os "Vinhos Solidários" têm a particularidade de possuírem rótulo próprio com transcrição de um poema de autor consagrado. Na edição deste ano, a série de seis garrafas terá as palavras de Pedro Homem de Mello, Sophia de Mello Breyner, Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Ary dos Santos e Florbela Espanca.
"Vinhos Solidários 2017" vai acontecer na Casa da Baía, em 9 de Dezembro, pelas 15h30. Para a agenda!

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Em dia de Fernando Pessoa (7), 82 anos depois da partida



"Mar Português", um dos mais extraordinários poemas em língua portuguesa. Na loja do "Mundo Fantástico das Conservas Portuguesas", em Lisboa.

Em dia de Fernando Pessoa (6), 82 anos depois da partida



Fernando Pessoa: "Para ser grande sê inteiro." Em capa de caderno, para lembrar sempre... 

Em dia de Fernando Pessoa (5), 82 anos depois da partida



"Porque eu sou do tamanho do que vejo!" Num mural, em Lisboa.

Em dia de Fernando Pessoa (4), 82 anos depois da partida




"Tudo vale a pena se a alma não é pequena." Mesmo sobre um cartão de crédito de uma entidade bancária...

Em dia de Fernando Pessoa (3), 82 anos depois da partida



"O poeta é um fingidor!" Em Setúbal, num mural...

Em dia de Fernando Pessoa (2), 82 anos depois da partida



"A literatura é a melhor prova de que a vida não chega". Em qualquer lugar...

Em dia de Fernando Pessoa (1), 82 anos depois da partida



"Tenho em mim todos os sonhos do mundo". Numa livraria de Lisboa...

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Para a agenda: José Teófilo Duarte com matérias transformadas



"O Truque do Mel", exposição com a assinatura de José Teófilo Duarte. Na Casa da Avenida, em Setúbal, a partir de 1 de Dezembro, às 17h00. "Matérias Transformadas" é o subtítulo. Para a agenda!

Para a agenda: O tempo setubalense do Ultimatum Inglês



Como era Setúbal por altura de 1890, tempos do Ultimato inglês? Onde podemos ir buscar informações sobre esse tempo sadino? António Chitas, nome dedicado à história setubalense, poderá ter respostas para dar na sessão "Setúbal na época do Ultimatum Inglês", que terá lugar no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS), na quinta-feira, 30 de Novembro, pelas 21h30. Uma acção da Comissão Executiva do Bicentenário de Almeida Carvalho, que celebra um nome que também se dedicou à história setubalense e ao jornalismo. Para a agenda!

sábado, 25 de novembro de 2017

Memória: Pedro Rolo Duarte (1964-2017)



O texto que Miguel Esteves Cardoso divulga no Público de hoje sobre o seu amigo Pedro Rolo Duarte é extraordinário. Já circulava na edição online de ontem, mas hoje surge na edição em papel. O que fica de uma amizade, o que é a amizade e a admiração, tudo perpassa por lá. Por isso, aqui o reproduzo.
Relembro o jornalista do Se7e, da revista K, do suplemento DNA (do Diário de Notícias) e do Hotel Babilónia (na Antena 1). Também me fica a saudade. Parabéns, Pedro, pelo trabalho desenvolvido! Obrigado pelo que todos os ouvintes e leitores pudemos saborear!

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Prémio Literário Bocage 2017 já tem vencedores



No final da tarde de ontem foram conhecidos os vencedores da XIX edição do Concurso Literário Manuel Maria du Bocage, promovido pela LASA (Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão).
Entre os cerca de 140 trabalhos apreciados pelo júri (constituído pelos poetas Arlindo Mota e José António Chocolate e pelo professor João Reis Ribeiro), o vencedor na modalidade de "Poesia" foi o texto "Fragmentos de um todo - Pedaços de memória de uma tarde de Agosto", assinado com o pseudónimo Mia Pinto, pertencente a Elsa Maria Pinto de Carvalho Domingos, de Alverca. Na modalidade de "Revelação" (para jovens com menos de 20 anos), o prémio foi atribuído a trabalho sem título, sob o pseudónimo Sérgio Santos, pertencente a Guilherme Nuno Sobral Coelho Pina.
A entrega dos prémios ocorrerá em Janeiro, em data a ser divulgada. Além do valor monetário atribuído a cada um dos vencedores, a LASA será a responsável pela primeira edição das obras escolhidas.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Para a agenda: Diogo Ferreira e a Setúbal do tempo da Grande Guerra



Diogo Ferreira, setubalense, tem dedicado parte importante da sua vida à investigação sobre a sua terra e ao contar a História. Setúbal e a Primeira Guerra Mundial é o título da sua tese de mestrado, obra que vai ser apresentada publicamente em 25 de Novembro, pelas 16h00, no auditório da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, com intervenção de Maria Fernanda Rollo, que foi também a orientadora da tese. Uma edição da Estuário, marca editorial do setubalense José Teófilo Duarte. Para a agenda!

Para a agenda: Lauro Corado em Setúbal



Mostra de pintura de Lauro Corado na Galeria Municipal do 11 a partir de 25 de Novembro, com dois meses para a contemplar. Para a agenda!

Para a agenda: Irene Flunser Pimentel e o caso da PIDE/DGS



"O Caso da PIDE/DGS - Foram julgados os principais agentes da ditadura portuguesa?" é o tema de livro de Irene Flunser Pimentel, que será tratado em Setúbal em 24 de Novembro, pelas 22h00, na Casa da Cultura, no programa "Muito Cá de Casa". Apresentação de Luísa Tiago de Oliveira. Para a agenda!

Para a agenda: Por falar em refugiados, com Lígia Gonçalves



"Desumanamente Humanos", uma sessão sobre as vivências no campo de refugiados de Idomeni (Grécia), contadas por Lígia Gonçalves, que pode relatar na primeira pessoa. Um evento do programa "Sextas Arte e Ciência", promovido pelo grupo Synapsis. No Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, em 24 de Novembro, pelas 21h30. Para a agenda!

sábado, 18 de novembro de 2017

Diogo Ferreira e Marquês de Sousa: Lembrar os combatentes setubalenses da Grande Guerra



Num tempo em que se assinala a memória do que foi a Grande Guerra de 1914-1918, aquela que depois se pensou ser a última de todas as guerras (!!!), é bom que essa evocação não passe apenas pelas datas dos feitos militares, mas que relembre sobretudo os homens e as mulheres que nela intervieram de forma directa ou indirecta. Tão importante como saber as causas e as consequências será conhecer quem foram os heróis que por lá passaram, durante anos remetidos para o anonimato, lembrados num culto (importante, mas esquecendo os nomes) ao “soldado desconhecido”, e muito pouco recordados como personagens reais de um não menos real sofrimento, adviesse ele das condições da guerra, das instabilidades causadas nas relações familiares, da dor sentida, fosse ela física ou psicológica.
Setúbal, felizmente, entrou desde cedo no percurso da memória, ao ter, logo em 1924 (ano da criação da Liga dos Combatentes da Grande Guerra), a sua sub-agência desta organização, aqui presidida pelo médico e professor Cipriano Mendes Dórdio, ao conseguir, sete anos depois, em 1931, erigir o monumento de memória aos combatentes e ao ter implantado na toponímia referências a esse acontecimento avassalador, pela surpresa e pelo desgaste, que foi a Grande Guerra.
Diogo Ferreira e Pedro Marquês de Sousa meteram mãos à obra para nos dizer quem foram os combatentes do concelho de Setúbal, por onde andaram, o que sofreram, ao publicarem a obra Os Combatentes do Concelho de Setúbal na Grande Guerra em França (1917-1918), editado em Julho pelo Núcleo de Setúbal da Liga dos Combatentes. Trata-se de uma obra indispensável para a cidadania e para a memória setubalenses, apresentada em quatro importantes grupos: a contextualização do que foi a Grande Guerra e a forma como Portugal nela se integrou; os registos biográficos dos cerca de 210 combatentes de Setúbal e de Azeitão que partiram rumo à Flandres (alguns tendo combatido também em África na primeira fase do conflito); o cenário da hierarquia e organização militar em que os setubalenses intervieram, com indicação das missões que lhes estavam cometidas; a história e o papel da Liga dos Combatentes da Grande Guerra em Setúbal nos seus sete anos iniciais (até à inauguração do monumento aos Combatentes).
Passa o leitor por cerca de duas centenas de páginas em que se desenrola o filme da guerra, com os seus actos em grupo, e em que se convive com cada um dos combatentes naquilo que pode ser dado pelas fichas militares e do arquivo da própria Liga, sendo possível encontrar: irmãos em combate (os Conte-Turpia e os Lápido Lourenço, por exemplo); “um dos setubalenses que mais tempo serviu na Grande Guerra” (Barbosa Cardoso); um combatente que se apaixonou por uma francesa (Morais Teixeira); “um dos setubalenses com maior número de louvores por ocasião da Grande Guerra” (Barros Carmona); outro que integrou a histórica e lendária Brigada do Minho (Centeno Júnior); os vários que combateram La Lys em 9 de Abril de 1918; os vários que foram feitos prisioneiros na sequência de La Lys (indo, sobretudo, para os campos de Friedrichsfeld, Munster II e Dulmen); os muitos que foram punidos (por se apoderarem ilegitimamente de bens alheios, por jogarem a dinheiro, por não cumprimento do regulamento militar, por desrespeito à hierarquia, por falsificação de documentos, etc.); os condecorados pelo estatuto de herói (como foi o caso de Manuel Bernardino de Almeida, por “socorrer a população, tirando dos escombros os mortos e os feridos”); um combatente poeta e fadista, que também divertia os camaradas, como foi o caso de Vicente José da Silva Penim.
Para lá de toda esta diversidade, é o contacto também com a morte, com aqueles que não puderam trazer a memória mas na memória ficaram - o actual concelho de Setúbal perdeu 9 homens durante esse conflito e, se associarmos os 6 do actual concelho de Palmela (que, na altura, integrava o concelho de Setúbal), o número passa para 15, assim ocupando o segundo lugar no número de mortos e desaparecidos dos concelhos que compõem o distrito de Setúbal, depois de Santiago do Cacém, que teve 12 mortos e 5 desaparecidos.
Esta obra de Diogo Ferreira e de Pedro Marquês de Sousa é de leitura obrigatória para um encontro com a história e para vermos os heróis que a História sacrificou, muitos deles ligados a famílias que ainda hoje existem. A memória da Grande Guerra foi durante muito tempo esquecida em Portugal por variadas razões, mas, a partir deste centenário, temos a obrigação moral e cívica de não deixar que esse esquecimento impere, sendo esta obra um bom contributo para isso. Recordo que, há duas décadas, em Novembro de 1998, em França, o jornal “Le Monde” procedeu a um inquérito sobre os acontecimentos mais marcantes do século XX e a Guerra de 1914-1918 aparecia em quarto lugar, depois da 2ª Guerra Mundial, do Maio de 1968 e da queda do regime soviético; no mesmo inquérito, os jovens entre os 15 e os 19 anos punham a Primeira Grande Guerra em segundo lugar. É verdade que não haverá família francesa que não tenha tido familiar a participar nessa guerra, mas isso só não pode justificar essa intensidade de memória...
De Portugal foram mobilizados mais de 105 mil homens para o teatro de operações na Europa e em África; mais de 55 mil integraram a linha de combate na Flandres; tivemos quase 8 mil mortos, outros tantos feridos, outros tantos prisioneiros e cerca de 6 mil desaparecidos. Não serão estes números importantes para a nossa memória colectiva? É também por isso que o livro de Diogo Ferreira e de Pedro Marquês de Sousa, ao assinalar a epopeia de todas estas pessoas e das que lhes estiveram ligadas, em linguagem acessível e sem deixar que a questão das estratégias e da história militar viva sem os homens que lhe deram corpo, merece leitura atenta e lugar importante na história local setubalense.