Passa hoje o 172º aniversário do nascimento de Rodin (12 de Novembro de 1840) e o motor Google lembrou aos seus utilizadores tal efeméride. O mês de Novembro seria, aliás, o mesmo que levou Rodin da vida, pois que, a 17 desse mês de 1917, pelas quatro da manhã, morreu em Meudon.
Um dos biógrafos de Rodin foi o escritor Manuel Mendes, que, em 1947 (quando passava o 30º aniversário da morte do escultor), publicou o estudo Rodin (Lisboa: Ars Editorial). Dessa obra se transcreve o início, logo provando o fascínio do artista escultor sobre o artista escritor:
"Raros artistas haverá que se tenham mostrado em tamanha e tão sincera nudez de intenções, com tanta singeleza e verdade nos seus actos e nas suas obras, como este grande escultor. Homem de sentimentos simples e de hábitos duros de trabalho, só tarde e ao entrar na velhice, conheceu a glória, depois de uma existência gasta em silêncio, mas ganha a sonhar e a sofrer com a obra que a si mesmo se impôs realizar. (...) Artista de uma viveza pronta e firme de reacções, veemente de sinceridade e de carácter, ao mesmo passo que simples e natural no seu comportamento, foi o homem para quem a arte se tornou o combate longo e duro de todas as horas, uma luta em que ocupou a existência, em que empenhou a vida (...). Realizou uma obra grandiosa, vasta - a maior de escultura moderna - que dia a dia lhe foi crescendo das mãos incansáveis e que como uma floresta se estende a perder de vista, com as suas árvores enormes, frondosas, que erguem para o céu os ramos fortes, espalhando em volta a sombra acolhedora e propícia das grandes e belas coisas."
Por este elogio feito por Manuel Mendes se compreende a força e a expressividade que ressaltam de obras como "O pensador", a "Porta do Inferno", "Burgueses de Calais", "O beijo" e muitas outras. Obras clássicas, que serão belas em todos os tempos!
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