Os hipermercados vão poder estar abertos até à meia-noite de domingo, segundo decisão do Conselho de Ministros. Distribuidoras houve que já se pronunciaram, com argumentos fantásticos: criação de mais emprego e mais liberdade para as famílias. Veremos se uma e outra razão não serão falácias…
As catedrais chegaram a dominar os domingos como tempo de meditação e de reflexão; depois, as catedrais estenderam-se aos lugares de espectáculo e os domingos tiveram as suas catedrais do futebol; a seguir, as catedrais deslocaram-se para o consumo dos centros comerciais; agora, as catedrais do consumo alargam-se para… serem amigas das famílias.
E continuaremos a ser muito rápidos a encher os carros de compras no hipermercado, mas muito demorados nas filas de pagamento nos mesmos hipermercados…em nome do consumo e da catedral, não vá o cliente ter-se esquecido de alguma coisinha e, enquanto espera, compra mais...
O que me molesta é a desfaçatez dos argumentos. Só. É assim como usar as estatísticas para as ideias que queremos defender – servem para dizer que sim e para dizer que não às mesmas coisas, para defender orientações e desorientações, para leituras diferentes e sempre com aparente razão.
Entretanto, o pequeno comércio, que não significa tão pouco como isso…
Entretanto também, as autarquias vão ter uma palavra a dizer nestas aberturas. Veremos quais os argumentos usados para autorizarem ou para não autorizarem tais aberturas…
Mas tudo será em nome da concorrência (o deus mercantil)… que nunca dos consensos!
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