De seu nome Francisco Augusto da Silva Finura, é conhecido por “Finuras”, algo que remete não só para o seu apelido mas também para a criatividade (a “finura” tem a ver com a subtileza, a inteligência e o engenho). Nascido em 13 de Abril de 1929, em Setúbal, é conhecido pelos inventos, pelo trabalho e pela pluralidade de profissões que exerceu ou dos feitos que cometeu. Bem a propósito, já circulou documento com a sua apresentação, que poderia ocupar vários cartões-de-visita: “Professor de hipnose, telepatia, retenção memorial, psicanálise, magnetismo e fascinação; astro internacional de cinema; artista de variedades; ilusionista; fakir; toureiro; erudito investigador; coleccionador; numismata; arqueólogo; inventor, agricultor; marinheiro de longo curso; escafandrista; mergulhador profissional; homem-rã; cozinheiro; industrial de conservas e conserveiro; serralheiro; torneiro; bate-chapa; mecânico; electricista; afinador de bicicletas; cromador; recauchutador; vulcanizador; polidor de metais; ex-professor de natação; lutador; boxeur; judoca; ciclista; water-pool; vela; remo; ski aquático; pesca submarina; hóquei em patins; basquetebol e voleibol; dador de sangue”. E ainda: “operário especializado em trabalhos não especializados”. E mais: diplomado pela Escola de Psicologia de Nancy e correspondente da mexicana Escola Azteca de Psicologia e Hipnotismo; rei do Carnaval de Setúbal em 1968, 1969 e 1970; condecorado pelo Instituto de Socorros a Náufragos graças aos 30 salvamentos em que foi protagonista.
Francisco Finura, com um tal currículo (mistura de feitos, de profissões e de gostos), é bem uma das figuras mais populares de Setúbal, fama granjeada por todos os feitos mencionados e a que um programa televisivo como o “Zip-Zip”, bem como a sua actuação em espectáculos circenses (magnetizando animais) ou como duplo no cinema, acrescido o facto de ter sido fotografado pelos conhecidos fotógrafos sadinos Américo Ribeiro ou Maurício Abreu conferiram auréola. Algumas marcas da sua imagem são o porte selecto com lenço dobrado a condizer, o cachimbo ou a bicicleta aparentemente sem travões.
Pois bem: Francisco Finura, já passante dos 80 anos, vai ter homenagem em Setúbal, promovida por um grupo de amigos, com almoço a propósito (17 de Julho). O blogue “Charroque da prrofundurra”, que anima esta homenagem, criou-lhe o lema, apregoando: “Finura, um homem muito grande para um mundo tão pequeno”.
Entretanto, segundo noticia O Setubalense de hoje, está em curso uma petição na internet, dirigida à Câmara Municipal de Setúbal, a propor que o nome deste setubalense seja desde já inserido na toponímia sadina, identificando o largo onde o conhecido Finura tem oficina.
[Fotos: Francisco Finura, visto por Maurício Abreu, em Retratos do Fim do Século (Setúbal: Edições Inapa, 2000);
cartaz da homenagem a Francisco Finura]
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