A edição de Setembro da revista Arquitectura e Vida (Lisboa: Loja da Imagem, nº 85) inclui uma entrevista com Teresa Mourão de Almeida, que ocupa oito páginas. Quem entrevista é José Charters Monteiro, director da publicação.
Teresa de Almeida, com formação em Arquitectura, foi técnica na Câmara Municipal de Setúbal (onde chegou a dirigir o Departamento de Habitação e Urbanismo), foi vereadora na mesma autarquia e, actualmente, é Governadora Civil do Distrito de Setúbal. Antes de ter chegado ao meio sadino, exerceu arquitectura no Gabinete de Apoio Técnico de Castro Verde.
A entrevista vive, na quase totalidade, de memórias do papel de arquitecta, cruzado com o de cidadã interventiva e com o de política. É, aliás, dessa perspectiva que a conversa tem interesse, haja em vista as considerações feitas quanto ao que tem sido a arquitectura setubalense a partir dos anos 70. Os comentários da entrevistada servem para lembrar a filosofia que presidiu a construções como o Casal das Figueiras (habitação social “em sítios aprazíveis e interessantes”, gerando alguma contestação por parte de sectores mais tradicionais), a expansões como a que aconteceu na zona de leito de cheias ou das quintas de Setúbal (a coberto de um “plano Aguiar”, em que projectos particulares conduziram ao “fim das quintas, dos laranjais tradicionais de Setúbal”) ou a tipologias como a que foi utilizada na Bela Vista (que, apesar de sugerir uma “partilha do espaço comum”, levou os moradores à “marcação de fronteiras”), três marcos que não se podem desligar do tempo em que ganharam forma.
Teresa de Almeida mostra ainda algum descontentamento quanto à forma de participação na gestão urbana, considerando que “até os próprios modelos institucionais se apagaram, a participação numa assembleia municipal está hoje reduzida a questões muito desinteressantes”, porque “o modelo de participação que foi institucionalizado não será aquele que o cidadão quer”.
Teresa de Almeida, com formação em Arquitectura, foi técnica na Câmara Municipal de Setúbal (onde chegou a dirigir o Departamento de Habitação e Urbanismo), foi vereadora na mesma autarquia e, actualmente, é Governadora Civil do Distrito de Setúbal. Antes de ter chegado ao meio sadino, exerceu arquitectura no Gabinete de Apoio Técnico de Castro Verde.
A entrevista vive, na quase totalidade, de memórias do papel de arquitecta, cruzado com o de cidadã interventiva e com o de política. É, aliás, dessa perspectiva que a conversa tem interesse, haja em vista as considerações feitas quanto ao que tem sido a arquitectura setubalense a partir dos anos 70. Os comentários da entrevistada servem para lembrar a filosofia que presidiu a construções como o Casal das Figueiras (habitação social “em sítios aprazíveis e interessantes”, gerando alguma contestação por parte de sectores mais tradicionais), a expansões como a que aconteceu na zona de leito de cheias ou das quintas de Setúbal (a coberto de um “plano Aguiar”, em que projectos particulares conduziram ao “fim das quintas, dos laranjais tradicionais de Setúbal”) ou a tipologias como a que foi utilizada na Bela Vista (que, apesar de sugerir uma “partilha do espaço comum”, levou os moradores à “marcação de fronteiras”), três marcos que não se podem desligar do tempo em que ganharam forma.
Teresa de Almeida mostra ainda algum descontentamento quanto à forma de participação na gestão urbana, considerando que “até os próprios modelos institucionais se apagaram, a participação numa assembleia municipal está hoje reduzida a questões muito desinteressantes”, porque “o modelo de participação que foi institucionalizado não será aquele que o cidadão quer”.
Defendendo uma “aposta nos cidadãos”, Teresa de Almeida reflecte sobre o turismo como hipótese forte para o futuro do distrito de Setúbal, ainda que apontando algumas ressalvas que podem manter a identidade da região: “Há um território com áreas que têm que ser protegidas a todo o custo: os parques naturais, zonas de infiltração máxima, de paisagem protegida, classificadas da forma que estão ou que venham a ser propostas”. Tais reservas são capitalizadas pela Governadora Civil de Setúbal, uma vez que “tem que haver capacidade para potenciar essas riquezas patrimoniais ou naturais e que possam depois traduzir-se em emprego”.
Sem comentários:
Enviar um comentário