terça-feira, 31 de março de 2015

Bocage em selo - emissão filatélica de hoje



Quase 50 anos separam as duas emissões filatélicas em que Bocage é personagem central: a primeira, de finais de Dezembro de 1966, com desenho de Luís Dourdil, numa série de três selos com os valores de 1$00, 2$00 e 6$00, respectivamente, destinada a assinalar os 200 anos do nascimento de Bocage; a segunda, lançada hoje, com desenho assinado por Folk Design, selo destinado a cartas até 20 gr em correio azul nacional.
O selo hoje apresentado integra a série “Vultos da cultura portuguesa”, em que figuram seis personalidades cujos períodos de vida se relacionam com números redondos associados a 2015: Bocage, poeta (1765-1805); Francisco Vieira, pintor (1765-1805); Ramalho Ortigão, escritor (1836-1915); Ruy Cinatti, poeta (1915-1986); Frederico George, arquitecto (1915-1994); Agostinho Ricca, arquitecto (1915-2010). Bocage e Francisco Vieira foram contemporâneos, ambos tendo vivido pelo período de 40 anos, deles se celebrando este ano o 250º aniversário de nascimento.

[Foto inferior: série filatélica "Vultos da cultura portuguesa - 2015" - CTT, 31.Março.2015]

quarta-feira, 25 de março de 2015

Para a agenda: VI Encontro Livreiro, em Setúbal



O VI Encontro Livreiro chega em 29 de Fevereiro, domingo, para reunir na livraria Culsete, em Setúbal, todos os caminhos e atalhos que vão dar ao universo do livro. O momento será ainda aproveitado para a atribuição do diploma “Livreiros da Esperança”, a título póstumo, a Luís Alves Dias, da Livraria Ler, a ser entregue ao filho Luís Alves, actual gerente da livraria.
Realizando-se pelo sexto ano consecutivo na livraria setubalense Culsete, o Encontro Livreiro é, segundo comunicação da equipa coordenadora, “um espaço de reflexão e troca de ideias, mas também de convívio feito em torno dos livros”, feito “por todos aqueles que vivem em torno dos livros, todos aqueles que não entendem a sua vida sem livros, as gentes do livro, dos livreiros aos leitores, passando por editores, ilustradores, escritores, comerciais do livro, designers de comunicação, alfarrabistas, encadernadores, académicos, professores, bibliotecários, tradutores, jornalistas culturais e todos os outros.”
Dia 29, na Culsete, a partir das 15h00. Para a agenda!

terça-feira, 24 de março de 2015

"Orpheu", 100 anos hoje



Com o subtítulo de "Revista Trimestral de Literatura", o primeiro número de Orpheu surgiu em Lisboa em 25 de Março de 1915, dirigido por Luís de Montalvor e Ronald de Carvalho. Passados três meses, em 28 de Junho, apareceu o número dois, dirigido por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro. Editada por António Ferro (1895-1956), a revista teve capa, nos  dois números, de José Pacheco (1885-1934). Colaboradores dos dois números foram Alfredo Guisado (1891- 1975), Almada Negreiros (1893-1970), Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa), Ângelo de Lima (1872-1921), Armando Côrtes-Rodrigues (1891-1971), Eduardo Guimaraens (1892-1928, brasileiro), Fernando Pessoa (1888-1935), Luís de Montalvor (1891-1947), Mário de Sá-Carneiro (1890-1916), Raul Leal (1886-1964), Ronald de Carvalho (1893-1935, brasileiro), Santa Rita Pintor (1890-1918) e Violante de Cysneiros (pseudónimo de Côrtes-Rodrigues).
Na "Introdução", publicada no primeiro número, escreveu Luís de Montalvor: "Nossa pretensão é formar, em grupo ou ideia, um número escolhido de revelações em pensamento ou arte, que sobre este princípio aristocrático tenham em Orpheu o seu ideal esotérico e bem nosso de nos sentirmos e conhecermo-nos".
A reacção aos dois números da revista (de que há reedições a cargo de Edições ÁticaI pautou-se por classificações que reflectiam o escândalo provocado: "literatura de manicómio" e "doidos com juízo", entre outras. Textos para o terceiro número de Orpheu chegaram a ser impressos, não tendo, contudo, a revista sido publicada (foi feita edição das provas de página em 1984, sob a responsabilidade de Edições “Nova Renascença”). Entre os textos conhecidos para esse terceiro número contam-se como autores Mário de Sá-Carneiro, Albino de Meneses (1889-1949), Fernando Pessoa, Augusto Ferreira Gomes (1892-1953), Almada Negreiros, D.Tomás de Almeida (1864-1932), C. Pacheco (heterónimo de Pessoa) e Castelo de Morais (1882-1949), sendo o texto mais importante o de Almada ("Cena do ódio", depois publicado na revista Contemporânea, em Janeiro de 1923).
Sobre o papel desempenhado por Orpheu escreveu Fátima Freitas Morna: "é um caso particularmente interessante entre os muitos que lhe poderiam constituir paralelo na Europa povoada de 'ismos' e revistas dos anos que rodeiam a Primeira Guerra Mundial. Em vez de se proclamar como um movimento, ou órgão de um movimento, Orpheu aceita ser o lugar de choque e de trabalho de vários movimentos." (A Poesia de 'Orpheu'. Col. "Textos Literários", 26. Lisboa: Editorial Comunicação, 1982).
Ao longo dos tempos, o título Orpheu tem sido apontado como uma das revistas literárias mais revolucionárias e tem sido alvo de inúmeros estudos pelo papel desempenhado na expressão futurista em Portugal. Em Bruxelas, chegou a ser fundada uma livraria vocacionada para a literatura e cultura portuguesas a que foi dado o nome de “Orpheu”. Já neste ano, a revista tem sido objecto temático de várias publicações, como JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias (nº 1159, 4.Março.2015) ou Estante (FNAC: nº 4, Inverno.2015). Também recente é a edição filatélica de um selo desenhado sobre quadro de Almada Negreiros, alusivo ao centenário da revista (CTT, 2015). Na celebração destes cem anos da revista Orpheu, estão ainda envolvidas exposições (como a da Biblioteca Nacional) ou edições como 1915 – O ano do Orpheu, organizada por Steffen Dix (Lisboa: Tinta-da-China, 2015).
[foto: selo comemorativo do centenário da revista Orpheu - CTT, 2015]

sábado, 21 de março de 2015

No Dia Mundial da Poesia, o "Louvor da Poesia", de Sebastião da Gama



O poema foi escrito em 7 de Fevereiro de 1950, exactamente dois anos antes de o seu autor, Sebastião da Gama, falecer. Teve a primeira publicação na terceira (e última) obra que o poeta editou, Campo Aberto (1951).
No quarto fascículo da revista Sísifo, editada em Coimbra sob a direcção de Manuel Breda Simões, foi publicada uma carta de Sebastião da Gama como resposta a um inquérito que a revista promovera. À pergunta "Que pensa da Poesia em geral, e da sua própria Poesia?", o poeta de Azeitão respondia: "Minhas ideias acerca da Poesia. Vide: Louvor da Poesia, in Campo Aberto. Será tudo? Olhe que a resposta não é para posar. É que só nos versos sei o que penso da Poesia." Sebastião da Gama não chegaria a ver este número da revista porque faleceu enquanto a publicação era preparada...
O poema está gravado em laje no Parque dos Poetas, em Oeiras, nesse conjunto artístico que pretende homenagear poetas portugueses do século XX.
Trago-o hoje para assinalar o Dia Mundial da Poesia.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Para a agenda: Nos 100 anos de "Orpheu"



O primeiro centenário sobre o aparecimento da revista Orpheu está por cá. Exposições, colóquio, edições, sessões de poesia. Por cá e além-Atlântico. Por cá e a circular. 100 anos depois, Orpheu continua o seu papel de inquietar. A notícia acima veio na revista "Ipsilon" com o Público de hoje. Várias chamadas de atenção para eventos "orphicos". Para a agenda!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Para a agenda - Conhecer Fran Paxeco em Setúbal



Fran Paxeco (1874-1952) é mais conhecido no Brasil do que em Portugal. Nos últimos tempos, tem havido alguma movimentação em torno da história e da obra deste intelectual, em parte devido a António Cunha Bento, ligado ao movimento associativo e à cultura e história setubalense, em parte devido à Câmara Municipal de Setúbal e a uma instituição como a LASA (Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão), em parte devido ao facto de uma neta, Maria Rosa Pacheco Machado, ter oferecido peças do espólio do avô à autarquia sadina e à LASA. Depois de, há dias (8 de Março), ter fechado uma exposição sobre Fran Paxeco, em mostra desde 20 de Dezembro, patrocinada pela Câmara sadina, é agora a vez de o Centro de Iniciativas Manuel Medeiros, da UNISETI, trazer a história de Fran Paxeco às suas tertúlias. A apresentação deste nome estará a cargo de António Cunha Bento. Em 20 de Março. Para a agenda.

Para a agenda: Natália Correia em Setúbal 50 anos depois



Uma peça com meio século, O Homúnculo, de Natália Correia, sobe ao palco em Setúbal, com as caras do Teatro Estúdio Fontenova. A peça que terá irritado Oliveira Salazar e que teve o carimbo da proibição logo que nasceu. Entre 20 e 22 de Março, em Setúbal. Para a agenda.
Segundo referiu Fernando Dacosta, em artigo divulgado no diário Público, em 14 de Maio de 2014, «o caso mais surpreendente ocorrido com Natália Correia no tempo da ditadura deu-se (…) com o Homúnculo, arrasadora peça (nunca representada) sobre Salazar — que a leu num serão, não conseguindo, impressionadíssimo, dormir nessa noite. No dia seguinte Silva Pais procurou-o para lhe comunicar a apreensão da obra e a (iminente) prisão da autora. Depois de prolongado silêncio, o presidente do Conselho de Ministros respondeu: “Fizeram bem em retirar o livro mas não toquem em Natália Correia porque é uma pessoa muito, muitíssimo inteligente!”»
Para a agenda!

Para a agenda: Dia Mundial da Poesia com poetas, em Setúbal



O Dia Mundial da Poesia tem calendário marcado na Culsete, em Setúbal. Com livros, poemas e poetas. Com vozes, letras e palavras. Na tarde de 21 de Março. Para a agenda.

Para a agenda: um "Lugar Fictício" em Setúbal



Há um "Lugar Fictício" que vai abrir na Casa d'Avenida, em Setúbal. Idealizado por Eduardo Carqueijeiro. A partir de 21 de Março. Para a agenda.

Para a agenda: Strindberg em Setúbal, com o TAS



Pelas mãos e pelos gestos do TAS (Teatro Animação Setúbal), a oportunidade de ver O Sonho de Strindberg. Em 26 e 27 de Março, na agenda!


terça-feira, 3 de março de 2015

Para a agenda - "Artistas no Feminino", em Azeitão



"Artistas no Feminino", a inaugurar na véspera do Dia Internacional da Mulher, no Museu Sebastião da Gama, em Azeitão. Com prazo até 4 de Abril. Para a agenda!