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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Efemérides e memórias para 2022 - no Mundo e em Setúbal



O ano de 2022 tem vários grandes objectivos sobre os seus ombros, decorrentes das áreas que foram eleitas para nele serem lembradas - é o Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável, o Ano Internacional do Desenvolvimento Sustentável das Montanhas, o Ano Internacional da Pesca Artesanal e da Aquicultura e o Ano Internacional do Vidro.

É também o ano em que decorre o primeiro centenário sobre vários acontecimentos que foram responsáveis por mudanças no mundo, seja na área social ou do saber, pois há 100 anos: aconteceu a travessia aérea entre Lisboa e Rio de Janeiro, protagonizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral (30 de Março a 17 de Junho); Niels Bohr explicou a estrutura do átomo, o que lhe valeu o Nobel da Física nesse ano; foi criada a BBC (18 de Outubro); Mussolini marchou sobre Roma e foi constituído o governo fascista (28 e 30 de Outubro); Howard Carter e Lord Carnarvon descobriram o túmulo de Tutankhamon (Novembro); foi formada a União Soviética (30 de Dezembro).

O ano de 1922 viu nascer Pier Paolo Pasolini (5 de Março), José Craveirinha (28 de Maio), Agustina Bessa-Luís (15 de Outubro), José Saramago (16 de Novembro) e Mariana Rey Monteiro (28 de Dezembro). Foi ainda o ano do falecimento de Aurélia de Sousa (26 de Maio) e de Marcel Proust (18 de Novembro).

Foi também em 1922 que surgiram publicações como: The Reader’s Digest (criada por DeWitt Wallace e Lila Bell Wallace);Ulisses, de James Joyce; The waste land (A terra sem vida, em edição portuguesa), de T. S. Eliot; Contemporânea, revista dirigida por José Pacheco, com colaboração, logo no número inaugural (Maio), de Fernando Pessoa, Almada Negreiros, António Botto, João Vaz e Diogo de Macedo, entre outros; Estrada de Santiago, livro de contos de Aquilino Ribeiro.

Outras datas contadas por números redondos em 2022 são: 800 anos sobre a consagração da igreja do Mosteiro de Alcobaça (1222); 500 anos sobre a chegada a Sevilha da frota que realizou a primeira viagem de circum-navegação (8 de Setembro de 1522); 550 anos sobre a publicação da primeira edição de Os Lusíadas, de Camões (1572); 200 anos sobre a promulgação da Constituição Portuguesa (23 de Setembro de 1822) e sobre a independência do Brasil (12 de Outubro de 1822); 150 anos (1872) sobre o nascimento de Sidónio Pais (1 de Maio), de Bertrand Russell (18 de Maio) e de Ana de Castro Osório (18 de Junho), sobre o primeiro grande movimento grevista em Portugal e sobre a publicação de Os Fidalgos da Casa Mourisca, de Júlio Dinis; 70 anos sobre o falecimento de Sebastião da Gama (7 de Fevereiro de 1952); 50 anos sobre a morte pela polícia política do estudante José Ribeiro dos Santos nas instalações do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (12 de Outubro de 1972), sobre os incidentes na Capela do Rato quando, na “Oração pela Paz”, foi produzida moção contra a guerra colonial, originando a prisão de vários participantes (31 de Dezembro de 1972) e sobre a publicação de Novas cartas portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta.

Em Setúbal, merecem lembrança os 100 anos sobre o nascimento de Joaquim da Purificação dos Santos, artista conhecido como “Kinito” (6 de Março), Josué da Silva Monteiro Júnior, conhecido pelo empenho vitoriano (23 de Maio), José Manuel de Noronha Gamito, embaixador e escritor (21 de Agosto), e Álvaro Carvalho Pinto, promotor de Setúbal (19 de Novembro).

Outras evocações da região de Setúbal para 2022 quanto a efemérides, além das já referidas datas para Ana de Castro Osório e Sebastião da Gama, são: 650 anos sobre a fundação do Hospital de Nossa Senhora da Anunciada (1372); 150 anos (1872) sobre os nascimentos de Francisco Paula Borba (24 de Março) e de Celestino Rosado Pinto (17 de Dezembro); 70 anos sobre o falecimento de Fran Paxeco (17 de Setembro de 1952); 30 anos sobre o falecimento de Luís Cabral Adão (6 de Agosto de 1992).


sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Datas redondas para 2021, com Setúbal incluído

 

Está o ano de 2021 fadado para terminar duas décadas cuja intenção foi importante: a Década para a Segurança Rodoviária (2011-2021) e a Década das Nações Unidas sobre a Biodiversidade (2011-2021). Entretanto, organizações internacionais atribuíram a 2021 propósitos fortes: a ONU aprovou-o como Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil; a FAO denominou-o Ano Internacional das Frutas e Legumes; a Comissão Europeia baptizou-o como Ano Europeu do Transporte Ferroviário. Poderão ser apenas intenções, poderão. Mas fazem-nos pensar, desafiando para mudanças...


Quanto a datas redondas, 2021 é rico para assinalar memórias e para revisitações, pois passam...

700 anos (1321) sobre o falecimento de Dante Alighieri (em Setembro);

500 anos (1521) sobre o falecimento de Fernão de Magalhães (27 de Abril);

250 anos (1771) sobre o nascimento de Manuel Fernandes Tomás (30 de Junho);

200 anos (1821) sobre: a abolição da Inquisição em Portugal (31 de Março); a criação do primeiro banco português (Banco de Lisboa, que, em 1846, se transformaria no Banco de Portugal); o nascimento de Fiodor Dostoievski (11 de Novembro); o falecimento de Napoleão Bonaparte (5 de Maio);

150 anos (1871) sobre: as Conferências Democráticas do Casino (22 de Março a 26 de Junho); a proclamação da Comuna de Paris (18 de Março); o nascimento de Alfredo da Silva (30 de Junho); o falecimento de Júlio Dinis (12 de Setembro);

100 anos (1921) sobre: a primeira ligação aérea Lisboa-Funchal (22 de Março); o início da publicação do Diário de Lisboa (7 de Abril); a designada “Noite Sangrenta” em Lisboa (19 de Outubro); a fundação do Partido Comunista Português (6 de Março) e do Sporting Clube de Braga (19 de Janeiro); a descoberta da insulina (27 de Julho); a atribuição do Nobel da Física a Albert Einstein; a criação do PEN Internacional (5 de Outubro); o nascimento de Mario Lanza (31 de Janeiro), Mário Moniz Pereira (11 de Fevereiro), Simone Signoret (25 de Março), Peter Ustinov (16 de Abril), Vasco Gonçalves (3 de Maio), Andrei Sakharov  (21 de Maio), Filipe Duque de Edimburgo (10 de Junho), Matilde Rosa Araújo (20 de Junho), Carlos de Oliveira (10 de Agosto), Maria Judite de Carvalho (18 de Setembro), Paulo Freire (19 de Setembro), Yves Montand (13 de Outubro), George Brassens (22 de Outubro), Charles Bronson (3 de Novembro) e Jorge Listopad (26 de Novembro); o falecimento de Gomes Leal (29 de Janeiro), Ângelo de Lima (14 de Agosto) e Saint-Saens (16 de Dezembro);

60 anos (1961) sobre o início da guerra colonial;

50 anos (1971) sobre o falecimento de Louis Armstrong (6 de Julho);

30 anos (1991) sobre a publicação de O Evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago;

25 anos (1996) sobre o falecimento de David Mourão-Ferreira.


Em Setúbal, houve também acontecimentos, importantes no contributo para a história e para a cultura nacional, cujos aniversários com datas redondas ocorrem em 2021, como:

550 anos (1471) sobre o casamento de D. João II com D. Leonor de Lencastre (22 de Janeiro), ocorrido em Setúbal;

300 anos (1721) sobre o nascimento do cientista sadino José Joaquim Soares de Barros e Vasconcelos (19 de Março);

150 anos (1871) sobre: a inauguração da estátua a Bocage, na praça que tem o seu nome (21 de Dezembro); o nascimento de Manuel Padilha (17 de Fevereiro, director de O Elmano) e de Manuel José Envia (11 de Março, director de O Sado e autor de história local);

100 anos (1921) sobre: o nascimento do professor e escritor Rogério Peres Claro (6 de Outubro); o falecimento do pintor Pereira Cão (16 de Janeiro);

70 anos (1951) sobre a publicação da obra Campo Aberto, de Sebastião da Gama;

60 anos (1961) sobre a inauguração do Museu de Setúbal (15 de Fevereiro).


Assim 2021 permita que as condições e as vontades se congreguem no conhecimento de identidades e nos encontros com valores que têm feito a história e a cultura que nos rodeiam!


terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Histórias para lembrar em 2020, em Portugal, em Setúbal e no mundo



O tempo que passa também se faz com a memória. De pessoas e de acontecimentos. Que podem ser muitos, que podem ser escolhidos consoante as nossas vivências, conforme aquilo que nos marca ou o que sabemos.
Eis uma lista de acontecimentos que podem ser assinalados em 2020, um pouco na linha de lembrar os tempos redondos... Lembranças, apenas lembranças. Um grupo apenas: “Em Portugal, em Setúbal, no mundo”.

Em Portugal, em Setúbal, no mundo
1520 (500 anos) - travessia do estreito e entrada no Pacífico por Fernão de Magalhães.
1540 (480 anos) - nascimento de Frei Agostinho da Cruz.
1720 (300 anos) - criação da Academia Real de História; nascimento do setubalense João Henrique de Sousa (14 de Julho), que viria a ser o primeiro Lente da Aula do Comércio (fundada pelo Marquês de Pombal).
1770 (250 anos) - nascimento de Beethoven (17 de Dezembro).
1820 (200 anos) - nascimento de Anne Brontë(17 de Janeiro); golpe de estado no Porto, instaurando-se o regime liberal (24 de Agosto); publicação de Ivanhoe, de Walter Scott; descoberta da Vénus de Milo.
1870 (150 anos) - publicação de Mistério da Estrada de Sintra, de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão.
1920 (100 anos) - nascimento de Isaac Asimov (2 de Janeiro), Federico Fellini (20 de Janeiro), José Mauro de Vasconcelos (26 de Fevereiro), João Paulo II (18 de Maio), Ruben A. (26 de Maio), Mário Sacramento (7 de Julho), Amália Rodrigues (23 de Julho), Mario Puzo (15 de Outubro), Gianni Rodari (23 de Outubro), Paul Celan (23 de Novembro), Clarice Lispector (10 de Dezembro); entra em funcionamento a Sociedade das Nações (16 de Janeiro), que será dissolvida em 1946; é entronizada em Fátima (13 de Junho) a imagem esculpida por José Ferreira Thedim (1892-1971); difusão dos primeiros programas radiofónicos; publicação de Ensaios(1º volume), de António Sérgio, e de Clepsidra, de Camilo Pessanha; greve geral de 24 horas (Abril), afectando serviços de Setúbal, Barreiro e Almada; fundação oficial do Clube Naval Setubalense (6 de Maio); inauguração do troço ferroviário Alcácer-Setúbal (24 de Maio); nascimento de Joaquim José de Campos (futebolista e dirigente do VFC, 15 de Fevereiro).
1970 (50 anos) - Francisco Sá Carneiro e Pinto Balsemão apresentam na Assembleia Nacional projecto de lei de imprensa que prevê o fim da censura prévia (22 de Abril); Salvador Allende eleito presidente do Chile (21 de Janeiro); Soljenitsyn recebe o Prémio Nobel da Literatura; Alvin Toffler publica O Choque do Futuro; pela primeira vez na história da Igreja, duas mulheres recebem o título de “doutoras da Igreja”: Santa Teresa de Ávila (27 de Setembro) e Santa Catarina de Sena (4 de Outubro); falecimento de Bertrand Russell (2 de Fevereiro), Almada Negreiros (15 de Junho), Oliveira Salazar (27 de Julho), Jimi Hendrix (18 de Setembro), Erich Maria Remarque (25 de Setembro), John dos Passos (28 de Setembro) e Charles de Gaulle (9 de Novembro); falecimento dos setubalenses Óscar Paxeco (Fevereiro), de Luís Gonzaga do Nascimento (1 de Setembro) e de João de Castro Osório (Novembro).

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Efemérides de 2019



2019, designado como Ano Internacional da Tabela Periódica dos Elementos Químicos e como Ano Internacional das Línguas Indígenas,apresenta um calendário com efemérides bem importantes no plano histórico-cultural.
Quinhentos anos são passados sobre o falecimento de Leonardo da Vinci (1519-05-02) e sobre o início da Viagem de Circum-Navegação encetada por Fernão de Magalhães (1519-09-20). Quatro séculos decorrem sobre o nascimento de Cyrano de Bergerac (1619-03-06) e sobre o falecimento de Frei Agostinho da Cruz (1619-05-14). Duzentos anos se completam sobre os nascimentos de Walt Whitman (1819-05-31), Herman Melville (1819-08-01) e George Eliot (1819-11-22) e sobre o falecimento de Filinto Elísio (1819-02-25).
Referência especial merece neste ano o 150º aniversário do nascimento de Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-03-23), o arménio que se apaixonou por Portugal e nos legou o seu património numa organização interventora como é a Fundação que tem o seu nome.
2019 é também o ano do primeiro centenário dos nascimentos de Fernando Namora (1919-04-15), de Jorge de Sena (1919-11-02) e de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-11-06), no respeitante a vultos da cultura portuguesa. Mas passa também o primeiro centenário dos nascimentos de J. D. Salinger (1919-01-01), de Primo Levi (1919-07-31) e de Doris Lessing (1919-10-22).
Quanto a acontecimentos históricos, são de referir os 100 anos sobre a assinatura do Tratado de Versalhes (1919-06-28), que assinalou o fim da Primeira Grande Guerra e que inauguraria, pensava-se, o tempo de abolição da guerra. Engano absoluto, pois, duas décadas mais tarde - passam neste 2019 os 80 anos -, a Europa começaria a Segunda Guerra Mundial (1939-09-01). É ainda de assinalar, no plano dos acontecimentos históricos, o 50º aniversário da chegada do Homem à Lua (1969-07-20), feito cometido pelos astronautas Aldrin, Armstrong e Collins, e, em Portugal, o 50º aniversário da Crise Académica de 1969 (com início em 1969-04-17).
O ano de 1969, sobre que passam 50 anos, foi também o do falecimento de António Sérgio (1969-02-12).
Em 2019, perfazem-se 70 anos sobre o primeiro registo diarístico que Sebastião da Gama fez no seu Diário (1949-01-11), obra apenas publicada em 1958.
Quanto a Setúbal, além das referências já feitas a Frei Agostinho da Cruz e a Sebastião da Gama, são de assinalar efemérides como os 200 anos sobre o nascimento Aníbal Álvares da Silva (1819-05-29), madeirense que foi vereador e presidente da Câmara sadina e que foi também deputado, função em que interveio e influenciou no sentido de a Setúbal ser atribuído o título de cidade, e de António Maria Eusébio, mais conhecido por “Cantador de Setúbal” ou “Calafate” (1819-12-15), poeta popular com valor reconhecido por nomes como Guerra Junqueiro ou Leite de Vasconcelos.
Há cem anos, Setúbal viu nascer o Orfanato Municipal (1919-05-18), instituição que mais tarde se chamou Orfanato Setubalense e, depois, Orfanato Municipal Presidente Sidónio Pais, e assistiu à inauguração do ramal da Linha do Sado (1919-12-13).

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Celebrar as efemérides de 2018



O ano de 2018 vai ser ocupado com um grande tema, o do património, uma vez que assinala o Ano Europeu do Património Cultural (por responsabilidade da Comissão Europeia).
Em 2018, passam 50 anos sobre a Revolta de Maio de 68 em França, sobre os falecimentos de Martin Luther King (04.04), de Helen Keller (01.06), de Cristovam Pavia (13.10), de Ramon Menéndez Pidal (14.11), de Enid Blyton (28.11) e de John Steinbeck (20.12), e sobre a publicação de obras tão icónicas como O Delfim (de José Cardoso Pires), O Meu Pé de Laranja Lima (de José Mauro de Vasconcelos) e da encíclica Humanae Vitae (de Paulo VI).
100 anos passam em 2018 sobre o fim da Primeira Grande Guerra (11.11.1918) e, ainda no plano da Grande Guerra, sobre a Batalha de La Lys (09.04), que dizimou o Corpo Expedicionário Português na Flandres. Relacionado com este momento histórico, passa também o centenário sobre a publicação de obras como Em Tempos de Guerra e De como Portugal foi chamado à Guerra (de Ana de Castro Osório) e de Nas Trincheiras da Flandres (de Augusto Casimiro). Igualmente centenária é a obra Sintaxe Histórica Portuguesa (de Augusto Epifânio da Silva Dias), tornada pública em 1918. É ainda em 2018 que passam os primeiros cem anos sobre as mortes de Gustav Klimt (06.02), de Claude Debussy (26.03), de Santa-Rita Pintor (29.04), de Richard Feynman (11.05), de Amadeo de Sousa Cardoso (25.10), de Wilfred Owen (04.11), de Guillaume Appolinaire (09.11) e de Olavo Bilac (28.12) e sobre os nascimentos de Dalila Pereira da Costa (04.03), de Vitorino Magalhães Godinho (09.06), de Ingmar Bergman (14.07), de Nelson Mandela (18.07), de Leonard Bernstein (25.08) e de Alexandre Soljenitsine (11.12). Registe-se ainda a passagem centenária sobre a instalação de semáforos em Nova Iorque para regulação do tráfego.
Um século e meio passa em 2018 sobre a publicação de obras como Morgadinha dos Canaviais e de Uma Família Inglesa (de Júlio Dinis) e de Mulherzinhas (de Louisa May Alcott) e sobre o aparecimento do periódico portuense O Primeiro de Janeiro (01.12).
É ainda em 2018 que passa o bicentenário sobre os nascimentos de Máximo Gorki (28.03), de Karl Marx (05.05), de Charles Gounod (17.06), de Emily Bronte (30.07), de Ivan Turgueniev (09.11) e de James Prescott Joule (24.12) e sobre a publicação do romance Frankenstein (de Mary Shelley).
Ainda na relação de 2018 com datas redondas, é de assinalar o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adoptada em 10 de Dezembro de 1948.
Quanto à importância de datas de 2018 para Setúbal, além da referência a Ana de Castro Osório já feita, as três efemérides mais importantes serão as do centenário do nascimento de João José Pereira da Silva Duarte (escritor, pintor e tradutor de Andersen, em 05.06) e dos 150 anos sobre o nascimento de Arronches Junqueiro (13.01) e sobre a inauguração da Escola Conde de Ferreira (07.01), podendo ainda referir-se a fundação do Asilo da Infância Desvalida (28.06.1868). Passam ainda o bicentenário do nascimento do músico sadino António Nascimento e Oliveira (13.06.1818) e o 650º aniversário da criação da Confraria de Nossa Senhora da Anunciada (1368).

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Dois quadros para o dia de hoje: entre Delacroix e Picasso

No plano das efemérides, o dia de hoje pode receber as cores de dois quadros, um e outro relacionados com momentos históricos bem conhecidos, ambos repletos de energia e de significado quanto ao que o poder tem de mais enérgico ou de mais macabro, os dois pintados quase sobre o momento dos acontecimentos (no mesmo ano em que sucederam, numa leitura que distou dois a três meses dos factos evocados).
A revolução decorrente dos acontecimentos de 1830 em França encontra expressão no quadro "A Liberdade guiando o Povo", de Delacroix (1798-1863), pintor romântico, nascido em 26 de Abril. Os acontecimentos a que o quadro respeita ocorreram em Julho e, poucos meses volvidos, no outono desse ano, Delacroix passava à tela a sua interpretação heróica, por vezes considerada panfletária também.


A outra tela escolhida é de Picasso e está relacionada também com um acontecimento histórico, muito triste acontecimento, diga-se. Também em 26 de Abril, mas em 1937, a população de Guernica foi bombardeada durante mais de três horas, com o apoio alemão, um ataque sob o regime franquista de que ainda hoje parece não haver certezas quanto ao número de mortos. Picasso (1881-1973), a viver em Paris na altura, fora convidado pelo governo espanhol no início do ano para pintar um mural que representasse a Espanha, com o objectivo de ser exposto na Exposição Universal de Paris, que se realizaria nesse ano (abertura em 12 de Julho). A ideia original de Picasso era pintar um elogio à arte; porém, ao saber dos acontecimentos em Guernica, mudou de opinião e o quadro que apresentou, cheio de movimento e de contrastes entre preto, cinzento e branco, teve o título de "Guernica", homenagem ao sofrimento e à dor, grito contra a destruição pela guerra.


domingo, 1 de janeiro de 2017

Efemérides de 2017 com muitas datas a assinalar



Bom 2017, em primeiro lugar!
O ano de 2017 foi declarado pela ONU como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, mas aquilo que pode ser assinalado neste ano em virtude das datas “redondas” é muito, como se pode ver:
800 anos (1217) - criação do primeiro convento dominicano em Portugal (Montejunto, Alenquer);
750 anos (1267) - Tratado de Badajoz (Castela renuncia à posse do Algarve, em 16 de Fevereiro);
550 anos (1467) - nascimento de Erasmo de Roterdão (28 de Outubro);
500 anos (1517) - provável primeira representação de Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente; nascimento de Francisco de Holanda (6 de Setembro) e do padre jesuíta Manuel da Nóbrega (18 de Outubro);
450 anos (1567) - publicação da Crónica de D. João II, de Damião de Góis;
400 anos (1617) - decapitação dos missionários portugueses João Baptista Machado (jesuíta) e Pedro Assunção (franciscano) no Japão (22 de Maio)
300 anos (1717) - 1ª reunião da futura Academia Real da História Portuguesa (Dezembro de 1717)
200 anos (1817) - fundação dos Maristas; morte de Gomes Freire de Andrade (18 de Outubro) e de Madame de Staël (14 de Julho); nascimento do lexicógrafo Pierre Larousse (23 de Outubro);
150 anos (1867) - abolição da pena de morte em Portugal para crimes civis, extinção da roda de enjeitados; Alexander Bell estabelece a primeira ligação telefónica (10 de Março); criação da Polícia Cívica, actual PSP (2 de Julho); Nobel faz a primeira demonstração da dinamite numa pedreira (14 de Julho); nascimento de Raul Brandão (12 de Março), de António Nobre (16 de Agosto), de Camilo Pessanha (7 de Setembro) e de Marie Curie (7 de Novembro);
100 anos (1917) - aparições de Nossa Senhora em Fátima (13 de Maio); Revolução Russa de Outubro (7 de Novembro); partida do Corpo Expedicionário Português (CEP) para a Flandres (embarque do primeiro contingente em 26 de Janeiro), em que se integrou o 3º Batalhão do Regimento de Infantaria 11 de Setúbal; nascimento de Nat King Cole (17 de Março), de Ella Fitzgerald (25 de Abril), de John Kennedy (29 de Maio), de Josué Montello (21 de Agosto), de Óscar Lopes (2 de Outubro), de Júlio Resende (23 de Outubro), de Romeu Correia (17 de Novembro) e de António José Saraiva (31 de Dezembro); morte de Manuel de Arriaga (5 de Março), de António Gonçalves Curado (4 de Abril), de Luís Zamenhof, criador do esperanto (14 de Abril), de Hermenegildo Capelo (4 de Maio), de António Feijó (20 de Junho), de Edgar Degas (27 de Setembro), de Auguste Rodin (17 de Novembro), de Emile Durkheim (15 de Novembro) e de Sidónio Pais (8 de Dezembro); publicação de Cantos, de Ezra Pound; primeira utilização do termo “surrealistas” por Guillaume Apollinaire (para qualificar os cenários e roupagens feitos por Picasso para o bailado “Parade”);
50 anos (1967) - assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz (17 de Maio); morte de Palmira Bastos (10 de Maio) e de “Che” Guevara (9 de Outubro).
E, tendo-se já referido duas efemérides em que a região de Setúbal pode estar envolvida (os centenários da participação do CEP na Flandres, no âmbito da I Grande Guerra, e do nascimento de Romeu Correia), mais algumas dessas datas “redondas” se entroncam com Setúbal neste 2017, como sejam:
600 anos (1417) - D. João II visita Setúbal (23 de Julho);
450 anos (1567) - morte de D. Gonçalo Pinheiro (14 de Novembro), setubalense, bispo de Viseu, participante no Concílio de Trento;
200 anos (1817) - nascimento de João Carlos de Almeida Carvalho, coleccionador de histórias e factos de Setúbal e construtor de um arquivo inesquecível para a história local sadina (5 de Março)
150 anos (1867) - primeira actuação da Sociedade Filarmónica Capricho Setubalense (22 de Novembro);
100 anos (1917) - fundação do União Futebol Comércio e Indústria (24 de Junho); nascimento de Ricardo Correia (7 de Janeiro), dirigente associativo e autor de história local;
70 anos (1947) - publicação da segunda obra de Sebastião da Gama, Cabo da Boa Esperança (Dezembro).
(actualizado em 7 de Fevereiro)

domingo, 10 de janeiro de 2016

2016 em efemérides




O ano de 2016 abriu com a edição de um calendário repleto de fotografias da zona da Arrábida, iniciativa da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), distribuído com a edição portuguesa de Janeiro da revista National Geographic. Em termos de efemérides, que nos traz este ano bissexto de 2016, além de ser o Ano Internacional das Leguminosas, o Ano Internacional dos Camelídeos e o Ano Internacional do Entendimento Global (declarados pela ONU) e ainda o Ano da Misericórdia (proposto pelo Papa Francisco) e o Ano Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (conforme declaração da Assembleia da República)?
Várias efemérides podem ser assinaladas ao longo de 2016, já que passam: os 500 anos da beatificação da Rainha Santa Isabel (15 de Abril de 1516), sobre a publicação das obras Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende (1516), e Utopia, de Tomás Moro; os 400 anos da morte de Miguel de Cervantes (22 de Abril de 1616) e de William Shakespeare (23 de Abril de 1616); os 350 anos do falecimento de Francisco Manuel de Melo (24 de Agosto de 1666); os 200 anos do nascimento de Charlotte Bronte (21 de Abril de 1816); os 150 anos do nascimento de António José de Almeida (17 de Julho de 1866), de Wassily Kandinsky (16 de Dezembro de 1866), de Euclides da Cunha (20 de Janeiro de 1866), de Romain Rolland (29 de Janeiro de 1866, tendo-se, no ano passado, cumprido o centenário sobre o Nobel da Literatura que lhe foi atribuído), de H. G. Wells (21 de Setembro de 1866), de Ramon del Valle-Inclan (28 de Outubro de 1866) e também da publicação de A Queda de um Anjo, de Camilo Castelo Branco (1866); os 100 anos do nascimento de Mário Dionísio (16 de Julho de 1916), Alexandre Babo (30 de Julho de 1916), Vergílio Ferreira (28 de Janeiro de 1916, passando também neste ano o 20º aniversário sobre o seu falecimento, em 1 de Março de 1996), François Miterrand (26 de Outubro de 1916, também falecido há 20 anos, em 8 de Janeiro de 1996), Camilo José Cela (11 de Maio de 1916), Léo Ferré (24 de Agosto de 1916) e Roald Dahl (13 de Setembro de 1916) e do falecimento de Mário de Sá-Carneiro (26 de Abril de 1916). O centenário passa ainda sobre uma das mais mortíferas batalhas da Grande Guerra, a de Verdun, em Fevereiro de 1916, sobre a declaração de guerra da Alemanha a Portugal, em 9 de Março de 1916, e sobre a publicação da obra Curso de Linguística Geral, de Ferdinand Saussure.
Podem ainda ser assinalados os 50 anos do falecimento de Walt Disney (15 de Dezembro de 1966) e do lançamento dos álbuns “Morte e Vida Severina”, de Chico Buarque, e “Strangers in the night”, de Frank Sinatra.
Em Setúbal, que, em 2016, tem o título de "Cidade Europeia do Desporto", há também momentos a assinalar, tais como: 450º aniversário do alvará que aprovou fundação do Hospital da Misericórdia, em Setúbal (22 de Dezembro de 1566); 250º aniversário do nascimento, em Setúbal, de Rodrigo Ferreira da Costa (1766); 200º aniversário do falecimento de Tomás Santos Silva (19 de Janeiro de 1816); 150º aniversário do falecimento de António Cândido Pedroso Gamito (16 de Abril de 1866) e da chegada de Hans Christian Andersen a Setúbal (8 de Junho de 1866); 100º aniversário da apreensão de navios alemães em portos portugueses, incluindo Setúbal (23 de Fevereiro de 1916) e 100º aniversário da partida de militares de Setúbal para participação na Grande Guerra, em África (18 e 19 de Setembro de 1916).
[actualizado em 23 de Janeiro]

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Efemérides para 2015



O ano de 2015 está anunciado como Ano Internacional da Luz e da Óptica, Ano Internacional dos Solos, Ano da Vida Consagrada e Ano Europeu para o Desenvolvimento, além de inaugurar a Década Internacional dos Afrodescendentes sob o lema "Pessoas Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento", período que vai decorrer entre o início de Janeiro de 2015 e o final de Dezembro de 2024. É também o ano em que se assinala o oitavo centenário da assinatura da Magna Carta em Inglaterra, em que prossegue a celebração dos “8 Séculos de Língua Portuguesa”, em que se assinala o 150º aniversário das leis da hereditariedade (devidas a Mendel, que as apresentou em 8 de Março de 1865) e é o segundo ano do centenário da Primeira Grande Guerra (e, a propósito, o dos 70 anos sobre o fim da II Grande Guerra e dos campos de concentração, sobre a morte de Anne Frank, em 31 de Março, e sobre as bombas atómicas de Hiroshima e de Nagasaki, em 6 e 9 de Agosto, respectivamente). Passam ainda 40 anos sobre a ocupação de Timor pela Indonésia.
Motivos para assinalar em 2015 não faltam: passam 500 anos sobre a morte de Afonso de Albuquerque (16 de Dezembro) e sobre o nascimento de Santa Teresa de Ávila; 250 anos sobre o nascimento de Bocage (15 de Setembro); 200 anos sobre o nascimento de D. Bosco (16 de Agosto), fundador dos Salesianos; 150 anos sobre a morte de Ramalho Ortigão (27 de Setembro) e sobre o nascimento do compositor Sibelius (8 de Dezembro), 100 anos sobre o nascimento de Ruy Cinatti (8 de Março), de Edith Piaf (19 de Dezembro), de Roland Barthes (12 de Novembro), de Orson Welles (6 de Maio) e de Frank Sinatra (12 de Dezembro) e sobre a morte de Sampaio Bruno (6 de Novembro); 50 anos sobre a morte de Winston Churchill (24 de Janeiro), de Humberto Delgado (13 de Fevereiro), de Nat King Cole (15 de Fevereiro), do pintor setubalense Fernando dos Santos (14 de Abril) e de Albert Schweitzer (4 de Setembro).
Cinco obras literárias passarão necessariamente por esta lista de efemérides: os 150 anos de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll; o centenário da revista Orpheu e do Manifesto Anti-Dantas, de Almada Negreiros; os 70 anos do livro de poemas Serra Mãe, de Sebastião da Gama; os 50 anos da obra Praça da Canção, de Manuel Alegre. A propósito de literatura, refiram-se ainda os 150 anos sobre a Carta ao Excelentíssimo Senhor António Feliciano de Castilho, redigida por Antero de Quental a partir de Coimbra (Novembro de 1865), iniciadora da "Questão do Bom Senso e do Bom Gosto".
Setúbal tem também motivos para celebrar culturalmente o ano de 2015: em Julho (16), serão volvidos 40 anos sobre a criação da diocese de Setúbal, devida a Paulo VI; em Janeiro (11), passam 60 anos sobre a criação do Museu Oceanográfico (reunindo o espólio de Gonzaga do Nascimento); em Abril (26), decorrem os 160 anos sobre a abertura do Teatro de Bocage (com entrada pela actual Avenida 5 de Outubro); em Maio (8), recaem 60 anos sobre a inauguração do actual edifício da Escola Secundária Sebastião da Gama (então designada por Escola Comercial e Industrial de Setúbal); em Julho (1), perfazem-se 160 anos sobre o aparecimento do primeiro periódico local, O Setubalense, devido a João Carlos de Almeida Carvalho (título que teve várias interrupções na publicação, mas que ainda hoje é retomado);  em Julho (4), completam-se 60 anos sobre a data em que o Vitória Futebol Clube ganhou a primeira Taça de Portugal, derrotando o Benfica por 3-1 (dois anos depois, bisaria a proeza); em Setembro (16), assinalam-se 60 anos sobre a inauguração do busto de Olavo Bilac na Praça do Brasil (poeta brasileiro que muito contribuiu para a divulgação de Bocage); em Novembro (12), a Associação do Clube Setubalense celebra os 160 anos; em Dezembro (21), decorrem 210 anos sobre a morte de Bocage. E, já agora, em Setembro (26), passam os 490 anos sobre o título de “Muito Notável” com que D. João III agraciou Setúbal. A cidade do Sado poderá ainda assinalar o primeiro centenário de jornais locais como O Mosquito (primeira edição em 1 de Janeiro de 1915), A Voz da Mocidade (21 de Janeiro de 1915), ABC (10 de Abril de 1915) e A Justiça (28 de Setembro de 1915), bem como o primeiro centenário da criação da delegação sadina da Cruz Vermelha Portuguesa.
Finalmente, uma evocação sobre duas proibições no domínio da cultura: há 50 anos o Ministro da Educação Nacional extinguia a Sociedade Portuguesa de Escritores após esta ter atribuído o prémio Camilo Castelo Branco a Luandino Vieira, então considerado um inimigo de Portugal; e, em 30 de Dezembro de 1965, o Serviço de Censura interditava a obra Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, organizada por Natália Correia. No relatório de leitura apresentado para despacho, o pressuroso leitor apreciador registava no penúltimo parágrafo: “Fica-nos pois a impressão de que esta obra pretende ser a contribuição comunista para as comemorações bocageanas que estão em realização.”

[agradeço a António Cunha Bento informações prestadas]
[actualizado em 9.Fevereiro.2015]

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Nos 150 anos do "Diário de Notícias": um suplemento a ler (e a guardar)



Há 150 anos, no dia de hoje, saía em Lisboa o primeiro número do Diário de Notícias, assinalando como proprietários os nomes de Tomás Quintino Antunes e de Eduardo Coelho, também redactor. Tinha quatro páginas, textos curtos e sem título e um editorial que ainda hoje tem todo o sentido no que à coerência a imprensa deve – pretendia “interessar a todas as classes, ser acessível a todas as bolsas e compreensível a todas as inteligências”, queria afirmar-se por uma “compilação cuidadosa de todas as notícias do dia, de todos os países e de todas as especificidades, um noticiário universal” e prometia um “estilo fácil e com a maior concisão”, visando informar “o leitor de todas as ocorrências interessantes”. Na sua estrutura da primeira página, não fugia à tradicional supremacia da família real e da religião, os dois pólos que garantiam os primeiros textos – o primeiro, dizendo que “Suas Majestades e Altezas passam sem novidade em suas importantes saúdes”, uma não notícia que sossegava as preocupações; os seguintes, informações de teor religioso, fossem informações ou registos de efemérides; depois, informação sobre as férias natalícias dos tribunais. A seguir, um pouco de tudo, com destaque para algo que constituía marca do tempo, como a aprovação de orçamento para apoio a construção de via férrea em França.
Olhando para a edição do Diário de Notícias de hoje, dirigido por André Macedo, as quatro páginas passaram a quarenta, isto é, dez vezes mais, e se repararmos no suplemento, com 144 páginas, a proporção vai para 36 vezes mais.
O suplemento que hoje é publicado é um documento histórico para guardar, não sendo por acaso que lhe é dado o título de capa de “150 anos de Portugal”. Com efeito, um diário com a idade de século e meio será um bom repositório do correspondente tempo da história do país, tal como, no final do editorial desta edição de aniversário, escreve André Macedo: o jornal, bem como o seu director, servem “para defender um património que pertence aos leitores e ao país, sem esquecer os accionistas, sem os quais nada disto pode acontecer”.
Um suplemento para guardar… porquê? É verdadeiramente um suplemento festivo, por onde passa a história, a criação, o retrato, assente sobre três vectores: o assinalar de 50 efemérides, com curto registo a propósito; os dias da História de quinze escritores portugueses contemporâneos; ensaios, reportagens e entrevistas de 15 áreas temáticas.
Relativamente às efemérides, registam-se: nascimento do Diário de Notícias (29-12-1864), carta de Vítor Hugo ao jornal a propósito da abolição da pena de morte para crimes civis em Portugal (10-07-1867), Comuna de Paris (27-05-1871), Ultimato inglês (13-01-1890), morte da rainha Vitória (22-01-1901), regicídio em Portugal (01-02-1908), exposição pública dos Painéis de S. Vicente depois de descobertos na igreja de S. Vicente de Fora (06-05-1910), implantação da República (05-10-1910), fim da Grande Guerra (11-11-1918), assassínio de Sidónio Pais (14-12-1918), chegada de Gago Coutinho e de Sacadura Cabral aos rochedos de São Pedro e São Paulo (19-04-1922), golpe do 28 de Maio (28-05-1926), chegada de Oliveira Salazar a chefe de Governo (05-07-1932), revolta na Marinha Grande (18-01-1934), início da Segunda Grande Guerra (01-09-1939), inauguração da nova sede do Diário de Notícias na Avenida da Liberdade (24-04-1940), exposição do Mundo Português (23-06-1940), rendição da Alemanha (07-05-1945), bomba atómica (06-08-1945), entrada de Portugal na ONU (14-12-1955), ataque de nacionalistas angolanos à Casa de Reclusão e ao quartel da PSP em Luanda (04-02-1961), conquista da Taça dos Campeões Europeus pelo Benfica (31-05-1961), queda da Índia portuguesa depois da operação Vijay lançada por Nehru (18-12-1961), assassinato de Kennedy (22-11-1963), incêndio do Teatro D. Maria em Lisboa (02-12-1964), centenário do Diário de Notícias (29-12-1964), eliminação de Portugal do Mundial de 1966 e lágrimas de Eusébio (26-07-1966), inauguração da ponte sobre o Tejo em Lisboa (06-08-1966), presença de Paulo VI em Fátima no que foi a primeira visita papal ao santuário (13-05-1967), chegada de Marcelo Caetano a presidente do Conselho na sequência de avc sofrido por Salazar (26-09-1968), chegada do homem à Lua (20-07-1969), morte de Salazar (27-07-1970), revolução “dos Cravos” (25-04-1974), “fim” do processo revolucionário em Portugal (25-11-1975), morte do Primeiro Ministro Francisco Sá Carneiro em desastre aéreo (04-12-1980), Carlos Lopes com medalha de ouro em Los Angeles (12-08-1984), entrada de Portugal na CEE (12-06-1985), eleição de Mário Soares como Presidente da República (16-02-1986), primeira maioria absoluta em eleições obtida pelo PSD com Cavaco Silva (19-07-1987), incêndio no Chiado (25-08-1988), derrube do Muro de Berlim (09-11-1989), libertação de Nelson Mandela (11-02-1990), início da Expo 98 com publicação do “Diário da Expo” a cargo do Diário do Notícias (22-05-1998), atribuição do Nobel da Literatura a José Saramago (08-10-1998), morte de Amália Rodrigues (06-10-1999), ataque às Torres Gémeas nova-iorquinas (11-09-2001), independência de Timor-Leste (20-05-2002), derrota de Portugal na final do Euro 2004 (04-07-2004), eleição de Barack Obama (04-11-2008) e morte de Eusébio (05-01-2014).
Os quinze escritores portugueses convidados a participar no dossiê intitulado “A que dia é que eu queria regressar?”, coordenado por João Céu e Silva, foram: António Lobo Antunes (n. 1942), sobre o dia em que soube do nascimento da sua primeira filha (22-06-1971); Afonso Cruz (n. 1971), sobre “hoje”; António Mega Ferreira (n. 1949), sobre o 5 de Outubro de 1910; Gonçalo M. Tavares (n. 1970), sobre o dia do assassinato do arquiduque austro-húngaro por Gavrilo Princip, que deu início à Grande Guerra; Hélia Correia (n. 1949), sobre a estreia de “Ballets Russes”; J. Rentes de Carvalho (n. 1930), sobre o dia do fim da Segunda Guerra Mundial (08-05-1945); Lídai Jorge (n.1946), sobre uma memória da infância, em 1954, 3m dia de nevão; Luísa Costa Gomes (n. 1954), sobre a inauguração do monumento a Cristo Rei (17-05-1959); Manuel Alegre (n. 1936), sobre a campanha de Humberto Delgado (31-05-1958); Maria Teresa Horta (n. 1937), sobre várias datas relacionadas com o feminismo; Mário de Carvalho (n. 1944), sobre a campanha de Humberto Delgado em Lisboa (16-05-1958); Mário Cláudio (n. 1941), sobre a sua data de nascimento (06-11-1941); Miguel de Sousa Tavares (n. 1952), sobre o desembarque dos Aliados na Normandia, em texto epistolar usando a assinatura de Salazar (07-06-1944); Nuno Júdice (n. 1949), sobre o dia da morte de Fernando Pessoa (02-12-1935); Valter Hugo Mãe (n. 1971), sobre o dia que constou como sendo o do fim do mundo (12-08-1978).
Relativamente à terceira área, em que se destacam alguns ensaios relacionados com a história e com o espólio do Diário de Notícias, é preenchida com os textos: “Um país de emigração maciça e baixa literacia”, de Manuel Villaverde Cabral; “Do censo dos 5 réis a um futuro com chips no bolso”, de Patrícia Jesus; “Antigos, porcos e maus: retrato passado menos que perfeito”, de Fernanda Câncio; “Quando o submarino Hunley afundou um navio da União e acabou a inspirar Júlio Verne”, de Leonídio Paulo Ferreira; “Eduardo Coelho, a vida dele dava um jornal”, de Ferreira Fernandes; “A caixa-forte dos seis milhões de mistérios”, de Artur Cassiano; “Títulos diários mais do que centenários”, de Abel Coelho de Morais; “A língua portuguesa como princípio e fim, numa universidade aberta ao mundo”, de Rui Marques Simões, incluindo entrevista com João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra; “’Do prémio que lhe sair por sorte na extracção da loteria’ à crise que atinge a classe média”, de Miguel Marujo, com entrevista a Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas; “Torre do Tombo: Quase cem quilómetros para contar a nossa história”, de Maria João Caetano, com entrevista a Silvestre Lacerda, director do Arquivo Nacional da Torre do Tombo; “Um ‘excesso de natureza’ talhado pelo homem com vista para o mundo”, de David Mandim, com entrevista a Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos Douro e Porto; “A associação para funcionários, famílias e ‘credores de gratidão’ que se tornou o sexto maior banco”, de Céu Neves, com entrevista a Paula Guimarães, directora do Gabinete de Responsabilidade Social do Montepio Geral; “Eça de Queirós – De Port Said a Suez”, com reprodução das quatro crónicas ecianas de  1870 a propósito da viagem para assistir à inauguração do canal de Suez; “Caça à entrevista de Hitler pelas cervejarias de Munique”, de Ferreira Fernandes, com reprodução da entrevista de António Ferro a Hitler; desenhos de André Carrilho sobre o que será o mundo em 2164.
O suplemento finda com a reprodução do número inaugural do Diário de Notícias, que acrescenta mais uma razão às oitenta anteriormente indicadas para um assinalar interessante de uma efeméride que, mais do que marcar a longevidade, destaca o a função do jornalismo e da informação.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Efemérides 2014


O ano de 2014 é marcado pelo centenário do início da Grande Guerra (28 de Julho de 1914), vulgarmente conhecida como Primeira Guerra Mundial, acontecida na sequência do assassinato do arquiduque Francisco Fernando de Áustria, ocorrido um mês antes em Sarajevo (28 de Junho de 1914), e pelo 40º aniversário da “Revolução dos Cravos”, em Portugal, em 25 de Abril de 1974.
Assinalando centenários de nascimentos de figuras destacadas, o ano de 2014 verá passar os de escritores como William S. Burroughs (5 de Fevereiro), Álvaro Salema (11 de Março), Octávio Paz (31 de Março), Marguerite Duras (4 de Abril) e Julio Cortázar (26 de Agosto); o do pensador jesuíta Lúcio Craveiro da Silva (27 de Novembro); os dos artistas Dorival Caymmi (30 de Abril), Maria Keil (9 de Agosto) e António Dacosta (3 de Novembro).
Relativamente ainda a nascimentos com celebrações “redondas”, poderão ser recordados 620 anos do infante D. Henrique (4 de Março de 1394), os 500 anos de Frei Bartolomeu dos Mártires (Maio de 1514), os 450 anos de Galileu (15 de Fevereiro), os 140 anos de Churchill (30 de Novembro de 1874), os 120 anos de Florbela Espanca (8 de Dezembro de 1894) ou os 90 anos de Sebastião da Gama (10 de Abril de 1924), António Ramos Rosa (17 de Outubro de 1924) e Alexandre O’Neill (19 de Dezembro de 1924), passando ainda neste ano os 90 anos do nascimento de Fernando Campos (23 de Abril de 1924) e de Mário Soares (7 de Dezembro de 1924).
Da vida se libertaram outros nomes, acontecimento sobre que passam também aniversários “redondos” em 2014, alguns deles correndo o risco de esquecimento: 2000 anos da morte de Augusto (19 de Agosto de 14), primeiro imperador romano; 490 anos da de Vasco da Gama (24 de Dezembro de 1524), descobridor; 90 anos da de Kafka (3 de Junho de 1924), escritor; 50 anos da de Daniel Filipe (6 de Abril de 1964), poeta; 40 anos das de Ferreira de Castro (29 de Junho de 1974) e Branquinho da Fonseca (7 de Maio de 1974), ambos escritores; 30 anos das dos poetas Raul de Carvalho (3 de Setembro de 1984) e Pedro Homem de Mello (5 de Março de 1984) e do professor e ensaísta Jacinto do Prado Coelho (19 de Maio de 1984); 20 anos da do pensador Agostinho da Silva (3 de Abril de 1994); 10 anos das dos poetas Sophia de Mello Breyner Andresen (2 de Julho de 2004), Emanuel Félix (14 de Fevereiro de 2004) e José Augusto Seabra (27 de Maio de 2004).
Efemérides ainda importantes são os 150 anos do jornal Diário de Notícias (29 de Dezembro de 1864) ou os 100 anos da criação da União Portuguesa de Futebol (31 de Março de 1914, mais tarde – a partir de 1926 – designada Federação Portuguesa de Futebol). Lembrando datas “redondas”, podemos ainda mencionar (nunca será em excesso pelo que os dois acontecimentos significaram) os 70 anos sobre a primeira utilização da câmara de gás de Auschwitz e sobre o gesto do cônsul português em Bordéus, Aristides Sousa Mendes, de começar a passar vistos a refugiados, contrariando as ordens do governo português.
Se perspectivarmos 2014 em função de Setúbal, vários acontecimentos podem ser memorados: 500 anos sobre a atribuição do foral novo a Setúbal por D. Manuel I (27 de Junho de 1514); 150 anos sobre a colocação da lápide na casa em que se presume que tenha nascido Bocage (a cargo de uma comissão presidida por Manuel Maria Portela, em 10 de Abril de 1864); 150 anos sobre os nascimentos de José Maria Rosa Albino (8 de Março de 1864) e de Paulino de Oliveira (22 de Junho de 1864), sendo que este último viria a falecer em 1914 (13 de Março), acontecimento sobre que passa o primeiro centenário. Um século passa ainda sobre a nomeação de João Vaz para director interino da Escola de Desenho Industrial Gil Vicente, em Setúbal, que, nesse 1914, iniciou o curso de comércio, passando a designar-se Escola Industrial e Comercial de Gil Vicente; 50 anos sobre a reabertura do Hotel Esperança no actual edifício (28 de Março de 1964); 25 anos sobre a inauguração do busto de Francisco Sá Carneiro (10 de Junho de 1989).
Em Palmela, pode também ser assinalado o ano de 2014 como o da passagem do centenário sobre a criação de um movimento de cidadãos (5 de Abril) visando a restauração do concelho de Palmela, que estava incluído no de Setúbal desde 1855 (e só se autonomizará em 1926) e o dos 150 anos da Sociedade Filarmónica Humanitária (8 de Outubro).
OBS.: Este postal teve a colaboração de António Cunha Bento, que agradeço.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Efemérides 2013


O ano de 2013 vai inaugurar o desaparecimento (ou suspensão) de feriados comemorativos de momentos marcantes da história portuguesa, como o 5 de Outubro e o 1 de Dezembro. São machadadas na memória, embora as datas se devam continuar a assinalar.
Mas 2013 é também um ano em que passam diversos centenários de figuras da cultura portuguesa a merecerem o registo, tais como Egar Cardoso, Ilse Losa, Álvaro Cunhal ou Calvet de Magalhães, todos nascidos em 1913. Do mundo da lusofonia, chegam-nos ainda os centenários do nascimento de Vinicius de Moraes e de Rubem Braga, e do estrangeiro, os de Albert Camus e Paul Ricoeur, também nascidos em 1913.
A onda dos centenários dos nascidos em 1913 é também forte em Setúbal, pois foi o ano em que surgiram os nomes dos pintores Celestino Alves e Le Mattre de Carvalho, da musicóloga Maria Adelaide Rosado Pinto, do poeta azeitonense Alcindo Bastos e do jornalista Eduardo Machado Pinto. O jornalismo setubalense tem, aliás, mais nomes que podem ser evocados em 2013 à conta dos números redondos, haja em vista o 50º aniversário do falecimento do jornalista Luís Faria Trindade e os dez anos sobre a morte de Rogério Severino.
A propósito de números redondos, se quisermos recuar mais, podemos lembrar o 260º aniversário do nascimento de Luísa Todi ou o 180º do nascimento de Manuel Maria Portela. Evocando nomes importantes para a cultura sadina, pela mesma razão dos números redondos e assinalando os seus desaparecimentos, podemos lembrar o arqueólogo António Inácio Marques da Costa (f. 1933), o cronista da história setubalense Manuel Envia (f. 1963) e o pintor Lima de Freitas (f. 1998).
Mas Setúbal tem ainda outros motivos intensos para lembrar em 2013: os 150 anos da inauguração da iluminação da cidade por meio de gás, os 100 anos da criação do Asilo Bocage e do Campo dos Arcos e os 60 anos da publicação da obra Pelo sonho é que vamos, de Sebastião da Gama (que constituiu a sua primeira obra póstuma sob o título de um dos seus mais conhecidos versos).
Entretanto, 2013 será também, por decisão da ONU, o Ano Internacional da Cooperação pela Água.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Efemérides de 2012

2012 a começar, revestido do seu halo de desconhecimento quanto ao que irá ser, muito anunciado como ano mau, difícil, de mudança… mas sabe-se lá o que vai ser!
Efemérides interessantes vão acontecer neste que, apesar de tudo, também vai ser o Ano Internacional das Cooperativas, o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos e o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade Intergeracional. Assim, aqui está um conjunto de marcos que devem chamar a atenção para 2012: o 100º aniversário do nascimento de Jorge Amado (10.08.1912-2001) e das mortes de Manuel Laranjeira (1877-22.02.1912) e de Bulhão Pato (1828-24.08.1912); o 200º aniversário do nascimento de Charles Dickens (07.08.1812-1870) e de Garcia Peres (04.08.1812-1902), este último com interesse relevante também para a história setubalense. Sem chegar ainda ao centenário, e também pela importância para a poesia portuguesa do século XX e para a literatura ligada à Arrábida, será também de assinalar o 60º aniversário da morte de Sebastião da Gama (1924-07.02.1952).
Claro que não pode ser esquecido o primeiro centenário do naufrágio do “Titanic” (15.04.1912), acontecimento quase mítico e referência do século XX…
Aditamento:
António Cunha Bento lembrou mais duas efemérides ligadas à história sadina: o 50º aniversário da inauguração do Estádio do Bonfim (16.09.1962) e o 450º aniversário da morte de Frei João Pinheiro, ocorrida em Roma, quando integrava o Concílio de Trento (02.03.1562).

domingo, 16 de maio de 2010

A propósito dos 60 anos sobre a escrita do "Diário", de Sebastião da Gama

“Uma leitura do Diário 60 anos depois” foi o tema que Fernando António Baptista Pereira trouxe ao Museu Sebastião da Gama, em Azeitão, nesta noite, actividade integrada na “Noite dos Museus”.
Foi uma leitura pessoal do Diário de Sebastião da Gama, obra escrita no período 1949-1950 (apenas publicada em 1958), justificada por se poder “encontrar nas páginas de Sebastião da Gama a paixão de ser professor”. Como ideias fortes, Baptista Pereira deixou a da pedagogia do Diário, em que “o grande segredo reside em gostar daquilo que se faz, em gostar dos outros”, a da actualidade desta obra e a da leitura do Diário como complemento da obra poética ou desta como complemento daquele, já que Sebastião da Gama “era poeta, homem e professor em todo o lado”.
Para Baptista Pereira, os vectores inovadores principais do Diário são: a modernidade pedagógica (não-directividade; recusa da punição em favor da consciencialização, da lealdade e da responsabilização), educação para a liberdade e para a cidadania, acompanhamento individual dos alunos dentro e fora da sala de aula e não esquecimento dos alunos durante as férias.
Ao longo da comunicação, houve excertos da obra, a comprovarem a actualidade da sua mensagem, bem como a valorização do Sebastião da Gama pedagogo e poeta, que se retratou nos poemas “O menino grande” e “Carta de guia”, ambos datados de 1946 e ambos publicados postumamente, em Itinerário paralelo (1967), focagens que cantam a alegria permanente, visível também nas entradas do Diário como ingrediente necessário para se educar.
No final, ficou a sensação da necessidade de esta obra dever ser de leitura e estudo obrigatório na formação de professores. Na prática dos professores, acrescento, e, já agora, leitura recomendada para quem tenha preocupações na área da educação, independentemente da função que desempenha.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Setúbal tem 150 anos de cidade

Cartaz do 150º aniversário da elevação de Setúbal a cidade, concebido sobre pormenor de desenho de Nogueira da Silva alusivo à recepção que Setúbal fez a D. Pedro V em 1860, ano em que Setúbal obteve esse estatuto. O desenho original foi publicado no Archivo Pittoresco (vol. 3, 1860, nº 38).

terça-feira, 6 de abril de 2010

10 de Abril, dia de Sebastião da Gama

Dentro de poucos dias, em 10 de Abril, passará o 86º aniversário do nascimento de Sebastião da Gama, o poeta que transformou o dia em que nasceu num "Pequeno Poema", que cantou a Arrábida, que deixou um Diário como obra pedagógica de referência, que deixou marca na poesia e na cultura portuguesa. A Associação Cultural Sebastião da Gama e a Câmara Municipal de Setúbal têm previstas várias actividades para esse dia. Consulte o programa aqui.

domingo, 28 de março de 2010

Alexandre Herculano nasceu há 200 anos

Alexandre Herculano, por João Pedroso (1877)

Passam hoje 200 anos sobre o nascimento de Alexandre Herculano. Vale a pena evocá-lo por tudo aquilo que ele simbolizou como homem de cultura e de pensamento, é verdade. Mas também podemos lembrar Herculano, sobretudo nós que vivemos aqui ao pé da Arrábida, pelos seus laços a esta região, designadamente à serra da Arrábida.
É dele um dos mais românticos poemas sobre a serra, intitulado “A Arrábida”, escrito em 1830, com dedicatória para o liberal Rodrigo de Fonseca Magalhães (1787-1858) e depois inserido na obra A harpa do crente (1838). Nas suas 17 partes, este longo poema canta as maravilhas da Natureza, põe o homem e Deus frente a frente e exalta a liberdade. É desse texto que se transcreve uma estrofe:

Oh, que viesse o que não crê, comigo,
À vicejante Arrábida de noite,
E se assentasse aqui sobre estas fragas,
Escutando o sussurro incerto e triste
Das movediças ramas, que povoa
De saudade e de amor nocturna brisa;
Que visse a Lua, o espaço opresso de astros,
E ouvisse o mar soando: ele chorara,
Qual eu chorei, as lágrimas do gozo,
E, adorando o Senhor, detestaria
De uma ciência vã seu vão orgulho.

A ligação de Alexandre Herculano a esta região foi já divulgada num pequeno ensaio de José Paulo Vaz, Herculano em Sesimbra – Subsídios para uma Biografia de Alexandre Herculano (Sesimbra: ed. Autor, 2005), e a Arrábida como motivo de um seu poema não é de estranhar, uma vez que, além de a serra poder configurar um cenário excelente para a estética romântica, Alexandre Herculano conhecia bem a região, pois foi arrendatário da Quinta do Calhariz por um período de quase uma década (1854-1863). Bulhão Pato, que era amigo e visita de Herculano, registou uma ida ao Calhariz em 1856, dando testemunho sobre o sentido prático e o humor do amigo (“A Casa da Ajuda de 1847 a 1851”. Memórias – I. Lisboa: Perspectivas e Realidades, 1986):

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sebastião da Gama, 58 anos depois

Sebastião da Gama no Estoril (em 22 de Setembro de 1950)
Foi no dia de hoje de há 58 anos, em 1952, que Sebastião da Gama faleceu no Hospital de S. Luís, em Lisboa, com 27 anos, vítima de uma tuberculose que o acompanhou em grande parte da sua vida. O blogue da Associação Cultural Sebastião da Gama divulga hoje uma bela carta de um dos seus maiores amigos, Luís Lindley Cintra, escrita uma semana depois do desaparecimento do poeta, que dava início ao caminho da memória. Vale a pena ir até lá e lê-la. E, como homenagem, convida-se o leitor a procurar um poema de Sebastião da Gama no dia de hoje...

sábado, 9 de janeiro de 2010

Rostos (139) - Luísa Todi

Luísa Todi
(medalhão na casa em que se diz que nasceu, em 9 de Janeiro de 1753, na Rua da Brasileira, em Setúbal)