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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Afonso Cruz - Por falar em livros...



“Os livros são seres pacientes. Imóveis nas suas prateleiras, com uma espantosa resignação, podem esperar décadas ou séculos por um leitor.” Esta personificação sobre a resiliência dos livros é trazida por Afonso Cruz na sua recente obra O vício dos livros (Companhia das Letras, 2021), três dezenas de textos em que são contadas histórias relacionadas com livros, leitores e descobertas.

Tão interessante sensibilidade dos livros pode ser encontrada num texto intitulado “Porque não há muitos leitores”, exercício de reflexão sobre a vontade que não existe nos não-leitores para descobrirem a mensagem que escorre pelas páginas, com o argumento repetitivo da “falta de tempo”... isto é, para se ser mais claro, reconhecendo que ler dá trabalho e exige condições específicas - a atenção, o silêncio, o recolhimento, numa palavra, a dedicação do leitor, que nunca pode esperar uma compensação imediata.

Por estas incursões passam histórias sempre dominadas pela marca comum da valorização do protagonista que o livro assume ser. Umas são passadas com outros escritores e leitores - Kafka e as cartas de uma boneca para a sua dona-menina até um final feliz, Balzac e a sentida morte da personagem que era a duquesa de Langeais, Dionísio de Siracusa e os seus versos sem arte que nem o autoritarismo conseguiu impor, Eurípides e a força da poesia libertadora de escravos, a máxima que Ramsés II escolheu para a sua biblioteca - “casa para terapia da alma”. Outras ocorreram entre pessoas que sentem a vida pelas histórias que protagonizam - a avó quase centenária que se sentia útil por poder contar as suas memórias ou a discussão nos Montes Urais sobre a maior importância da poesia ou da prosa que levou a que o defensor da poesia matasse o seu oponente. Há momentos que foram vividos pelo próprio autor, relatados numa revisitação autobiográfica enquanto leitor - o adolescente que procurava a distância mais longa entre dois pontos para o tempo render em favor da leitura, a descoberta de uma escritora árabe para quem a leitura originou a sua libertação, a experiência são-tomense em torno do sabor e do afecto revelado pela atenção dada às palavras, a dedicatória deixada pelo avô num livro para o neto só descoberta vinte anos depois da morte do avô. E há a reprodução de muitas reflexões sobre a leitura, geralmente pontos de partida para associação de outras ideias ou para reflexão própria sobre o acto e o gosto de ler - de resto, a obra conclui com mais de três dezenas de referências bibliográficas, maioritariamente relacionadas com o triângulo formado pelo livro, escrita e leitura.

Algumas crónicas deste livro são curtas, quase não ultrapassando o apontamento. Outras surpreendem pelas associações e pelos extremos a que a paixão pelo livro pode levar. Em todas surgem verdades intensas sobre o acto de ler, num enredo capaz de enlaçar o leitor, que nelas acaba por se encontrar. É que “abrir um livro é abrir pessoas e explorar o nosso próprio mundo através da experiência dos outros. O território inexplorado dentro de nós é acessível através dessa imersão em personagens que nunca fomos e jamais seríamos ou talvez venhamos a ser, e em vidas que nunca tivemos e jamais teríamos ou vidas que serão o nosso destino. As personagens dos livros que lemos são o meio de transporte para o que não somos, ou melhor, para o que somos sem ser.” Afonso Cruz, leitor e construtor de personagens, dixit...

* J. R. R. "500 Palavras". O Setubalense: nº 620, 2021-05-12, p. 9.


quinta-feira, 9 de abril de 2020

Guias para o jardim da Arrábida



A Arrábida provoca o deslumbramento com a tela da serra, como provam dois roteiros de ajuda: o primeiro, Flores da Arrábida - Guia de Campo, de José Gomes Pedro e Isabel Silva Santos (Assírio & Alvim, 2010), com primeira edição em 1998, a tempo da Expo-98, caracterizando 200 flores, traçando um retrato do habitat que a Arrábida constitui, e completando-se com esclarecedor glossário técnico e índices por nomes científicos e por nomes vulgares atribuídos às plantas; o segundo, Flora da Arrábida e Espichel - Guia de Campo, de Francisco Luís Rasteiro (Núcleo de Espeleologia da Costa Azul, 2019), que identifica 633 espécies vegetais da serra, “resultado de quinze anos de registos fotográficos” e de pesquisa botânica de três anos, apresentando igualmente índices por família e pelo nome científico.
As duas obras são interessantes pela recolha, pelo cuidado científico (descrição das formas florais, das folhas, das inflorescências, das características eco-fenológicas), pela intenção pedagógica (recomendações e conselhos sobre o uso das plantas) e pelo apontamento fotográfico de todas as plantas referidas.
Passeie o viajante na Arrábida com os guias na mão que vai descobrir muito. Por exemplo, plantas fortemente ligadas à serra - por serem endémicas, umas; por estarem ligadas a características que marcam a cultura local, outras, como o “carrasco” (hospedeiro da grã, que produz a tinta escarlate já conhecida pelos Romanos), o “cardo-do-coalho” (indispensável para o fabrico do queijo) ou a “murta” (importante para o licor arrabidino).
Mas também pode o leitor descobrir nestes guias um mundo de associações... As designações vulgares atribuídas às plantas, talvez derivadas do poder sugestivo que estas apresentam, dão interessante percurso pelo poder metafórico da linguagem. Nessas classificações, os nomes de animais ou de partes do corpo animal são frequentes, como se pode ver nos casos de: “abelhinhas” (ou “quilhão-de-galo”), “arrebenta-boi” (ou “uva-de-cão”), “barba-de-falcão”, “boca-de-lobo”, “corno-de-veado”, “cristas-de-galo” (ou “calças-de-cuco”), “erva-abelha”, “erva-borboleta”, “erva-carapau”, “erva-das-pulgas”, “erva-percevejo”, “erva-vespa”, “flor-dos-macaquinhos” (ou “flor-dos-rapazinhos”), “flor-dos-passarinhos”, “focinho-de-rato”, “língua-de-cão” (ou “orelha-de-lebre”), “língua-de-ovelha”, “olho-de-mocho”, “pé-de-burro”, “pé-de-corvo”, “pé-de-galinha”, “rabo-de-cão”, “rabo-de-lebre”, “rabo-de-raposa”, “testículo-de-cão” e “tripa-de-ovelha”. Outros nomes, com cariz mais poético, também devem ser lembrados: “beijos-de-estudante”, “bela-luz”, “bons-dias”, “cardo-beija-na-mão” ou “saudades”. A imagem fradesca igualmente perpassa pela terminologia em casos como “capuz-de-frade” e “orelha-de-monge”, ainda que esta também surja conhecida por outra designação muito pouco conventual como seja “umbigo-de-vénus”, em todo o caso uma imagem bem mais reservada do que a sugerida por “dama-nua”...
As flores povoam frequentemente a literatura e, apesar de a escolha quase não ter limites, há duas a não esquecer: a “bonina” (ou “margarida”), imagem que Camões escolheu para lembrar a face de Inês de Castro, e a “esteva”, que titulou em 2004 obra póstuma de Sebastião da Gama, que bem recheou de flores arrábidas a sua poesia.
A quantidade de flores e de plantas que vivem na Arrábida bem teria ali justificado um passeio da deusa Flora e do seu apaixonado Zéfiro pelo deslumbramento entre o casal e pelo encanto da Natureza... Na dúvida se eles por ali terão passado, façamos nós essa incursão, mesmo que através da leitura...
in O Setubalense: 2020-04-08

terça-feira, 3 de abril de 2018

Rui Canas Gaspar conta as histórias da várzea sadi(n)a



“Esta será provavelmente a última oportunidade que teremos para salvar o pouco que ainda resta da várzea de Setúbal, ou seja, dar o devido uso aos terrenos ainda livres de betão. (...) Trata-se de terra agrícola onde, em tempos passados, existiram lindas e produtivas quintas e que presentemente se encontra parcialmente ocupada por edifícios habitacionais, de comércio ou serviços. É aqui que agora se pretende construir o maior parque verde sadino, como se de uma última e necessária fronteira entre o passado e o futuro se tratasse.” Estas são as frases iniciais do mais recente livro de Rui Canas Gaspar, A Última Fronteira - Várzea de Setúbal (Setúbal: ed. Autor, 2018), que, no sábado, vai ter apresentação pública na Biblioteca Municipal de Setúbal.
Pelas suas cerca de duas centenas e meia de páginas passa um texto introdutório assinado por Carlos Frescata, que relembra a sua intervenção em prol do ambiente em Setúbal e o papel que a sua geração teve em torno do movimento “Setúbal Verde”, e passam crónicas repletas de histórias e de memórias da várzea setubalense, que foi povoada por quintas, experiências e vidas agrícolas, um espaço a fazer a ligação entre a Setúbal à beira-rio e próxima do mar e a Palmela mais vocacionada para a agricultura.
Aquilo a que hoje se vai chamando “várzea” é apenas uma parte do que ela na verdade foi. Mas o crescimento da cidade foi implacável com esse território ao longo dos tempos, desde a instalação do liceu e da escola básica de 3º ciclo, dos espaços desportivos, das habitações, dos estabelecimentos comerciais, até às faixas rodoviárias. As quintas que alimentaram e sustiveram a várzea são hoje nomes de referência histórica que preenchem memórias. Neste livro, Canas Gaspar leva-nos a visitar algumas dessas quintas (da Azeda, da Azedinha, da Boa Esperança, da Inveja, da Môca, das Palmeiras, do Paraíso, de Prostes, do Quadrado, da Restaurada, da Saudade, da Varzinha); evoca histórias como as do Palácio dos Aciprestes, da tragédia do dono da Quinta do Paraíso numa escaramuça entre liberais e absolutistas, do corte de passagem junto à azinhaga de São Joaquim levado a efeito por jovens da Quercus; relembra personagens como o chefe escutista Joaquim Farinha (que chegou a encontrar-se com o astronauta Neil Armstrong) ou como Joaquim, “o último pastor da várzea”; chama traços caracterizadores de Setúbal como a produção de laranja e os respectivos licor e doce, como as memórias ligadas à ribeira do Livramento (é, aliás, este curso de água que constitui importante pista para uma visita à várzea e às suas histórias).
No final do livro, Canas Gaspar refere ainda o que é o projecto para o futuro da várzea, um Parque Urbano em que é apontada a área de 400 mil metros quadrados, que, “para além de parque lúdico, deverá ter a importante função de defesa da cidade contra o risco de inundação” e constituirá um espaço recreativo e ambiental de elevada importância. Ainda que este projecto venha pôr fim à várzea enquanto espaço agrícola, Canas Gaspar conclui com optimismo que “a necessária e urgente obra só por si será uma lufada de ar fresco e puro, constituindo certamente a última fronteira entre o tentacular betão que paulatinamente tem vindo a impermeabilizar os solos e o verdejante campo que envolve esta linda cidade localizada estrategicamente entre o verde e o azul, uma terra que cada vez mais pessoas escolhem para viver.”
A Última Fronteira - Várzea de Setúbalé um livro que se lê com agrado, ao ritmo da crónica, apontando como máxima pretensão uma viagem pela identidade através de uma viagem no tempo e também a consciência que todos devemos ter quanto ao papel que a Natureza para si reivindica e que passa pelas condições para que a vida seja mais equilibrada.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Para a agenda - Os 100 Melhores Livros



Escolher "Os 100 Melhores Livros de Todos os Tempos" vale pelo título e pela curiosidade suscitada pelas opções. Poderíamos perguntar quais são os segundos 100 melhores, bem como poderíamos fazer depender a lista das vontades, prazeres e descobertas de cada leitor... Confessemos que, mesmo assim, entre os "100 Melhores" deverá haver alguns títulos de concordância quase universal...
Entre 24 de Abril e 6 de Maio, a Biblioteca Pública Municipal de Setúbal vai "atrever-se" a mostrar "Os 100 Melhores Livros de Todos os Tempos", que é como quem diz: vai desafiar o leitor para essa centena de títulos, que se deixará tentar - tem de ser - pela correspondência entre as leituras que fez e as que lhe são mostradas e poderão servir como motivação para novas leituras... O pretexto, além da dinamização da leitura, será o da celebração do Dia Mundial do Livro.
Quase no final da exposição, em 5 de Maio, está prevista tertúlia a propósito, pelas 18h00.
Para a agenda!

quarta-feira, 1 de março de 2017

Para a agenda: José Manuel Graça Dias apresenta Goa na Culsete



A Livraria Culsete, em Setúbal, não chegou a fechar. Ainda bem para todos, ainda bem para a cultura, ainda bem para o livro, ainda bem para Setúbal! As portas mantiveram-se abertas e há uma equipa de trabalho que está disponível, que ajuda e que se esforça nesta saga do que é o livro.
Além do mais (que não é pouco) a Culsete continua disponível para a promoção do livro e a prova é a iniciativa que vai acontecer já no dia 3, sexta-feira: José Manuel Graça Dias, co-autor de Goa - Passado Que Futuro? (edição de Calçada das Letras), vai estar presente em sessão na livraria, pelas 18h00. A obra tem ainda como co-autora Elsa Rodrigues dos Santos e a sua temática goesa passa pelas áreas da História, da geografia, da economia, da cultura e da política. Para a agenda!

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Para a agenda: António Oliveira e Castro e o terceiro romance


António Oliveira e Castro, setubalense por adopção, terá o seu o seu terceiro romance, Coleccionadores de Sonhos (Lisboa: Gradiva), apresentado por Viriato Soromenho-Marques, em 24 de Fevereiro, na Casa da Cultura, em Setúbal, pelas 22h00. Para a agenda!

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Para a agenda: José-António Chocolate apresenta poesia



Tarde de música e de poesia é o que se anuncia para sábado, 18 de Fevereiro, pelas 16h00, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal, momento em que José-António Chocolate apresentará o seu mais recente livro, Moinante de Silêncios e de Afetos. A sessão contará com a participação do Conservatório Regional de Música de Setúbal, de Jorge Ganhão e do jornalista Raul Tavares, que conversará com o autor. Para a agenda!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Para a agenda: António Galrinho em dois livros



António Galrinho, habitualmente a falar sobre arte, já com obra publicada, apresenta, em 12 de Novembro, não 1, mas 2 títulos de sua autoria na Biblioteca Municipal de Setúbal: Escritos de Juventude e Através do ar e da luz, ambos com a chancela da Temas Originais. Na Biblioteca Municipal de Setúbal, pelas 16h00. Para a agenda!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Para a agenda - Jorge Silva Melo em Setúbal



Cinema, conversa e livro. Três num só. Num encontro com Jorge Silva Melo. Amanhã, na Casa da Cultura, em Setúbal, pelas 21h30, no programa "Muito Cá de Casa", com a responsabilidade de José Teófilo Duarte. Para a agenda!

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Para a agenda - Arruada de Livros em Setúbal

Vai ser a IV edição da Arruada de Livros, organizada pela livraria independente Culsete, em Setúbal. Com animação, leituras, palestras... Para já, o programa da abertura do dia 1 de Julho, com o Grupo "Água de Beber". Depois, é para continuar! Forma agradável de levar os livros aos leitores e os leitores até aos livros. A participar!



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Para a agenda: Alice Brito, o segundo romance



Na senda da qualidade de escrita do primeiro romance, As Mulheres da Fonte Nova, eis o segundo romance de Alice Brito, O dia em que Picasso encontrou Estaline na biblioteca. A ser apresentado hoje, à noite, na Casa da Cultura, com a presença da autora, de Fernando Rosas e de Rosa Azevedo. Um livro de qualidade. A ler, obrigatoriamente. Para a agenda.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Grandes entrevistas da História, com o "Expresso" (5)



Entrevistas realizadas na última década do século XX e no primeiro lustro do século XXI constituem o sexto volume de Grandes Entrevistas da História, que o semanário Expresso está a publicar, sendo protagonistas desta série: José Saramago (Clara Ferreira Alves, Expresso, 02-11-1991), João Havelange (Andrés Mercé Varela, La Vanguardia, 17-04-1994), António de Spínola (José Pedro Castanheira, Expresso, 30-04-1994), Osama Bin Laden (Robert Fisk, The Independent, 22-03-1997), Michael Jackson (Edna Gundersen, USA Today, 14-12-2001), Gilberto Gil (Joaquim Ibarz, La Vanguardia, 05-01-2003), Hugh Hefner (Lluís Amiguet, Magazine, 13-04-2003), Bansky (Simon Hattnestone, The Guardian, 17-07-2003), Dalai Lama (Luke Harding, The Guardian, 05-09-2003) e Tony Blair (Jeremy Webb, New Scientist, 01-11-2006).
A entrevista de José Saramago tem como pretexto a publicação do seu romance (que gerou polémica) O Evangelho segundo Jesus Cristo e serve para o autor falar de cristianismo, de comunismo, de ideologia e da história do mundo. Na conversa, Saramago explica-se: “A tese escondida é a de que eu digo, em primeiro lugar, que o cristianismo não valeu a pena; e em segundo, que se não tivesse havido cristianismo, se tivéssemos continuado com os velhos deuses, não seríamos muito diferentes daquilo que somos”. Se se justifica quanto ao livro e quanto às ideias feitas sobre a religião, também se afirma relativamente ao Partido Comunista e à ideologia – “a União Soviética não é nem nunca foi, para mim, uma referência política ou ideológica”, chegando a afirmar que sairá do partido “se um dia se sentir mal”. A questão da sua escrita no que se relaciona com a dimensão histórica, do tempo, também lhe merece aprofundamento: “Agrada-me pensar que o tempo não é essa diacronia, essa sucessão de momentos, agrada-me pensar no tempo como uma espécie de imensa tela onde se projectam e se fixam os acontecimentos.”
O outro português sentado nesta mesa das entrevistas é António Spínola, o homem que povoou as primeiras páginas dos jornais durante muito tempo, sobretudo a propósito dos acontecimentos decorrentes  do 25 de Abril de 1974. É uma entrevista de memórias quanto ao que se passara anos antes, oscilando entre a dedicação ao 25 de Abril e um certo ajuste de contas com políticos e sectores, como o MFA (Movimento das Forças Armadas) e o PCP. Nem tudo é pormenorizado ao ponto de o leitor poder avaliar as posições. Certo é que o militar se sobrepõe ao político. Não escondendo a razão de ser do monóculo (algo que usava por tradição recebida dos oficiais de cavalaria), explica-se quanto ao que viveu na Guiné e quanto à emergência que era a independência daquele território. Personalidades como Costa Gomes, Rosa Coutinho ou Vasco Gonçalves não são poupadas e, na história política que viveu, não esqueceu a parte do MDLP (Movimento Democrático de Libertação de Portugal). Ao seleccionar o seu maior sucesso político, optou: “ter colaborado abertamente nos objectivos previstos no 25 de Abril, que, em última análise, se resumiram à restituição da liberdade e da democracia ao povo português”. E quanto ao sucesso militar, destaca, a fechar a entrevista: “ter participado como voluntário na Guerra do Ultramar, onde tive o privilégio de correr riscos ao lado dos nossos extraordinários soldados, lídimos representantes do ancestral patriotismo do povo português”.
Do Brasil, foram convocados também dois nomes: primeiro, o de João Havelange, fluminense que presidiu à FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado) entre 1974 e 1998, numa conversa que passa pelo vasto mundo do futebol a nível mundial, com ideias sobre inovações, com responsabilidades, tocando, entre outros, os problemas da massificação e da arbitragem. A fechar o encontro, Havelange refere: “penso no futebol, que é a grande paixão do mundo actual, e tento dar o equilíbrio para que esta paixão seja um elemento civilizador da nossa sociedade”. O outro entrevistado é Gilberto Gil, músico e político do governo de Lula da Silva (em que interveio como Ministro da Cultura), em conversa tida com o jornalista no dia em que tomou posse no cargo. A conversa ficará marcada por esse momento, uma vez que o tema foi a política cultural a implementar, com destaque para o fomento da criatividade, uma vez que “a política cultural não pode deixar todos os seus trunfos à mercê de ventos, sabores e caprichos do deus Mercado”.
Da área da política aparecem mais três nomes: Dalai Lama, Tony Blair e Osama Bin Laden. Quanto ao primeiro, o décimo-quarto Dalai Lama do Tibete, um monarca que perdeu o reino por imposição do governo chinês, deixa uma entrevista pincelada pela amargura do exílio forçado e pela dúvida quanto ao futuro no que toca ao sucessor. Apesar destes traços, o discurso é apaziguador – “a melhor solução para um problema consegue-se através do diálogo”. No caso de Tony Blair, a conversa, atendendo à publicação que a reproduziu, toca um tema candente como seja a ligação da política com a ciência, defendendo Blair a necessidade de a política britânica ter de considerar “a ciência tão importante como a estabilidade económica”, assim como a urgência de académicos e empresários irem à escola com o objectivo de despertarem “entusiasmo nos alunos, não só pelas descobertas científicas, mas também pela infinidade de oportunidades laborais” existentes na área. O tema vinha a propósito de acontecimentos ocorridos no tempo da governação de Blair – a clonagem, as culturas transgénicas e as recusas por parte da população na administração de algumas vacinas. O terceiro entrevistado, Bin Laden, faz girar a conversa em torno da guerra santa contra os Estados Unidos, quase único inimigo, bem como a dose de ameaças relativamente à América, que o entrevistador não sublinhou convenientemente, só a tendo valorizado após o 11 de Setembro. A peça jornalística, cujo autor chegou três vezes à fala com Bin Laden, oscila entre os géneros entrevista e reportagem, já que também narra, com algum pormenor, a viagem ao encontro do dirigente fundamentalista.
Do mundo do espectáculo e da arte são os outros três entrevistados: Michael Jackson, Hugh Hefner e Bansky. O encontro com Jackson resulta numa entrevista fortemente condicionada, já que a conversa teve a presença de assessores do artista, que impediram que algumas perguntas fossem feitas ou desviaram a atenção das respostas, sobretudo quando relacionadas com a vida privada do artista ou com os escândalos que o acompanharam. Jackson aceitou apenas falar de música, de “show”, ainda que se deslumbre a falar dos filhos e que tenha confessado ter tido uma infância perdida. A razão de entrevista tão condicionada é exposta por Jackson: “se aceitasse entrar na esfera pessoal, seria o único assunto de que as pessoas falariam”. Assim, forte é a paixão pela música e pelo reviver de alguns momentos em palco e com os seus fãs. Hugh Hefner surge entrevistado sem ser para a publicação que fundou e com que alcançou fama e sucesso, apesar de o pretexto da entrevista serem os 50 anos sobre a fundação dessa revista, a Playboy. Assim, o diálogo versa sobre as vitórias e dificuldades do projecto, visando uma nova ideia do homem moderno, em muito criado e vivido na própria personalidade do fundador Hefner. Com o ar mais solene, o entrevistado comenta: “Sempre disse que a Playboy não é uma revista de sexo, mas sim uma publicação sobre estilos de vida que dedica especial atenção ao sexo, porque o sexo é uma parte importante da vida”. E uma curiosidade: a revelação de que o primeiro número da publicação não teve data registada porque, por razões económicas, não havia a certeza de vir a ser feito um segundo número…
O último entrevistado deste lote é Banksy, o artista de paredes que ninguém identifica. Sem fotografia, Banksy ajuda a construir o seu próprio anonimato, tomando posições contra marcas e códigos, comprazendo-se com o viver no fio da navalha para não ser descoberto. Com orgulho, afirma: “a lista dos trabalhos que recusei é muito mais extensa do que a dos trabalhos que fiz. É como um currículo ao contrário, é estranho.” Depois, é o desenrolar de histórias sobre os desenhos em paredes, seguindo o princípio do graffiti quanto à efemeridade, mas com a eficácia da crítica e do fazer pensar, porque “a graça está em dedicar menos tempo a fazer o desenho do que as pessoas a observá-lo”.
Tempos de crise, de mudanças, de reflexão sobre o tempo e a forma de se estar constituem esta dezena de entrevistas, que acentua a quantidade de questões que o século XXI tem ainda para resolver, se é que essa vai ser uma preocupação…

Sublinhados
Música – “A música é um mantra que alivia a alma. É terapêutica. É algo necessário para o corpo, como o alimento. É muito importante compreender o poder da música. Seja onde for, num elevador ou numa loja, a música influencia a forma de comprar ou a forma como tratamos a pessoa que temos a nosso lado.” [Michael Jackson. Entrevista a Edna Gundersen, em USA Today (14.Dezembro.2001). Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Lisboa: “Expresso”, 2014, pg. 70]

Religião – “As religiões tanto servem para sobreviver às perseguições como para fazer perseguições, e os perseguidos vão por seu turno refugiar-se noutra religião que fará outros perseguidos.” [José Saramago. Entrevista a Clara Ferreira Alves, em Expresso (02.Novembro.1991). Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Lisboa: “Expresso”, 2014, pg. 17]

[Com a próxima edição do Expresso, o último volume da série, o nº 7]


sábado, 6 de dezembro de 2014

Grandes entrevistas da História, com o "Expresso" (4)



As dez personagens reveladas no quinto volume de Grandes Entrevistas da História (em publicação a cargo do semanário Expresso), que abrange o espaço temporal entre 1971 e 1990, são: Margaret Thatcher (Terry Coleman, The Guardian, 02-11-1971), Stanley Kubrick (Gene Siskel, Chicago Tribune, 13-02-1972), Yasser Arafat (Oriana Fallaci, Intervista con la Storia, 1974), Álvaro Cunhal (Oriana Fallaci, L’Europeo, 06-06-1975), Amália Rodrigues (Miguel Esteves Cardoso, Se7e, 24-11-1982), Pablo Escobar (Yolanda Ruiz, RCN Radio, 1988), Steve Jobs (Bob Burlingham e George Gendron, Inc., 04-1989), Jack Nicholson (Gene Siskel, Chicago Tribune, 12-08-1990), Luciano Pavarotti (Màrius Carol, Magazine, 02-09-1990) e Ayrton Senna (Gerald Donaldson, McLaren, 09-1990).
Na entrevista com Amália, além de surpreender o tom de abertura e de rapidez com que a conversa se desenrola, é ainda de enaltecer o formato de texto devido a Miguel Esteves Cardoso, perguntas e respostas segmentadas em dez partes, cada uma delas tendo como título um mandamento, resultante do conteúdo e da dose de revelação que surge nas respectivas respostas. Uma estratégia coerente, pois que o jornalista se metaforiza em profeta, logo no início do texto: “A partir de hoje, podem chamar-me Moisés. Subi à montanha de São Bento e a Deusa falou-me e transmitiu-me os seus Mandamentos. Agora esculpo-os numa pedra. Numa pedrada de divindade e de Fado.” A entrevistada surge em diálogo com as marcas que já lhe eram habituais, sem certezas, mas num tom pessoal expressivo. Cantora ou fadista? “Nem uma coisa nem outra. Não sei se sou fadista, se não sou. Era pequenina e cantava. Um dia disseram-me que aquilo era fado. Disseram-me que era fado… mas eu não faço questão.” Falará das músicas, de trivialidades, de histórias, da simbologia que lhe foi atribuída, de poemas e do que de si ficará para a memória: “Sim, vai em mim essa pieguice, de querer continuar nas pessoas. A coisa mais bonita que podem dizer de mim, depois de morta, seria ‘Coitadinha da Amália, já morreu…’! ‘Tadinho’ é uma das palavras mais portuguesas, gosto muito dela. Tenho essa pieguice porque sei que, depois de morrer, o universo acaba comigo.” E, no final, um humor brilhante: Esteves Cardoso quer inverter os papéis e, em vez de lhe pedir uma mensagem final: “A senhora quer fazer a última pergunta?” Resposta imediata, certeira: “Obrigada, mas não pergunto nada, com medo das respostas.”
O outro português entrevistado nesta obra, Álvaro Cunhal, deve a sua entrada ao trabalho da jornalista italiana Oriana Fallaci. É uma entrevista dura porque Fallaci assume contestar muitas afirmações de Cunhal, que profere afirmações polémicas do ponto de vista político (que, aliás, mereceram muitas reservas em várias latitudes, depois de conhecida a publicação) e mantém um secretismo assumido quanto à sua vida pessoal. A entrevista tem uma longa introdução, que a autora preparou para a integrar no seu livro Intervista com la Storia, em que o político português é retratado e biografado, numa tentativa de explicação da personagem, chegando Fallaci a interpretar o silêncio sobre o privado como o “gosto pelo mistério [que] surgiu em consequência do seu passado como conspirador e, também, da tal renúncia que é tão típica de alguns comunistas”. Cunhal mostrou convicções que, lidas hoje, acentuam as marcas epocais no vocabulário usado – “nós, comunistas, não aceitamos o jogo das eleições”, já que elas “pouco ou nada têm a ver com a dinâmica revolucionária”; “garanto-lhe que em Portugal não haverá um Parlamento”; “Portugal já não tem qualquer hipótese de estabelecer uma democracia ao estilo das que vocês têm na Europa ocidental”; “o 25 de Abril não foi um golpe (…) foi um movimento de forças democráticas no seio do Exército”; “Portugal não será um país com as liberdades democráticas e os monopólios, não será companheiro de viagem das vossas democracias burguesas”. Assumiu a sua concordância com a intervenção soviética na Checoslováquia, a frontalidade com que respondeu ao embaixador americano sobre a permanência de Portugal na NATO, dizendo-lhe: “por agora, não queremos discutir esse problema”. Em vários momentos, a conversa mais parece um jogo de fuga: Fallaci quer saber de onde veio Cunhal quando chegou a Portugal em 1974 e a resposta mostra-se evasiva  –  “Não lhe digo onde estava. Vocês, os jornalistas, gostam tanto do  mistério como nós, os comunistas”; noutro passo, a jornalista insiste com a ideia do “imperialismo soviético” e a refutação surge sob a forma de alteração das regras – “Um dia hei-de entrevistá-la a si acerca do imperialismo soviético”.
De Oriana Fallaci é ainda a entrevista com Arafat, outro encontro em que as respostas constituem um enigma sobre a personagem. Uma parte significativa do texto, no início é a reconstituição possível da história do líder palestiniano nascido egípcio, que, na conversa, rejeitas várias vezes responder a perguntas sobre a sua vida pessoal e centra o discurso num jogo em que foge, frequentemente, ao que lhe é perguntado, mais interessado na luta contra Israel – “só agora começámos a preparar-nos para o que será uma longa, longuíssima guerra, uma guerra destinada a prolongar-se por gerações”; “deve perguntar até onde poderão resistir os israelitas, porque não pararemos até ao dia em que possamos regressar a casa e tenhamos destruído Israel”. A própria jornalista é vista como uma representante dos adversários e é desafiada – “Se têm assim tanto interesse em dar uma pátria aos judeus, dêem-lhes a vossa. Há muita terra na Europa, na América.” E termina o diálogo com uma quase confissão: “Nunca encontrei a mulher certa. E agora não é o momento. Casei-me com uma mulher chamada Palestina.”
O universo da política tem ainda encontro com Margaret Thatcher, numa entrevista dominada pelos acontecimentos do momento, a do leite nas escolas, apoio cortado pelo governo, e pela imagem que da governante se faria. Ressalta uma figura enérgica, contrapondo às marcas negativas do seu retrato as decisões tomadas em prol das melhorias, às questões mais problemáticas uma explicação que finda com a pergunta “não é?”, ao mundo das dificuldades o seu próprio percurso, aos comentários dos adversários uma certeza – “os insultos dizem mais sobre quem os profere do que sobre quem é alvo deles, não é?”
Pretendendo ter intervenção política, sobretudo pelo condicionamento que fez nessa área, surge Pablo Escobar, o colombiano que associou o seu país ao narcotráfico, com um discurso que, conjugado com o que se sabia e se veio a saber sobre o entrevistado, configura situações de vitimização, de paradoxo, de representação, de discurso para tratar a imagem perante o seu país e o estrangeiro – “sou uma pessoa que respeita muito as ideias alheias”; “sempre estivemos abertos ao diálogo e pessoalmente considero que a falta de diálogo é a causa principal da violência no país”; “existe uma preocupação com o consumo de drogas”; “as drogas vieram para ficar”; “todas as pessoas acusadas publicamente de pertencer ao narcotráfico são, na verdade, as únicas pessoas que investem no país, isto é, as únicas que dão trabalho ao povo da Colômbia”.
Do mundo do cinema, o encontro é com um realizador, Kubrick, numa entrevista curta que toma como referência o filme Laranja Mecânica e a opinião sobre política e ambiente social, sempre na perspectiva de que a autoridade pode levar à repressão. O outro entrevistado é Nicholson, o actor que demonstra uma forma sadia de lidar com a fama e com o sofrimento (real, por razões familiares), bem como com a felicidade (na ternura com que fala da filha bebé que lhe nascera aos 53 anos, por altura da entrevista) ou com a opção de viver sozinho. Ainda do mundo do espectáculo é Pavarotti, o tenor que trouxe a música clássica para os estádios, falando dos seus prazeres, da sua música e da sua pintura, revelando-se sempre um imperfeito, um trabalhador incansável a lidar com os seus dotes, um “superperfeccionista” – “acho sempre que tudo aquilo que faço, por muito bem que esteja, pode sempre ser melhorado”.
A entrevista com Ayrton Senna é um encontro com um homem do risco e das manobras arriscadas. Senna é apresentado como um tímido muito por responsabilidade do próprio autor da entrevista, que reproduz toda a conversa em discurso indirecto, só dando a palavra ao entrevistado no final, numa mensagem. Apresentado com grande dose de humanismo e de carinho pelos seus fãs, Senna mostra-se em reflexão, oscilando entre o risco e uma maneira própria de lidar com a fama. No final do encontro, comove-se e fala dos artistas enquanto símbolo: “Em muitos aspectos, não somos uma realidade para as pessoas, mas um sonho. É uma coisa que nos fica gravada no pensamento. Mostra-nos até que ponto podemos ter impacto na vida das pessoas. E, por mais que tentemos dar qualquer coisa a essas pessoas, nunca será nada, comparado com o que elas sentem por nós dentro delas e nos seus sonhos. E isso é muito especial… é muito, muito especial para mim.” Como se sabe, Senna morreria em prova cerca de quatro anos depois, em 1 de Maio de 1994, no circuito de Imola.
Steve Jobs não pertence a nenhum dos mundos das outras personagens deste volume. Ligado às tecnologias, a marcas extraordinárias no universo da informática, Jobs apresenta-se na luta pela democratização das tecnologias numa perspectiva de que o público exigirá sempre mais, de inovação nas empresas, de aposta na criatividade dos colaboradores de abertura para a surpresa da vida. Não é da entrevista (gerada em 1989), mas o organizador do volume, em nota final, retoma um pensamento de Jobs, produzido em Junho de 2005, proferido na Universidade de Stanford, quando ele já sabia estar doente, sem hipótese de recuperar: “Lembrar-me de que em breve estarei morto é a ferramenta mais importante que encontrei para me ajudar a tomar as grandes decisões da minha vida. (…) Lembrarmo-nos de que vamos morrer é a melhor forma que conheço de evitarmos o engano de acharmos que temos algo a perder.”
Vinte anos de esperanças, de crenças, de contradições. Um tempo que oscilou entre os grandes avanços no domínio da tecnologia e as instabilidades oriundas da política a céu aberto…

Sublinhados
Computador – “Os seres humanos são basicamente fabricantes de ferramentas, e o computador é a ferramenta mais extraordinária que construímos até hoje.” [Steve Jobs. Entrevista a Bob Burlingham e George Gendron em Inc. (Abril de 1989). Grandes Entrevistas da História 1971-1990. Lisboa: “Expresso”, 2014, pg. 108]
Experiência – “Se não adquirirmos um pouco de bom gosto e de experiência enquanto jovens, nunca mais o faremos. A experiência faz aumentar o prazer…” [Jack Nicholson. Entrevista a Gene Siskel em Chicago Tribune (12-08-1990). Grandes Entrevistas da História 1971-1990. Lisboa: “Expresso”, 2014, pg. 125]
Melhor – “As pessoas ficam mais motivadas a fazer coisas o melhor possível do que a fazê-las de forma simplesmente correcta.” [Steve Jobs. Entrevista a Bob Burlingham e George Gendron em Inc. (Abril de 1989). Grandes Entrevistas da História 1971-1990. Lisboa: “Expresso”, 2014, pg. 112]
Passado – “Quando um homem tem um passado extraordinário, este vem ao de cima mesmo que ele o esconda, pois o passado está gravado no rosto, nos olhos.” [Oriana Fallaci. Introdução à entrevista de Yasser Arafat, em Intervista com la Storia (1974). Grandes Entrevistas da História 1971-1990. Lisboa: “Expresso”, 2014, pg. 36]

Com o Expresso de hoje, o 6º volume

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Para a agenda - João de Melo na Culsete com o seu mais recente livro



João de Melo, dono de vasta e reconhecida obra literária, açoriano, estará na Culsete, em Setúbal, para apresentar o seu mais recente romance, Lugar caído no Crepúsculo. No dia 6 de Dezembro. Para a agenda.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Para a agenda - Edição em Portugal nos anos de Salazar


"Os livros, os editores e os livreiros nos anos da ditadura de Salazar" é o título da conferência de Nuno Medeiros, estudioso na área da edição em Portugal, com trabalho publicado e premiado. Organização do Centro de Estudos Bocageanos, na Casa da Cultura, em Setúbal, em 29 de Novembro. Para a agenda.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Para a agenda - As arruadas da Culsete, entre livros e livros



A Culsete, livraria que já passa dos 40 anos em Setúbal, leva a cabo, a partir de 4 de Julho, a sua segunda edição do programa "Arruada", gizado e orientado por Fátima Ribeiro de Medeiros. Viagem por livros, livros, livros... por saberes, pela história e pela literatura, pela leitura e pela escrita, pela música, pela vida. Para muitos gostos, para todos os gostos. Para a agenda!

sábado, 30 de novembro de 2013

Dia da Livraria e do Livreiro, hoje



Dia da Livraria e do Livreiro. Hoje. Com visita indispensável a uma livraria e um contacto mais directo, privilegiado e aturado com o livro e com o seu livreiro. E também com quem gosta de livros. Hoje.
E, a propósito: em Setúbal, na Culsete, na tarde de hoje, além de a data ser assinalada, haverá a entrega do diploma LIVREIRO DA ESPERANÇA ESPECIAL CULSETE - 40 ANOS, atribuído aos livreiros Manuel Medeiros e Fátima Medeiros. Fisicamente, estará só a Fátima; o Manuel estará também, sorrindo a partir de algures, invadindo as memórias enquanto conta estórias de livros a partir da eternidade.
Viva o Dia da Livraria e do Livreiro! Muito do que somos é devido a estes interlocutores! 

domingo, 29 de setembro de 2013

Para a agenda - Nos 40 anos da Culsete, livros, livros, livros...



Um programa cheio para assinalar 40 anos de uma livraria que dá que falar. Livros, livros, livros... E leitores. E autores. E amigos. Para assinalar quatro décadas de dedicação à cultura. Para a agenda!

sábado, 6 de julho de 2013

Para a agenda - Nos 40 anos de uma livraria, a Culsete, em Setúbal



Em 7 de Julho, domingo, passam 40 anos sobre o nascimento da livraria Culsete, em Setúbal, pretexto para o arranque da celebração do aniversário. A partir daí, até 17 de Julho, a Culsete vai estar na rua a fazer o que sempre soube fazer, o que sempre fez: a pugnar pela leitura, pelos autores, pela cultura. Com o empenho da Fátima e do Manuel Medeiros. O programa destes 11 intensos dias é o que se segue. Com nomes como Arlindo Mota, José Ruy, José-António Chocolate, Helder Moura Pereira, Alice Brito, Fernando Bento Gomes e muitos outros. Com poesia, música, tertúlias. Para a agenda, claro!