À chegada a Lisboa, os jornalistas quiseram saber de José Mourinho o que ia fazer, como ia ser a sua vida, se iria ao futebol, etc., etc., as perguntas do costume, na expectativa de descobrirem qualquer milagre que lhes desse mais notícia ou mais trica. Ao que vi na televisão hoje pela manhã, Mourinho foi comedido e, pedagogicamente, disse mesmo que, agora que estava fora dos bancos e dos treinos, não iria dizer nada sobre futebol, acrescentando que, durante este tempo (incerto) de repouso (de guerreiro), o único futebol em que marcaria presença seria para ver jogos do sadino Vitória Futebol Club.
Esta intenção, assim pacificamente manifestada a quem esperava não se sabe muito bem o quê, merece a minha admiração, mesmo porque vai ao encontro de um artigo que O Setubalense publicou na sua edição de segunda-feira, assinado por Giovanni Licciardello, intitulado "Pensar Setúbal" - é que, de acordo com o articulista (e eu subscrevo), ser setubalense não exige que a naturalidade no bilhete de identidade contenha a palavra "Setúbal", antes passa por "ter uma relação afectiva com a cidade e arredores, reconhecer as potencialidades inegáveis que tem e procurar dar o seu modesto contributo para que possa melhorar", por "gostar de Setúbal". Mostrar um pouco do vitorianismo que lhe vai dentro, como publicamente fez Mourinho perante uma turma de jornalistas sedentos do social (e do trivial), foi um acto de setubalense. E só esse bocadinho valeu a pena, quer para a auto-estima do clube, quer para a auto-estima de Setúbal.
Esta intenção, assim pacificamente manifestada a quem esperava não se sabe muito bem o quê, merece a minha admiração, mesmo porque vai ao encontro de um artigo que O Setubalense publicou na sua edição de segunda-feira, assinado por Giovanni Licciardello, intitulado "Pensar Setúbal" - é que, de acordo com o articulista (e eu subscrevo), ser setubalense não exige que a naturalidade no bilhete de identidade contenha a palavra "Setúbal", antes passa por "ter uma relação afectiva com a cidade e arredores, reconhecer as potencialidades inegáveis que tem e procurar dar o seu modesto contributo para que possa melhorar", por "gostar de Setúbal". Mostrar um pouco do vitorianismo que lhe vai dentro, como publicamente fez Mourinho perante uma turma de jornalistas sedentos do social (e do trivial), foi um acto de setubalense. E só esse bocadinho valeu a pena, quer para a auto-estima do clube, quer para a auto-estima de Setúbal.
A propósito desta chegada e da sua repercussão nos media, é ainda de assinalar a atitude de Pedro Santana Lopes (que não vi, mas sobre que li), ao abandonar a entrevista que estava a dar à SIC por esta ter sido interrompida para transmissão da chegada do treinador setubalense, afinal a atitude que muitos entrevistados deveriam ter quando são tratados de forma menos conveniente (mesmo em directo) e que, a troco de uma exposição efémera, aceitam a subserviência às câmaras, aos holofotes e à trituração dos acasos.
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