"Correr sem rumo é esperar em movimento", numa parede de Lisboa.
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sábado, 2 de junho de 2018
sábado, 19 de janeiro de 2013
Marçal Grilo e Oliveira Martins: o pacto da educação
A
propósito de bons resultados obtidos pelos alunos portugueses em estudos
internacionais, nas áreas da ciência e da leitura, Eduardo Marçal Grilo e
Guilherme d’Oliveira Martins (que já foram ministros da educação) assinam no Expresso de hoje pequeno texto (“A
qualidade é notícia”, pg. 30) que contém princípios que deveriam ser
orientadores para a educação em Portugal.
Reproduzo três excertos, a todos valorizando por
igual, porque acredito nos princípios neles consignados e porque exigem uma
responsabilidade partilhada e vasta e uma coerência e coesão que vão muito para
lá dos mandatos parlamentares, dos governos ou do silêncio e dos medos para que
vamos sendo remetidos.
Conhecimentos
e atitudes – “(.…) No mundo tão
complexo em que vivemos, o que importa é que os jovens portugueses sejam
preparados numa perspectiva integrada em que os conhecimentos são muito
relevantes, mas em que as atitudes e os comportamentos de cada um no tocante ao
pensamento autónomo, responsabilidade, liderança e espírito de iniciativa são
tão relevantes quanto os saberes e conhecimentos científicos. (…)”
Valores – “(…) Portugal precisa de políticas claras, estáveis
e de longo prazo em matéria de educação. A crise e as dificuldades financeiras
não devem retirar-nos a capacidade para enfrentar os problemas da educação além
dos aspectos meramente quantitativos que resultam dos cortes orçamentais.
Famílias, pais, professores, directores das escolas, estudantes precisam de
estímulos e de acreditar que só através do estudo, do trabalho e do esforço
seremos capazes de vencer a crise e sair da angústia em que o país vive
mergulhado. (…)”
Outros rumos – “(…) Portugal sairá da crise, recusando a mediocridade e dando à educação, à cultura e à ciência a prioridade que exigem. O país está cansado dos discursos sem consistência que nos debilitam e nos tiram a esperança. Ninguém pode viver sem esperança e sem ânimo para o dia de amanhã.”
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Alexandre Soares dos Santos: um retrato sem eufemismos
Alexandre Soares dos Santos, presidente do grupo Jerónimo Martins – que, recentemente, lançou a Fundação Francisco Manuel dos Santos –, em entrevista que o jornal OJE publicou na edição de ontem (edição nº 1000), fez uma análise do momento que se vive em Portugal, primando pela ausência de “meias palavras ou de eufemismos”, como é dito na introdução à entrevista, conduzida por Luís Pimenta. Alguns excertos:
1. Como se decide - “Há algumas semanas, tive ocasião de dizer a um membro do governo que eles fazem as coisas e utilizam o dinheiro como querem e lhes apetece e depois mandam-nos a factura – a nós, portugueses, que não fomos chamados rigorosamente para nada. O que se tem vindo a passar, de há uns anos a esta parte, é que o Governo e o Parlamento são uma e a mesma coisa, decidem determinados caminhos sem terem em consideração as necessidades do país, antes observando as suas próprias, que servem objectivos partidários. Alimentam-se e decidem-se, por exemplo, projectos megalómanos que têm como único resultado o crescimento do endividamento nacional.”
2. Rumo - “A verdade é que o país deixou de ter um rumo, ninguém sabe para onde vamos e resulta claro que não há hipótese de governar e de progredir sem se saber onde estamos e para onde queremos ir.”
3. TGV - “Pergunto, por exemplo, como é possível continuarmos a discutir projectos como o TGV, quando sabemos, de antemão, que não iremos conseguir financiamento? Porque se continua a mentir à sociedade portuguesa e a alimentar projectos para os quais não há dinheiro?”
4. Trabalho e emprego - “Na verdade, todos têm direito ao trabalho, mas ninguém tem direito a ficar num emprego a vida toda. O trabalho é um direito, mas o emprego conquista-se. Em Portugal confunde-se muito estes conceitos, mas, enquanto assim for, vamos continuar a ver o país a cair. Há uma característica muito nossa, que dificulta as coisas: o português resigna-se, diz que é a 'vontade de Deus'. Mas Deus não tem nada que ver com isto.”
5. Orçamento de Estado - “Este Orçamento não foi preparado com o cuidado e com o tempo necessários, fazendo, aliás, acreditar na ideia de que alguém impôs este OE a Portugal.”
6. Cortes nos salários - “Considero terrível o que se passa com os salários da função pública: foram aumentados de acordo com um ciclo político para, agora, serem cortados. Ora, isto não se faz. Não se pode fazer em nome do que quer que seja. Já defendi anteriormente, mas repito-o: era preferível propor mais horas de trabalho, reduzindo o custo por hora, do que reduzir salários. Teria sido mais justo assim. É preciso olhar para as pessoas e ter em conta que elas assumiram os seus encargos e que têm as suas despesas, que são legítimas e necessárias. (…) Trata-se de uma situação de desânimo generalizado que pode dar origem a fenómenos nada positivos para o desenvolvimento do país.”
7. Entendimentos e rumos - “É absolutamente necessário que as principais forças políticas, sociais e económicas se sentem à volta de uma mesma mesa e discutam o rumo para Portugal, em encontros que poderiam, e deveriam, acontecer sob o patrocínio do Presidente da República. (…) É o que precisamos neste momento: discutir o tempo que for necessário, até encontrar um acordo e, depois, garantir que esse rumo é, de facto, aplicado na gestão do país. E esta será uma missão de todos, da Igreja aos sindicatos, do patronato aos partidos políticos.”
8. Fundação Francisco Manuel dos Santos - “A ideia [da criação da Fundação Francisco Manuel dos Santos] nasceu no seio da família, quando nos interrogámos sobre o que poderíamos fazer por este país, que tanto nos tem dado. (…) Numa das discussões em torno do tema, lançámos o desafio de ‘acordar’ a sociedade civil portuguesa, no fundo, compensando a pouca intervenção que se verifica actualmente, seja do meio académico, seja do mundo empresarial. Queremos, com a Fundação, incentivar o sentimento de que a sociedade civil é o elemento determinante da qualidade do país.”
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