Três estudantes portugueses foram os vencedores das Olimpíadas Ibero-Americanas de Matemática, sendo dois deles alunos de escolas públicas. Se chamo esta origem para aqui é para insistir no mérito que existe também nas escolas públicas, de tal forma ele é por vezes escamoteado, como se não pudesse ser um dos seus atributos! Obviamente, há que felicitar os estudantes que cometeram o feito, assim como todos os outros que com eles comungaram na peregrinação matemática ao longo do Verão.
Mas há também que pensar no que, no editorial de hoje [16 de Setembro] do diário Público, o seu director, José Manuel Fernandes, escreveu a propósito do assunto: “O nosso sistema de ensino não está, contudo, desenhado para estudantes como aqueles. Na maior parte dos casos, os bons alunos, os que podiam evoluir mais depressa, arrastam-se em turmas onde os professores têm, sobretudo, de tentar recuperar os que estão a ficar para trás. Ou, nalguns casos, em turmas onde há colegas com problemas reais de aprendizagem. O erro não está, como é óbvio, em não querer deixar para trás os mais fracos, mas sim nos preconceitos que impedem que sejam dadas aos mais válidos, aos mais talentosos, as melhores condições. Sem olhar à sua origem social, sem ficar condicionado pelo tipo de escola em que anda a estudar. Sem que isso aconteça, nunca teremos uma massa crítica mínima de talentos nas principais áreas do conhecimento. Teremos apenas excepções. Mas para criar essa massa crítica de talentos é necessário tratar de forma diferente alunos diferentes, não querer impor o mesmo padrão (necessariamente baixo) a todas as escolas (…)”
Mas há também que pensar no que, no editorial de hoje [16 de Setembro] do diário Público, o seu director, José Manuel Fernandes, escreveu a propósito do assunto: “O nosso sistema de ensino não está, contudo, desenhado para estudantes como aqueles. Na maior parte dos casos, os bons alunos, os que podiam evoluir mais depressa, arrastam-se em turmas onde os professores têm, sobretudo, de tentar recuperar os que estão a ficar para trás. Ou, nalguns casos, em turmas onde há colegas com problemas reais de aprendizagem. O erro não está, como é óbvio, em não querer deixar para trás os mais fracos, mas sim nos preconceitos que impedem que sejam dadas aos mais válidos, aos mais talentosos, as melhores condições. Sem olhar à sua origem social, sem ficar condicionado pelo tipo de escola em que anda a estudar. Sem que isso aconteça, nunca teremos uma massa crítica mínima de talentos nas principais áreas do conhecimento. Teremos apenas excepções. Mas para criar essa massa crítica de talentos é necessário tratar de forma diferente alunos diferentes, não querer impor o mesmo padrão (necessariamente baixo) a todas as escolas (…)”
Não teria sido necessário ao editorialista chamar o caso das elites para o seu título. É que o problema indicado existe e a valorização dos alunos mais esforçados, dos “bons alunos”, não passa, com frequência, do que, no final de cada período lectivo, sai como avaliação. No entanto, teria sido útil a este comentário jornalístico o apontar de algumas pistas para essa criação de talentos, sem se resumir apenas à diferença.
A escola passa por isto todos os dias. E a imagem deste tempo, em que o trabalho nem sempre é valorizado, também paira nas escolas (onde, além dos tais alunos com "dificuldades reais", coexistem outros, os que seguem os ícones deste tempo).
Mas… que soluções adoptar para lá daquilo que possa ser a divisão do mundo na esfera das elites e nos outros? Por outras palavras: como levar a educação a pautar-se por um padrão mais elevado? Essa, creio, terá de ser uma preocupação profissional (na escola), política (na governação e na gestão) e social (na família e na comunidade).
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