A
propósito de bons resultados obtidos pelos alunos portugueses em estudos
internacionais, nas áreas da ciência e da leitura, Eduardo Marçal Grilo e
Guilherme d’Oliveira Martins (que já foram ministros da educação) assinam no Expresso de hoje pequeno texto (“A
qualidade é notícia”, pg. 30) que contém princípios que deveriam ser
orientadores para a educação em Portugal.
Reproduzo três excertos, a todos valorizando por
igual, porque acredito nos princípios neles consignados e porque exigem uma
responsabilidade partilhada e vasta e uma coerência e coesão que vão muito para
lá dos mandatos parlamentares, dos governos ou do silêncio e dos medos para que
vamos sendo remetidos.
Conhecimentos
e atitudes – “(.…) No mundo tão
complexo em que vivemos, o que importa é que os jovens portugueses sejam
preparados numa perspectiva integrada em que os conhecimentos são muito
relevantes, mas em que as atitudes e os comportamentos de cada um no tocante ao
pensamento autónomo, responsabilidade, liderança e espírito de iniciativa são
tão relevantes quanto os saberes e conhecimentos científicos. (…)”
Valores – “(…) Portugal precisa de políticas claras, estáveis
e de longo prazo em matéria de educação. A crise e as dificuldades financeiras
não devem retirar-nos a capacidade para enfrentar os problemas da educação além
dos aspectos meramente quantitativos que resultam dos cortes orçamentais.
Famílias, pais, professores, directores das escolas, estudantes precisam de
estímulos e de acreditar que só através do estudo, do trabalho e do esforço
seremos capazes de vencer a crise e sair da angústia em que o país vive
mergulhado. (…)”
Outros rumos – “(…) Portugal sairá da crise, recusando a mediocridade e dando à educação, à cultura e à ciência a prioridade que exigem. O país está cansado dos discursos sem consistência que nos debilitam e nos tiram a esperança. Ninguém pode viver sem esperança e sem ânimo para o dia de amanhã.”