Coimbra ficará para sempre associada a Miguel Torga, depois que Adolfo Rocha, o autor do pseudónimo, ali decidiu fixar residência e exercer a medicina e, também a partir dali, emitir para o mundo a sua obra literária vasta, intensa e de reconhecido valor. Quando passou o centenário do seu nascimento, em 12 de Agosto, Coimbra homenageou-o com um memorial da autoria dos artistas José António Bandeirinha e António Olaio, uma obra escultórica que liga o Largo da Portagem (onde o médico teve consultório) ao Mondego por um passadiço em xisto que termina sobre o rio. Os dizeres destacados do monumento são poucos: Torga, de tal forma o nome se impôs na literatura e na cultura portuguesa. No entanto, no gradeamento, surgem os versos que Torga escreveu em 1 de Novembro de 1983, no poema “Memória” (cf. Diário – XIV. Coimbra: 1987): “De todos os cilícios, um, apenas, / Me foi grato sofrer: / Cinquenta anos de desassossego / A ver correr, / Serenas, / As águas do Mondego.”
O percurso de Torga prolonga-se pela memória e pela leitura da sua obra. Em jeito de corolário deste poema, Torga escreveria, dez anos volvidos, em 10 de Dezembro de 1993, o “Requiem por mim”, poema com que finaliza o derradeiro volume do seu registo dos dias (cf. Diário – XVI. Coimbra: 1993), em que diz: “Rio feliz a ir de encontro ao mar / Desaguar, / E, em largo oceano, eternizar / O seu esplendor torrencial de rio.”
O percurso de Torga prolonga-se pela memória e pela leitura da sua obra. Em jeito de corolário deste poema, Torga escreveria, dez anos volvidos, em 10 de Dezembro de 1993, o “Requiem por mim”, poema com que finaliza o derradeiro volume do seu registo dos dias (cf. Diário – XVI. Coimbra: 1993), em que diz: “Rio feliz a ir de encontro ao mar / Desaguar, / E, em largo oceano, eternizar / O seu esplendor torrencial de rio.”
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