terça-feira, 3 de julho de 2007

No "Correio de Setúbal" de hoje



DIÁRIO DA AUTO-ESTIMA – 62


10 DE JUNHO – Foi bom o 10 de Junho em Setúbal: sobretudo para a imagem construída para os que daqui não são nem aqui vivem, mas também para quem cá está, porque chamou a atenção para a possibilidade de esta ser uma cidade com coisas boas, pormenor tantas vezes esquecido, uma cidade diferente. Também nos levou a olhar para o desagrado com que frequentemente convivemos na nossa cidade, haja em vista que muitos espaços foram limpos, pintados, arranjados, assim se tomando consciência de que vamos vivendo com o que não queremos. Oxalá isso seja o “clic” para algumas mudanças! Obviamente, a imprensa nacional destacou apenas os discursos políticos, manipulados que andamos por esta prática de os políticos usarem os jornais e as televisões. Não deu o devido destaque à intervenção de Bénard da Costa, uma das peças mais bonitas que ouvi e li sobre a história de Setúbal, tal como não enfatizou o gesto de em Setúbal se manuscreverem Os Lusíadas, tal como passou ao lado de Bocage apesar de o Presidente ter deposto uma coroa junto à estátua, tal como informou sobre a inauguração do monumento a Sebastião da Gama quase apenas porque Azeitão ficava no caminho de Setúbal… Felizmente a imprensa local não afinou pelo mesmo diapasão! Mas o 10 de Junho foi bom! E Bénard da Costa, cheio de referências culturais nacionais e locais, situou Setúbal no mundo e registou aquela que tem sido a epopeia desta terra…
JOCOSO – As coisas andam mal em termos de riso e de opinião. O caso de uma pessoa exonerada do seu cargo em Vieira do Minho por não ter mandado retirar um comentário "jocoso" sobre o Ministro da Saúde que alguém tinha afixado é a evidência de que a governação anda sem sentido de humor e facilmente se deixa inflamar por servilismos e excessos de zelo de pequenos delatores que querem transformar-se em heróis (vá lá saber-se porquê...). Este princípio de abafamento da crítica através do riso conjuga-se com a prática da crispação que marca muitos momentos da governação. Só não se conjuga com o do próprio Ministro da Saúde, que muitas vezes tem respondido de forma irónica a questões que lhe são postas. Será que o tom jocoso só é válido para o poder? Contrariedade das contrariedades, porque o riso sempre elegeu o poder como um dos seus campos de experiência!...

1 comentário:

José Teófilo Duarte disse...

Olá João, bem vindo à blogosfera. Começo logo por discordar em absoluto do que aqui dizes, quanto ao 10 de Junho. Acho uma pepineira estes embelezamentos de circunstância. Considero até que é uma falta de respeito pelos eleitores. Mas isso parece que até já não é levado a mal em Setúbal. Os arranjos são de um lamentável mau gosto. Viste as floreiras da Praça Bocage? O arranjo da fachada do porto é uma aberração. E tudo o mais esteve ao nível da dimensão estética da indescritível presidente da autarquia. Não concordo nem uma palha com o que dizes. Pela simples razão de que é palha o que foi produzido na cidade. Os espaços foram limpos e pintados? E não o deveriam ser todo o ano?
Sinceramente não percebo a rendição ao pato-bravismo autárquico. E à bacoquice nacional.
Quanto ao blogue: as melhores felicidades e bons posts.