José Hermano Saraiva vai ser homenageado em Palmela amanhã, em iniciativa promovida pelo Grupo dos Amigos do Concelho de Palmela (GACP), em cerimónia que se inicia pelas 20h30, com descerramento de lápide evocativa na sede da associação (R. Serpa Pinto, 22 - Palmela), e que prossegue na igreja de Santiago (no castelo) com sessão solene.
O GACP, que promove esta homenagem no dia do seu aniversário (foi criado em 12 de Julho de 1978), justifica a acção por ser "justo reconhecer esta personalidade de carácter, pelo trabalho que vem desenvolvendo ao longo de muitas décadas ao serviço da cultura" e por Palmela ser "a terra que escolheu para viver há cerca de 40 anos, sendo dela um embaixador onde quer que se encontre".
José Hermano Saraiva, associado do GACP (cujos órgãos sociais já integrou), nasceu em Leiria em 1919 e tem o nome ligado à política, ao ensino e à cultura portuguesa, quer através da obra publicada em livro, quer pelas sessões televisivas que evocam as histórias das terras e das gentes portuguesas desde há muito tempo. Da sua vasta bibliografia, destaque-se a obra de cunho autobiográfico em publicação por iniciativa do semanário Sol desde meados de Junho, Álbum de Memórias, em cuja apresentação Hermano Saraiva explica a razão de ser deste projecto: a proposta de um amigo, com um argumento quase imbatível - "É pedido com algum suporte lógico. Tenho consumido longos anos a contar a história dos outros. E não ficaria bem a quem tanto fala da vida alheia não deixar também alguma memória dos anos que viveu" (cf. vol. 1, "1ª e 2ª Décadas - Tempo Infantil e Paixões Adolescentes", pg. 5). A leitura desta escrita memorialística tem interesse por várias razões: porque ao leitor é permitido o encontro com a história de Portugal de quase um século, pelo menos naquilo em que essa história se cruzou com a personagem que a narra; porque esta obra ajuda a contrariar o hábito de não haver registos de memórias das personalidades envolvidas na história mais recente em Portugal; porque deste escrito não estão ausentes uma leitura pessoal dessa mesma história nem o poder comunicativo que tem caracterizado José Hermano Saraiva.
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