O Despacho Normativo 13-A/2012, do Ministério da Educação e
Ciência, ontem publicado, provocou um bombástico título na imprensa de hoje: o
dito normativo iria revolucionar a vida das escolas no próximo ano lectivo,
graças a novas regras de organização do serviço docente.
Vale a pena ler o Despacho mencionado e ver até que ponto a
imaginação pula e avança no sentido de tornar tudo algo estranho e muito complicado.
É a reorganização da escola ou é a desconfiança sobre a escola? É a autonomia
ou o controlo sem peias? É a igualdade de oportunidades ou é a dificuldade na
organização do trabalho, com desconfianças sobre o trabalho dos professores?
Lê-se o normativo e fica-se a perceber o porquê de já ter sido
anunciado que os directores das escolas vão ter reuniões com as direcções
regionais de educação para explicação do normativo… É suposto que a lei careça
de explicações adicionais para se saber o que quer dizer e como é aplicada? Onde
fica o cidadão que deve conhecer a lei e usá-la convenientemente?
As escolas serão incompetentes ou o normativo está feito para criar dificuldade?
Termino com as palavras aqui lidas, devidas a José Alberto
Quaresma: «Evoco, com nostalgia, um académico sensato e presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática durante sete anos, que parecia transpirar segurança em furtivas aparições televisivas e saber de um rumo para a Educação. Agora, não sei se por maus conselhos, de ministros, aplica receitas autocráticas, não ouve ninguém, e despacha à pressa.»
1 comentário:
Este despacho (de entre tantas outra pérolas com que nos têm brindado) tira-nos a vontade para continuar. O desrespeito e a indiferença com que somos tratados indignam e revoltam. Até quando vamos permitir?
Deolinda
Enviar um comentário