Não conheci Jorge Figueira de Sousa pessoalmente.
Conheci a obra dele, no âmbito do que é ser livreiro, através de pessoas amigas.
Participei na “Carta de Gentes do Livro”, em Novembro passado, quando o blogue
Encontro Livreiro promoveu uma homenagem ao livreiro madeirense, por dever de
leitor, assinando a homenagem e levando outros a que o fizessem também.
Esperava tê-lo visto homenageado neste 10 de Junho,
mesmo porque a carta assinada em Novembro apelava a instâncias e a figuras como
o Presidente da República e o Primeiro-Ministro. Essa distinção no Dia de
Portugal não aconteceu. Agora, o livreiro partiu. Qualquer homenagem póstuma
será oportuna, mas podia ter tido mais oportunidade há uns tempos atrás. De
resto, a revista Ler (Lisboa:
Fundação Círculo de Leitores), no seu último número, de Julho (nº 115), que não
sei se ainda chegou ao conhecimento de Figueira de Sousa, lamentava a falta
cometida no seu barómetro “Sobe & Desce” – “Homenagem – Apesar do
abaixo-assinado, o livreiro da Esperança não foi distinguido no 10 de Junho.
Devia.”
Umas páginas adiante, na mesma edição, Sara Figueiredo
Costa faz reportagem sobre o livreiro do Funchal em pouco mais de duas páginas
sob o título “O negócio dos Figueira de Sousa”, chamando a atenção para a “maior
livraria de Portugal”, na rua dos Ferreiros, fundada em 1886, que redescobriu a
originalidade de expor os livros mostrando-lhes a capa, não só das novidades,
mas também das existências nos fundos bibliográficos, o que permite aos
leitores (re)descobertas importantes.
Conheço várias pessoas que por esta livraria
passa(ra)m, que ali começaram a formar as suas bibliotecas, que ali acorrem
sempre que se deslocam ao Funchal. Todas me falam desse poder mágico, dessa
energia que brota dos livros e que arrebata e faz leitores. Um sucesso devido
também a Jorge Figueira de Sousa.
1 comentário:
Certamente, os livros eram importantes, mas mais do eles foi quem lhes deu essa nova chama, esse novo fulgor. São raras, mas lá surgem pessoas como O LIVREIRO, de seu nome Jorge Figueira de Sousa. Um homem que amava os livros e os leitores.
Abraço
Anita Vilar
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