terça-feira, 3 de julho de 2012

Memória: Jorge Figueira de Sousa (1931-2012)



Não conheci Jorge Figueira de Sousa pessoalmente. Conheci a obra dele, no âmbito do que é ser livreiro, através de pessoas amigas. Participei na “Carta de Gentes do Livro”, em Novembro passado, quando o blogue Encontro Livreiro promoveu uma homenagem ao livreiro madeirense, por dever de leitor, assinando a homenagem e levando outros a que o fizessem também.
Esperava tê-lo visto homenageado neste 10 de Junho, mesmo porque a carta assinada em Novembro apelava a instâncias e a figuras como o Presidente da República e o Primeiro-Ministro. Essa distinção no Dia de Portugal não aconteceu. Agora, o livreiro partiu. Qualquer homenagem póstuma será oportuna, mas podia ter tido mais oportunidade há uns tempos atrás. De resto, a revista Ler (Lisboa: Fundação Círculo de Leitores), no seu último número, de Julho (nº 115), que não sei se ainda chegou ao conhecimento de Figueira de Sousa, lamentava a falta cometida no seu barómetro “Sobe & Desce” – “Homenagem – Apesar do abaixo-assinado, o livreiro da Esperança não foi distinguido no 10 de Junho. Devia.”
Umas páginas adiante, na mesma edição, Sara Figueiredo Costa faz reportagem sobre o livreiro do Funchal em pouco mais de duas páginas sob o título “O negócio dos Figueira de Sousa”, chamando a atenção para a “maior livraria de Portugal”, na rua dos Ferreiros, fundada em 1886, que redescobriu a originalidade de expor os livros mostrando-lhes a capa, não só das novidades, mas também das existências nos fundos bibliográficos, o que permite aos leitores (re)descobertas importantes.
Conheço várias pessoas que por esta livraria passa(ra)m, que ali começaram a formar as suas bibliotecas, que ali acorrem sempre que se deslocam ao Funchal. Todas me falam desse poder mágico, dessa energia que brota dos livros e que arrebata e faz leitores. Um sucesso devido também a Jorge Figueira de Sousa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Certamente, os livros eram importantes, mas mais do eles foi quem lhes deu essa nova chama, esse novo fulgor. São raras, mas lá surgem pessoas como O LIVREIRO, de seu nome Jorge Figueira de Sousa. Um homem que amava os livros e os leitores.

Abraço

Anita Vilar