A surpresa foi total quando, hoje, uma colega me comunicou o falecimento da Lígia Figueiredo, acontecido ao fim do dia de ontem. Em situação de trabalho, na sede de agrupamento e escola a cuja direcção presidia, a Escola Básica de 2º e 3º ciclos de Bocage, em Setúbal. Ironia do destino: a Lígia acabou os seus dias a trabalhar pela Escola, aquele que foi o seu espaço e pelo qual se projectou, quer pelo desempenho de cargos (na direcção da sua Escola, no Centro da Área Educativa de Setúbal ou no Conselho de Escolas), quer pelo reconhecimento que lhe foi atribuído localmente.
Contactei com a Lígia profissionalmente e visitei-a uma ou outra vez por amizade na Escola que dirigiu. A imagem que sempre tive foi a da pessoa dedicada à escola, a vivê-la exaustivamente, não dando tréguas. Habituei-me a vê-la como encontrando sempre soluções para os mais difíceis problemas, com argumentos de peso, nunca ultrapassando os limites do legal. Não sendo de consensos fáceis, sempre a vi como exigente, partilhando saídas para os problemas e sempre acompanhando as mudanças. Ironicamente, a vida levou-a de cena agora, que novas alterações se esperam no sistema educativo; ironicamente, a vida abandonou-a na escola, caindo no palco a que se dedicou.
Aqui lhe deixo o meu tributo, pequeno sem dúvida, mas tributo.
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