terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Em Palmela: as memórias portuguesas da Grande Guerra


Cerca de oito dezenas de livros constituem a exposição bibliográfica “Quando os Portugueses andaram na Grande Guerra – Memórias portuguesas da Primeira Grande Guerra” patente na Biblioteca Municipal de Palmela desde 14 de Janeiro, que pode ser visitada até 11 de Fevereiro.
Organizada em quatro núcleos – “Pensamento e imagens”, “Memórias da Europa e de África”, “Olhares da literatura portuguesa” e “Vozes estrangeiras nos testemunhos e na literatura”, esta iniciativa contará ainda com dois encontros – com o escritor Sérgio Luís de Carvalho, a propósito do seu romance O destino do capitão Blanc (Lisboa: Grupo Planeta, 2009), em 4 de Fevereiro, e com o professor universitário Ernesto Castro Leal, em 10 de Fevereiro, que falará sobre “Pátria e República: memorialismo de guerra nas edições da Renascença Portuguesa”, ambas às 21h00.
No prospecto que acompanha a exposição, pode ler-se: “É difícil reconstituir o corpus da literatura memorialística portuguesa da Primeira Grande Guerra, apesar de já ter havido várias tentativas de catalogação. Mas, de vez em quando, essas obras vão aparecendo e permitem-nos participar, à distância, na vida das trincheiras. Aqui se mostram algumas delas, com todas as limitações imaginadas mas com algumas intenções: avivar a memória, mostrar uma faceta da nossa literatura autobiográfica, ver até onde a Grande Guerra é, ainda hoje, motivo de ficção. Aqui e ali, mostram-se também obras estrangeiras sobre o mesmo tempo e sobre o mesmo tema, porque a Primeira Grande Guerra (que levou a que um estudioso, recentemente, a chamasse para apelidar o século XX como 'o século de 1914') teve marca universal. E o que nela sentiram os portugueses não foi diferente do que sentiram todos os outros participantes, independentemente das cores das bandeiras sob que lutavam…”
A exposição ocorre na altura em que estão prestes a passar os 95 anos sobre o primeiro embarque português para a frente da Flandres, no final de Janeiro de 1917.
Recorde-se que, entre Setembro e Dezembro do ano passado, Palmela teve uma exposição sobre o mesmo período temporal, “Quadros da Guerra – 1915”, a partir de cartazes de propaganda a favor das forças aliadas, que percorreu quatro das freguesias do concelho. São conhecidas as identificações de seis militares naturais de Palmela que pereceram no conflito, o primeiro deles, João Gomes Marto, em 5 de Setembro de 1917. Também no dia do ataque de La Lys, 9 de Abril de 1918, um soldado palmelense, Francisco Pessoa, ali perdeu a vida.

Sem comentários: