terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Hoje, no "Correio de Setúbal"

DIÁRIO DA AUTO-ESTIMA – 72
Educação – A área da educação continua na mó de cima, ora por razões políticas, ora por razões corporativas, mas dando a impressão de que muito pouco por aquilo que realmente interessa, que é: a melhoria do sistema educativo com vista à valorização do saber, do trabalho e da cidadania. O Presidente da República tem feito intervenções a propósito, num papel de tentativa de conciliação; Daniel Sampaio chamou a atenção para a necessidade de a educação ser tratada com respeito por todos os actores envolvidos; as escolas sentem alguma desmoralização com o que todos os dias é noticiado, não se perspectivando as desejadas melhorias… No domingo, o Público editou uma peça jornalística sobre as reprovações e lá vinha o dedo acusador para os professores por serem responsáveis pelos “chumbos”. A educação conheceu, ao longo do ano, discussões em torno da avaliação dos professores (cada vez mais desvalorizados profissionalmente, apesar de as aguarelas “titulares” serem justificadas com o contrário…), dos “rankings”, das avaliações dos alunos, do estatuto do aluno… e aproveitamentos para aprofundar o fosso entre os sistemas público e privado. O ano termina bem, pois, com a ideia propalada por responsáveis ministeriais de que as reprovações terão de deixar de ser aprovadas, assim se salvando a estatística. O problema do saber e das competências, esse continua.
Títulos – Livros é o que não tem faltado em Setúbal nos últimos tempos, a fazer lembrar que a cultura local está de vento em popa. Alguns títulos: Comércio, cidade e projectos de urbanismo comercial, de João Barreta; Medo de ser mais feliz ainda, de Maria Luísa de Barros; Erótica Pornográfica, de J. J. Sobral (pseudónimo). Para 21 de Dezembro, dia da morte de Bocage, está anunciado o volume que reúne as duas obras vencedoras do Prémio Literário Bocage, patrocinado pela LASA, intituladas Livro das alegrias, de Fernando Paulino, e Nas entranhas do mar, de Sara Costa, ambos de poesia.
2008 – O novo ano está à porta. E valerá a pena lembrar algumas possíveis efemérides, a celebrar pelas suas datas “redondas”: 450 anos da morte de Sá de Miranda; 400 anos do nascimento do padre António Vieira e de D. Francisco Manuel de Melo; 250 anos do nascimento do Morgado de Mateus; 150 anos do nascimento de José Leite de Vasconcelos e de Ernesto Condeixa; 100 anos do nascimento de Manoel de Oliveira, de Joaquim Paço d’Arcos, de Avelino de Jesus da Costa, de Mário Martins, de Adolfo Casais Monteiro, de António Lopes Ribeiro, de Francisco Marto e de Vieira da Silva, da morte de Trindade Coelho e sobre o regicídio na pessoa de D. Carlos; 90 anos do nascimento de Max e da morte de Amadeo de Sousa-Cardozo, da batalha de La Lys, do fim da Primeira Grande Guerra e do assassinato de Sidónio Pais; 50 anos da candidatura de Humberto Delgado à Presidência da República e da morte de Afonso Duarte, de Irene Lisboa e de Vasco Santana; 40 anos do francês “Maio de 68” e da saída de Oliveira Salazar do governo; 30 anos da morte de Jorge de Sena, Vitorino Nemésio e Cabral do Nascimento; 20 anos do incêndio do Chiado; 10 anos da “Expo”, da Ponte Vasco da Gama, das mortes de Lima de Freitas e de José Cardoso Pires e da atribuição do Prémio Nobel a José Saramago. Relacionado com Setúbal, temos ainda o centenário da morte de Aníbal Álvares da Silva, autarca em Setúbal e deputado, a quem a cidade ficou a dever vários melhoramentos, e o centenário da inauguração do Casino Setubalense.
Boas Festas – Obviamente. Porque a quadra convida e porque todos precisamos que sejam com coisas boas, sobretudo com sentimentos do melhor.

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