sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Máximas em mínimas (101) - Rosa Lobato de Faria


Depois de ler Os três casamentos de Camilla S., de Rosa Lobato de Faria (1997), seis máximas que dizem muito sobre o que somos.

Prazer - "Os prazeres e a capacidade de os apreciar acontecem desencontrados no tempo. Não se conjugam no momento certo o acto perfeito e a sabedoria da fruição."
Juventude - "Na juventude, com toda a vida pela frente, nunca há tempo. A cabeça foge, ligeira, para outros lugares, os pés partem, ágeis, para outros caminhos. Nunca se está onde se está, nunca se tem o que se tem."
Raiz - "A raiz é o que te está no sangue, o que sentes para lá de tudo o que aprendeste, aquilo que te vem do chão, aquilo que vem das estrelas que te viram nascer." 
Errar - "Porque é que não percebemos que erramos quando estamos a errar e só mais tarde o remorso nos cai em cima com uma força esmagadora e nos amargura o resto da existência?"
Amor - "O amor tardio é o melhor."
Autobiografia - "Nenhuma autobiografia verdadeiramente o é: alindam-se os pecados próprios, ensombram-se os dos outros, corrige-se ou contorna-se a verdade, procura-se uma lógica de crime e castigo que a vida não tem. Não fica claro à luz de que moral nos penitenciamos (...). E, acima de tudo, permitimo-nos apontar o comportamento dos outros, avaliar as suas consequências, julgar."

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