São cerca de duas horas numa viagem por quadros da história de Portugal, apresentados com graça, humor, algum sarcasmo, música e cor, muita cor. É a revista Ó malta da minha terra, levada a cabo pelo grupo de teatro da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, de Azeitão.
Cerca de setenta pessoas, no seu amadorismo e paixão, enfeitam o palco e dão vida a uma história de Portugal “como nunca ninguém ouviu… e, muito menos, viu”, em três dezenas de quadros que vão sendo ligados pelas personagens Luso Manél, Britânico Richard e Nativo Sábado, uma escolha multicultural.
Sendo uma abordagem de história(s) de Portugal, em que o primeiro quadro é a “criação do mundo”, há também a homenagem ao próprio género e à arte dramática, haja em vista a presença do quadro “Molière e a revista” e daquele que fecha o espectáculo, intitulado “Os pais do teatro e a revista”, evocativo de Gil Vicente e de Almeida Garrett.
Alguns números surgem bem achados, pela surpresa, pelo trabalho e pelo relevo, como são os casos dos episódios de Afonso Henriques, da chegada ao Brasil, da padeira de Aljubarrota, da Maria da Fonte, do aeroporto de Beja (este com um cenário repleto de humor, como o da companhia Aero Pias ou a sinalética dos serviços do aeroporto ou o quadro das "xigadas" e das "abaladas") ou do quadro sobre Lisboa (com um belo texto e muito bem transmitido). Pelo meio, porque de uma viagem à(s) história(s) se trata, há também a poesia de Fernando Pessoa e de Camões, que animam o quadro dos Descobrimentos, claro.
O guião e os textos são da autoria de Carlos Zacarias, a direcção musical é de Cristiano Dias. O espectáculo repete hoje, pelas 21h30, na sede da SFPA, e merece bem a visita.
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