quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ainda a história dos livros em Braga, à mistura com uma tela de Courbet

Eis a capa do livro da magna questão que em Braga se levantou neste Carnaval. Trata-se de Pornocracia, de Catherine Breillat (Lisboa: Teorema, 2003). Entretanto, os exemplares apreendidos vão ser devolvidos e já houve quem reconhecesse o erro motivado pelo zelo. E, na edição do Público de hoje, Rogério Alves, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, diz que, quando confrontada com queixas de cidadãos, a PSP “deveria limitar-se a advertir os mais sensíveis que, na ausência de uma norma expressa a proibir a exibição deste tipo de imagens, teriam de se conformar e não se aproximar”. E acrescenta: “a exposição do nu artístico não é ilegal e não pode ser reprimida”. Por seu turno, o deputado António Filipe comentou: "Onde é que já se viu? A PSP apreender livros, porque alguém não gostou da capa? Parece que a PSP presume que é um ilícito. Para além do ridículo que representa do ponto de vista cultural, porque se trata de um quadro mundialmente célebre, há aqui um problema grave de liberdades em que há uma actuação da PSP, que é fiadora de direitos fundamentais".
E por aqui andamos a discutir uma atitude pressurosa em torno de cinco exemplares de um livro que foram apreendidos na Bracara Augusta!... Mesmo que tivesse sido apenas um exemplar, a questão devia ser discutida. Mas manda o bom senso que nem por um exemplar o caso devia ter acontecido!...
Pobre Courbet! Pobre arte! Pobre espírito! Afinal, a saga dos livros proibidos continua. Preocupante é que aconteça hoje!

1 comentário:

Kruzes Kanhoto disse...

Mas lá que a foto tem mau aspecto lá isso tem...aquilo merecia uma aparadela!