sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Memória: João Lúcio (1922-2008)

Há poucas horas, um amigo telefonou-me a dar a notícia do adeus a João Lúcio. Apagou-se a voz de um homem do futebol, da escrita e da divulgação cultural. Fosse aqui, em Setúbal, fosse em Toronto, entre emigrantes, fosse nas páginas dos periódicos desportivos em que participou.
Há tempos que não o via e, no sábado, no café que João Lúcio costumava frequentar, perguntei ao sr. Francisco o que era feito do “nosso” amigo João Lúcio. Que a doença evoluíra, que não saía de casa há uns meses, que estava mal. Fiquei com pena e com a quase certeza de que não voltaria a vê-lo. E lá está: poucos dias depois, o fim.
De João Lúcio guardo na memória algumas conversas, a voz a dizer poemas (sobretudo Bocage, de que gostava muito), a história de amizade que teve com Sebastião da Gama (foram irmãos na doença da tuberculose), uma entrevista para que me convidou há uns anos para falar da cultura em Setúbal, uma tentativa em que estivemos envolvidos para fazer uma história do Vitória, vários momentos de convívio em torno de actividades culturais à beira-Sado, alguns encontros não combinados no “Trigo Real” a meio da tarde. De João Lúcio guardo (e estimo) a memória.
[foto: a partir do livro de Jaime Monteiro (irmão de João Lúcio), Um passado recente (Setúbal: ed. Autor, 2007)]

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