quarta-feira, 27 de junho de 2007

Abertura

Mais um a dizer. É o direito à palavra, à opinião, ao pensar. Às vezes, pensar alto. Como se pode fazer num blog. Outras vezes, andar no nosso tempo, no meu tempo. Sem passadismos, sem passadices. Só isto: neste tempo, de que não se é dono, mas que se vive. E se pensa e se diz e se lembra. O meu tempo nesta hora será constituído pelas notas que a fazem. Quanto ao porquê da escrita, houve uma palavra construída por Urbano Tavares Rodrigues no título de um dos seus livros que sempre buliu: escreviver (cf. Ensaios de escreviver, 1971). Não carece de explicações. E lembro também um pequeno excerto de uma entrevista de Sophia de Mello Breyner, aparecida no JL (nº 135, 05.Fev.1985, pg. 3), a propósito da escrita: "Houve uma fase em que reflecti muito sobre a natureza da escrita. Agora não me interrogo muito sobre o modo, o quê e o como do que escrevo. Vou navegando. Vou encontrando, vou dizendo o que surge e o que faço. Sem dúvida, a palavra é uma forma de não se ser devorado pelo caos, pela confusão, pela contradição e o tumulto, apesar de ter um pacto com tudo isso e de sem isso não atingir a sua plenitude." Também não carece de explicações, tão límpido é o dizer de Sophia!...

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