domingo, 28 de fevereiro de 2010

Memória: João Envia (1919-2010)

Com o desaparecimento de João Envia, ocorrido hoje, Setúbal perdeu um dos seus mais afincados publicistas e divulgadores de histórias.
Natural da freguesia da Anunciada, cedo começou a trabalhar à volta dos livros, numa papelaria, tendo, posteriormente, vindo a criar o seu próprio estabelecimento nesse ramo. Ligado ao movimento associativo, integrou os corpos dirigentes do Vitória Futebol Clube, da Associação de Socorros Mútuos Setubalense, do Clube Naval Setubalense, da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, da Liga dos Combatentes (Setúbal). Colaborador da imprensa escrita, deixou artigos de opinião e sobre história local nos periódicos Distrito de Setúbal, Voz de Palmela, O Setubalense, Correio de Setúbal e O canto dos poetas, entre outros. Da sua bibliografia fazem parte títulos como Defendendo Setúbal (1992), Setúbal do passado e do presente (1994), Crónicas sadinas (1996), Setúbal a princesa do Sado (1997), Setúbal a mui notável (1999), Setúbal a cidade dos leais vassalos (2000), Setubalenses de mérito (2 vols., 2003 e 2008), Setúbal a capital do povo e Elmano Sadino o poeta amoroso (2005) e Poesias sadinas (2009), sempre publicados em edição de autor.

Marcelo Rebelo de Sousa acaba as "escolhas" na RTP hoje

Está anunciada para hoje a última emissão de "As escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa" na RTP 1. Mais uma vez, o programa de comentário político do professor Marcelo Rebelo de Sousa se torna notícia, desta vez mesmo antes de a emissão acontecer.
Louvado por uns, menos querido por outros, a verdade é que uns e outros o ouvem e comentam logo a seguir. Acho piada quando alguns comentadores vão falando na "homilia" ou nas "prédicas" de Marcelo, isto escrito com um ar de enfado ou de ironia, porque me parece que a fidelidade às ditas "homilias" ou "prédicas" ou o que lhe queiram chamar talvez comece logo nesses!
Não custa entender o porquê da fidelidade de tantos ouvintes relativamente aos comentários de Marcelo Rebelo de Sousa, mesmo que não concordem com tudo. O poder de comunicação, a clareza do raciocínio, a simplicidade da linguagem, a credibilidade intelectual, tudo ajuda.
Não me esqueço do que, há cerca de dois anos, se passou na minha escola, quando, a propósito dos 50 anos da Comunidade Europeia, Marcelo Rebelo de Sousa veio para falar com os alunos do ensino secundário. Auditório cheio e, a cinco minutos do início, o professor telefona, dizendo que estava a sair de uma reunião na Universidade que fora marcada de urgência. Demoraria cerca de 50 minutos a chegar. Os alunos foram avisados e... não arredaram pé. Passado o tempo da viagem entre Lisboa e a minha escola - 45 minutos talvez -, o convidado chegou, cumprimentou e falou.
Toda a gente ficou a perceber a história da Europa em pouco mais de meia hora de comunicação. Depois, foram as perguntas. Que choveram, com Marcelo Rebelo de Sousa a sair do lugar reservado à mesa e a vir sentar-se na boca de palco, mais próximo. Os alunos perguntaram sobre política, sobre educação, sobre juventude, sobre o futuro, que línguas deveriam estudar, que cursos deveriam seguir, quase como se estivessem a trocar impressões entre eles ou com alguém que lhes fosse familiar. E Marcelo Rebelo de Sousa respondeu a tudo. Aconselhou, recomendou, comentou, ensinou, despertou.
Quase duas horas tinham passado e ninguém queria sair, apesar de a hora dos autocarros para os alunos regressarem a casa estar a cair. "Bom, já sei, vocês têm que ir embora, mas não querem ir sem uma fotografia comigo, não é? Vamos lá a isso!" E uns quantos, muitos, chegaram ao palco e deixaram-se fotografar com o professor. Depois, começaram a sair. Por vários dias, foram falando daquele encontro e da facilidade com que tudo tinha acontecido, incluindo a compreensão da história da Europa económica e política.
Que dúvidas pode haver quanto à facilidade com que este cativar se exerce, mesmo na televisão?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sebastião da Gama na Vialonga

Ontem, estive na Escola Básica 2, 3 de Vialonga para apresentar Sebastião da Gama a alunos do 9º ano. Houve boas coisas que me impressionaram.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pedro Tamen, "O livro do sapateiro"

Abre com uma citação de Borges que apela para as formas perfeitas responsáveis pelo tempo – “La eternidad está en las cosas / del tiempo, que son formas presurosas”; conclui com a perfeição especular da obra produzida – “Vejo-me no brilho que te dou, / ó espelho das minhas mãos, / fugaz vitória destes dias / últimos.” Assim corre O livro do sapateiro, mais recente título de Pedro Tamen (Alfragide: Publicações Dom Quixote, 2010).
Meia centena de poemas que rodeiam os utensílios, o produto e o canto do artista – a sovela, o martelo, as tachas, a cola, as meias solas, o sapato, o escabelo, a oficina. E que são alimentados pelo olhar que recebe o sal e o sol através de uma janela (de um janelo, mais acertadamente) que ilumina a cave, recanto de produção e de arte, refúgio onde se está “acompanhado / não por quem passa / mas por quem não passa”. Tudo num modelar lento do universo, trabalho de pormenor, “ponto a ponto”, em que a mão desempenha papel primordial, porque corta, cose, prega, dá brilho, numa labuta para dar forma e aformosear. E escrever.
E o poeta encontra-se no seu ofício, oficial que é, na meticulosidade, da construção do poema. Como o sapateiro: “Com minha mão puxo a linha, / junto-lhe a boca a ajudar, / e já não sei qual mais minha: / se a boca se o meu puxar.” O tempo permite o engenho (o jeito do modelar), o pensar (“Que faço eu que faço / senão olhar o que tenho em frente…?”), o afecto e o carinho pelo que se produz (“a obra pequenina que fabrico / no silêncio que a rua me permite”), a chegada à claridade (através da matéria afagada e cuidada) e à escrita (“Acocorado como estava o escriba / … / como ele cumpro destino de invenção, / de leve e não sabida descoberta / do mundo incompleto.”).
E a poesia corre, não fechando portas ao destino ou à morte (“ao cair da noite, / zumbe lá fora algo que não conheço, / será talvez o roçagar das nuvens / ou o ar agitado por um aceno / que me chama para longe deste banco.”). E falando também de essências como são a memória – “A quem deixarei o meu cansaço, / as unhas sujas, as marcas / do martelo falhado, a quem / senão a quem…?” – e a descoberta – “a peça que fugirá / das mãos dos que não merecem / para andar ao deus-dará / num universo de espanto”.
Livro bonito e delicado, em que o poeta se desvenda no ofício de poetar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

E a quem serve esta situação, que, no caso dos professores, vai além dos universitários?

António Guerreiro. "Ao pé da letra - Sobre jornalistas, professores e editores". Expresso ("Actual", pg. 28); 20.Fevereiro.2010.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sobre o controlo dos "media" pela política

«Teoricamente, resta uma opção a Sócrates. Diz-se num parágrafo: "Caros concidadãos: sem prejuízo da presunção de inocência das pessoas em concreto, quero repudiar aqui - no caso de se confirmar - a utilização do meu nome para quaisquer tentativas de compra ou controlo de grupos de media. Nunca dei, pessoalmente - sublinho, pessoalmente, já para não dizer política ou institucionalmente -, quaisquer indicações nesse sentido a Armando Vara, Paulo Penedos ou Rui Pedro Soares. Quaisquer diligências que eles possam ter feito com esse objetivo são gravíssimas e ilegítimas."
Se Sócrates não pode dizer isto - ou se em consciência sabe que não pode dizê-lo, o que deveria ir dar ao mesmo -, deve começar a preparar-se para não afundar consigo o seu partido, o seu Governo e o seu país.»
Rui Tavares. "O fim". Público: 15.Fevereiro.2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

"A lenda da moura encantada", em Setúbal - a não perder!

Corria o século XIV, reinava Afonso IV. Ali para os lados das Fontainhas, em Setúbal, havia uma taberna pertencente a um mouro, que tinha duas filhas, Aldonça e Zuleima, assim mesmo nomeadas entre o A e o Z do alfabeto. Seria um pescador sadino, Afonso de seu nome, tal como o rei, que iria descobrir os encantos de Zuleima (mais uma vez, se juntaria o princípio e o fim, num percurso do alfabeto entre o A e o Z), num amor correspondido. Quem não gostou dos encontros entre os namorados nas Portas do Sol foi o velho mouro, taberneiro e pai, que fez desaparecer a filha, jurando a quem o quis ouvir que ela só apareceria quando na terra acabasse a fome, a inveja e a guerra, coisa impossível já se vê.
Estes foram os ingredientes necessários para um musical de Fernando Gomes, intitulado A lenda da moura encantada, que o Teatro Animação de Setúbal (TAS) está a mostrar no seu Teatro de Bolso, uma história que nasce de uma das lendas de ao pé do Sado, que se situa em Setúbal mas que pode radicar-se em qualquer outro sítio por onde os árabes tenham andado. O texto faz recuar a história ao tempo de D. Dinis, pai de Afonso IV, encenando o milagre das rosas, um pouco para nos remeter para a magia e para nos dar o necessário “era uma vez” que constitui um bom ponto de começo para qualquer história… Depois, assistimos ao desempenho de Célia David, Duarte Victor, Isabel Ganilho, José Nobre, Maria Simões, Maria Sobral, Miguel Assis, Sónia Martins e Susana Brito, que se desdobram em múltiplas e bem conseguidas personagens, misturando lenda com anacronismos, porque… quem conta um conto pode acrescentar um ponto.
Um espectáculo com frescura e imaginação, alegre e conseguido, que nos prende. Um espectáculo a não perder!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Republicana curiosidade

Maria República é nome de mulher em Azeitão

Maria República deve o nome ao avô materno, um republicano convicto que o escolheu para a neta em homenagem aos que a 05 de Outubro de 1910 depuseram a monarquia em Portugal. Maria República Cordeiro nasceu a 02 de Novembro de 1912 e recorda à agência Lusa ter sido o pai da mãe, “o avô Serafim”, quem lhe escolheu o nome. “Porque era um grande republicano e como eu nasci pouco tempo depois da República, quis que eu me chamasse Maria República”, observa.
Aos 97 anos ainda se lembra do avô Serafim, nascido na aldeia de Pinheiros de Azeitão, freguesia de São Simão (Setúbal), tão adepto dos princípios republicanos que quis que a neta ficasse com o nome do novo regime. “A República nunca me disse nada de especial, até porque na altura era muito pequena, mas sempre soube por que me chamo Maria República”, indica esta senhora que aos 97 anos preserva lucidez de memória e de raciocínio. “Eu era tão novinha, queria lá saber da República, queria lá saber de política… mas lembro-me de a minha mãe contar que conhecia uma Natália República em Setúbal que era pelas minhas idades e que também ficou com esse nome por causa do 05 de Outubro de 1910”, acrescenta sorrindo.
Tal como se lembra de ouvir dizer aos mais velhos, “quando ainda era menina”, que a zona de Azeitão e de Setúbal tinha muitos republicanos. E de na família lhe terem falado do congresso do Partido Republicano, que se realizou em Setúbal em 1909.
Apesar dos 97 anos, Maria República, que há perto de 11 anos vive numa casa de repouso na zona de Azeitão, é a pessoa mais lúcida do lar, refere à agência Lusa a directora técnica da instituição. “Sempre foi uma pessoa muito independente e autónoma. Tão autónoma que ao princípio, quando para cá veio com o filho, era uma pessoa difícil”
.
O Emigrante / Mundo Português: 8.Fev.2010

Intervalo (17)

As "Postas de Pescada" da Alzira e o resultado Vitória FC-SL Benfica


Setúbal Life. Setúbal: Pedaços d'Ideias (Associação Cultural), nº 36, 12.Fev.2010

Haiti, 28 dias depois - milagre em busca de vida

A notícia e a fotografia estão na edição online do Público:
«Desidratado e malnutrido - Haiti: homem encontrado com vida quase um mês depois do sismo -Um homem foi hoje retirado com vida dos destroços do sismo que abalou o Haiti no passado dia 12 de Janeiro, quase um mês depois da catástrofe. O sobrevivente sofre de extrema desidratação e malnutrição, mas não parece ter sofrido nenhum traumatismo.»

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sebastião da Gama, 58 anos depois

Sebastião da Gama no Estoril (em 22 de Setembro de 1950)
Foi no dia de hoje de há 58 anos, em 1952, que Sebastião da Gama faleceu no Hospital de S. Luís, em Lisboa, com 27 anos, vítima de uma tuberculose que o acompanhou em grande parte da sua vida. O blogue da Associação Cultural Sebastião da Gama divulga hoje uma bela carta de um dos seus maiores amigos, Luís Lindley Cintra, escrita uma semana depois do desaparecimento do poeta, que dava início ao caminho da memória. Vale a pena ir até lá e lê-la. E, como homenagem, convida-se o leitor a procurar um poema de Sebastião da Gama no dia de hoje...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Máximas em mínimas (56)

Mitos
“Os grandes mitos morrem cedo, morrem na glória, não esperam a decadência, a velhice, o esquecimento. Os grandes mitos não envelhecem, eternizam-se na juventude, na plenitude.”
Ana Ferreira. Carne crua. Parede: Edições Saída de Emergência / Chá das Cinco, 2006, pg. 113.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Jorge Freixial mostra "Bromélias"

Bromélias? É o nome atribuído a uma família botânica pelos inícios do século XVIII, em homenagem ao botânico sueco Bromell (1639-1705), que aloja cerca de 50 géneros e ronda as 3 mil espécies. Resistentes e adaptáveis, vivem sobre as árvores, sobre as pedras ou na terra. Vistosas pela sua cor, são originais acumuladoras de água.
A apresentação destas plantas vem da nota escrita por Jorge Freixial para o seu livro Bromélias (Próximo Capítulo Edições, 2009), álbum que se deixa inebriar pelos matizes destas plantas e pela atenção da objectiva do seu autor, podendo-se ler na capa que elas constituem “uma família botânica a descobrir”.
Em nota introdutória, o autor apresenta-se: não é botânico, nem fotógrafo, gosta de mexer na terra e de proceder aos transplantes entre vasos e rebentos, nos cuidados a ter com as suas bromélias. Gosta de partilhar: “mostro-as porque são belas”, para que o leitor vire admirador, conhecendo alguns dos segredos que as plantas guardam (mudanças de cor e ciclos de vida, odores, néctares, simbologias associadas, origens, etc.).
Um livro que abre com o poema “Sinais de vida”, de Teresa Marques, e expõe fotografias de um mundo que se revela e que até admite a moldura de algumas das fotos, trabalho ajudado pelo formato normalizado das ilustrações e pelas indicações de corte a praticar. Bonitas descobertas!
Jorge Freixial (n. 1961) é professor de artes visuais em Azeitão e integrou já várias colectivas de fotografia.

Política caseira (111) - Socialistas sadinos criticam 100 dias de autarquia

O Setubalense: 05.Fevereiro.2010

Política caseira (110) - Teresa Almeida deixa a vereação sadina e discute-se a paixão ou o seu fim

O Setubalense: 05.Fevereiro.2010

Francisco Assis derrota ideia de rendimentos na net

A notícia que o Diário de Notícias divulgou em primeira página há dois dias sobre a intenção de alguns deputados socialistas quererem que os rendimentos brutos declarados ao fisco de todos os contribuintes fossem exibidos na internet não teve bons resultados. Hoje, na página do DN, pode ler-se o que será um provável desfecho:
«Líder da bancada do PS trava proliferação de projectos 'selvagens' com origem no grupo parlamentar.
"Nunca mais!" De dedo espetado, tanto na passada quarta-feira na reunião da direcção da bancada como ontem numa reunião do plenário dos deputados socialistas, Francisco Assis impôs assim ordem: "Nunca mais" quer ver publicitados nos media projectos da iniciativa de deputados socialistas sem antes os conhecer.
O assunto ocupou ontem uma parte importante da reunião do grupo parlamentar. Pano de fundo: a intenção de três vice-presidentes da bancada (Mota Andrade, Strecht Ribeiro e Afonso Candal) de apresentarem na Comissão Parlamentar de Combate à Corrupção um projecto que tornaria públicos, na Internet, os rendimentos brutos declarados ao fisco por todos os contribuintes.
Assis desautorizou a iniciativa. Disse que enquanto for líder da bancada nunca um tal projecto avançará, pelo menos em nome do PS. Agora só poderá avançar como iniciativa individual de um (ou mais) deputado do PS. Strecht Ribeiro já prometeu que o fará, na Comissão Parlamentar da Corrupção.»

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Espiar o irreal

"Socialistas vão apresentar projecto de 'big brother' fiscal, que coloca 'online' rendimentos brutos de todos os contribuintes - Todos os rendimentos declarados, de todos os cidadãos do País, vão ficar à vista de todos os que quiserem ver, na Internet. Eis, em síntese, o projecto de lei que o PS tenciona apresentar, muito brevemente, na Assembleia da República: tornar públicos todos os rendimentos brutos declarados de todos os contribuintes. Sem o imposto final pago, sem as despesas reembolsáveis (despesas de saúde, educação, etc.), mas com o rendimento bruto anual declarado. E, evidentemente, a identificação do contribuinte. Por outras palavras: acaba-se o sigilo fiscal."
A revelação vem no Diário de Notícias de hoje, que puxa o assunto para primeira página. Mais uma acha para a fogueira da espionagem sobre o vizinho ou sobre o amigo, mais uns números de encher o olho, mais um contributo para saciedade "voyeurista". Medidas como esta demonstram outras ineficácias como demonstram o descrédito em que uma certa forma de fazer política tem a sociedade. Se esta intenção vier a ser lei, o que se vai ver esconderá verdades e alegrará o olho da cobiça (que só vê o que de "bom" há na vida dos outros, mas não pensa no que de menos bom essas vidas albergam). E a corrupção talvez passe a usar sapatos de verniz... Quem zela pela vida privada de cada cidadão?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Memória: Rosa Lobato de Faria (1932-2010)

"Onde vou, pergunto-me, mas a resposta é esta vontade incontrolável de procurar o fundo do rio, o seu leito de areia clara, e aí continuar o meu sono. Mas não consigo alcançá-lo. Há que deslizar mais e mais, penetrar em pequenas grutas onde sei que há monstros em cujas cabeças se abrem leques como cocares de guerreiros índios.
Agora a água é transparente e ao meu lado vogam pétalas de todas as cores. As vozes entoam um cântico mais doce, hipnótico como uma canção de embalar."
Rosa Lobato de Faria. O prenúncio das águas (1999)

Moinho de maré da Mourisca - Futuro?

O Setubalense: 01.Fevereiro.2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sebastião da Gama em blogue

Começou hoje. Chama-se "Sebastião da Gama" e tem endereço em http://sebastiaodagama-acsg.blogspot.com Apresenta-se com saudação de boas-vindas e com um registo de cunho biográfico sobre o patrono - o nascimento e a primeira casa. Vive sob a responsabilidade da Associação Cultural Sebastião da Gama, que integro. Dirá sobre a biografia, sobre a literatura, sobre a bibliografia, sobre as actividades da Associação. Objectivo: divulgar a obra e a pedagogia do poeta da Arrábida. Também lá colaboro.