sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Para a agenda: "Memória da Grande Guerra"



"Memória da Grande Guerra" é a possibilidade de contactar com os registos escritos que muitos dos combatentes portugueses nos fizeram chegar através das suas memórias da participação na 1ª Grande Guerra. Memórias da Flandres, mas também de Moçambique e de Angola, as três frentes em que Portugal lutou. Para a agenda!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Dia da Memória, hoje, lembrado por Esther Mucznik



Hoje, é o Dia da Memória. No Público, também hoje, Esther Mucznik justifica a co-memoração. Lembrar para quê? Para que a História não se repita nunca mais!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O padre Lino Maia e a austeridade

 
«Precisamos de um Estado que pense mais em sobriedade do que em austeridade.» Uma verdade que o padre Lino Maia defendeu em entrevista hoje, nas notícias da Antena 1, ao princípio da tarde. Certo, absolutamente certo! O problema é o das prebendas...
 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Parabéns, Cristiano Ronaldo!

 
 
«Cristiano Ronaldo foi nomeado melhor jogador do Mundo pela FIFA. O capitão da Seleção Nacional conquista a Bola de Ouro à frente de Messi e Ribèry. Cristiano Ronaldo vence depois de quatro Bolas de Ouro seguidas de Leo Messi. O jogador do Real Madrid ganha, assim, a segunda Bola de Ouro depois do troféu conquistado em 2008. Cristiano Ronaldo sumou 27,99% dos votos, contra 24,72% de Leo Messi e 23,36% de Franck Ribèry.» [Fonte: RTP Notícias]
 

domingo, 12 de janeiro de 2014

Aarão de Lacerda e a Grande Guerra



Em 4 de Maio de 1919, na Junta Patriótica do Norte, Aarão de Lacerda proferiu a conferência intitulada “O instante sangrento”, em homenagem aos Aliados. A comunicação passaria a livro, editado em Outubro (Para a filosofia da guerra. Porto: edição de Autor, 1919).
De maneira rápida, dado o propósito do texto, o autor relata o que levou o mundo à Grande Guerra, num percurso pessoal de que não está ausente a sua tomada de partido. Se olha para a cultura alemã com interesse e emoção, o mesmo não dirá da progressão psicológica do povo germânico ao longo dos tempos, como se pode ver na referência feita ao que aconteceu em 1870 e que esteve na origem de conflito entre a França e a Alemanha por causa da Alsácia-Lorena: “Vem 1870 e o alemão tornou-se agressivo e intolerante, envolvendo-se crescentemente numa ambição de mando, de hegemonia, que a dinastia Hohenzollern personalizou inconfundivelmente”.
A história é contada a partir de um retrato psicológico dos contendores, tal como adiante refere: “Vamos compreendendo as causas primárias da guerra consubstanciadas em fortes antinomias psicológicas que extremavam a Alemanha da França e da Inglaterra, o país por excelência do governo representativo.” Nesse percurso, há lugar recorrente para imagens fortes: “A Alemanha tentacular começa a empreender a luta política, ambicionando a conquista dos mercados mundiais em luta aberta com a Inglaterra que ela chamava estado vampiro. Assustava-a o imperialismo britânico, que resolveu combater incessantemente por meio de uma organização artificial que decerto a faria baquear, tão forçada era.”
O uso de referências a poetas e pintores que pela sua arte traçaram quadros de momentos da guerra leva o próprio autor a explorar determinadas imagens, como a do “Mefistófeles transfigurado em Bismarck” que escolhe para pintar Guilherme II, assim traçando um quadro de glória e de poder: “Toda aquela gente da Germânia se sentia próxima dos deuses quando via desfilar ante seus olhos maravilhados as longas revistas militares ao som de acordes marciais e despertivos. O kaiser aureolava-se de um prestígio estranho: era ele o Messias, o futuro senhor do mundo.” E, logo a seguir, a destruição do mito, em antítese, também pelo recurso a imagens intensas: “Por fim, o último acto da guerra veio mostrar que esse chefe invencível dos exércitos germânicos não passava do arremedo ridículo de um Lohengrin ou Parsifal de papelão.”
A evolução do que foi o início da Primeira Grande Guerra apresenta-se rápida, tal como veloz foi o tempo em que o conflito se agudizou, porque “o atentado contra o príncipe herdeiro da Áustria não passou de um simples pretexto para lançar a Europa no embate temeroso” que já vinha sendo temido e anunciado.
Aarão de Lacerda conclui a sua conferência com a invocação do papel corajoso demonstrado pelo povo belga, logo a partir da invasão germânica: “a resposta foi a resistência heróica em defesa da justiça, levando a efeito uma epopeia lendária digna do maior conto épico”, gesto prontamente ajudado por aliados. Mas o olhar do autor sobre a Bélgica enche-se de tristeza e de revolta pelas mortes e pela destruição de obras de arte que os invasores cometeram – construções, pinturas, bibliotecas, num clima de barbárie em que as “lacrimas rerum caíam das ruínas, dos monumentos esfacelados que rangiam em derrocadas sinistras”.
O final da palestra é um apelo à paz e uma incursão na memória – “Recordemos com unção os nossos que se bateram e morreram na batalha de La Lys e em África! A sua lembrança sempre vívida dita-nos um grande dever a cumprir: esquecer os ódios que nos separam e salvar com o nosso trabalho, com a nossa fé, a Pátria ameaçada de tantos perigos.” É que já se apagara “a labareda do inferno”, mas ficara “a saudade dos queridos soldados que lá se consumiram”!
Nesta leitura emocionada do que foi o percurso da Grande Guerra, de que Aarão de Lacerda (1890-1947) foi contemporâneo, ressalta o carácter desumano do conflito bélico, fortemente construído sobre imagens de ambição excessiva por parte da política e sobre imagens de catástrofe e de sofrimento no que aos povos respeita.

sábado, 11 de janeiro de 2014

No dia em que o "Diário" de Sebastião da Gama faz 65 anos...


O dia de hoje é um bom pretexto para a leitura da página que, há 65 anos, Sebastião da Gama escreveu, num gesto inaugural do seu Diário. Estava-se em 11 de Janeiro de 1949. A obra, que só foi publicada em 1958, constitui um dos mais interessantes documentos testemunhais sobre a prática pedagógica. É um modelo, é uma obra de arte. Que a leitura do registo do primeiro dia seja o ponto de partida para a entrada na obra!


Janeiro, 11
Para começar, falou connosco durante uma hora o Senhor Dr. Virgílio Couto[1]. De acordo com o que disse, vão ser as aulas de Português o que eu gosto que elas sejam: um pretexto para estar a conviver com os rapazes, alegremente e sinceramente. E dentro dessa convivência, como quem brinca ou como quem se lembra de uma coisa que sabe e vem a propósito, ir ensinando. Depois, esta nota importantíssima: lembrar-se a gente de que deve aceitar os rapazes como rapazes; deixá-los ser: «porque até o barulho é uma coisa agradável, quando é feito de boa-fé».
Houve nesta conversa uma palavra para guardar tanto como as outras, mais que todas as outras: «O que eu quero principalmente é que vivam felizes».

[1] Virgílio Couto (1901-1972). Professor metodólogo, responsável pelo acompanhamento do estágio de Português de Sebastião da Gama na Escola Veiga Beirão. Nesta altura, era também subdirector da escola (cf. Diário do Governo, de 3 de Novembro de 1948). Foi autor de numerosas publicações de carácter didáctico, desgnadamente: Leituras (1948), Olhai que ledos vão...: a história de Portugal contada na prosa e nos versos dos escritores portugueses (1958) e Mar alto (1961). Alguns dos seus títulos foram adoptados como manuais escolares.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Para a agenda: Sebastião da Gama - um "diário" com 65 anos (e uma conferência a propósito)



O Diário, de Sebastião da Gama, completa amanhã, 11 de Janeiro, 65 anos, isto é, passa esse aniversário sobre o primeiro registo diarístico da obra - em 11 de Janeiro de 1949.
"Para a agenda" deve ficar uma leitura desta obra ou, pelo menos, de um excerto, que pode ser logo o do primeiro dia...
Para assinalar a data, no Museu Sebastião da Gama, em Azeitão, vai haver palestra levada a cabo por Manuela Cerejeira, estudiosa da obra de Sebastião da Gama desde há anos. É pelas 15h00. Aceite o convite.

Um jovem com 85 anos - Tintin



No jornal Le Petit Vingtième nascia, em 10 de Janeiro de 1929, a personagem Tintin, da autoria de Hergé (Georges Remi, 1907-1983). Não era uma história com vinhetas a cores, mas foi a primeira em que Tintin e Milou intervieram - era a primeira aventura do repórter, Tintin au pays des Soviets, que o jornal publicou entre 10 de Janeiro de 1929 e 11 de Maio de 1930.
Quando a primeira história de Tintin acabou, em Bruxelas, na Gare du Nord, houve direito a dramatização da chegada da personagem, com aclamação do público. "Regressava" o herói a sua casa, à Bélgica, tendo mesmo o jovem de 15 anos contratado para fazer o papel de Tintin, acompanhado de um fox-terrier, sido levado à sede do jornal num Buick...
Assim terminava a narrativa, que durou quase um ano e meio e que, na primeira prancha, era anunciada desta forma: "Le Petit Vingtième, sempre desejoso de satisfazer os seus leitores e de os manter ao corrente do que se passa no estrangeiro, acaba de enviar à Rússia Soviética um dos seus melhores repórteres: Tintin! São as suas múltiplas peripécias que desfilarão sob o vosso olhar cada semana. NB: A direcção do Petit Vingtième garante que todas estas fotografias são rigorosamente autênticas, tendo sido tiradas pelo próprio Tintin, ajudado pelo seu simpático cão Milou."
Depois, foi o que se sabe: mais 22 aventuras de Tintin, apaixonando leitores, até 1976.

Para a agenda: José Eduardo Agualusa, "muito cá de casa"



É daqui a um bocado, às 22h00. Na programação "muito cá de casa", na Casa da Cultura, em Setúbal, José Eduardo Agualusa.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Para a agenda: Neste dia, há 261 anos, nascia Luísa Todi



Flores e música para Luísa Todi no seu dia, em Setúbal.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Memória: Eusébio (1942-2014)



A notícia do falecimento de Eusébio da Silva Ferreira deixa a tristeza. Eusébio foi herói e foi mito, foi um símbolo e imagem de Portugal, foi ícone do futebol. Daí o reconhecimento que teve: em estátua, em livro, em cerimónias, na filatelia. Daí o reconhecimento que terá na nossa memória.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Da língua portuguesa - Um título que diz o contrário do que pretende transmitir



A notícia é de hoje e pode ser lida aqui. Tudo correria bem se não fosse o caso de o título contradizer a informação que quer dar... Com efeito, a notícia refere que "o programa Boas Práticas de Governação nos Cuidados de Saúde Primários (...) distingue casos de sucesso nos cuidados primários às pessoas que não podem ou não conseguem dirigir-se a um centro de saúde".
O que o título diz é que os Centros de Saúde vão contra os doentes... ideia depois repetida no primeiro parágrafo.
A redacção das notícias deveria obedecer a um livro de estilo que não permitisse estas faltas. De facto, "ir de encontro a" significa "ir contra", enquanto "ir ao encontro de" implica a tal aproximação que o título queria enaltecer. Assim, afigura-se ridículo: Centros de Saúde distinguidos por estarem contra os doentes!!!

Quando o sol se põe para as bandas do Cabo Espichel...



A propósito do postal colocado ontem, contendo uma fotografia feita no Cabo Espichel por uma visitante viguense, o amigo Quaresma Rosa fez-me chegar duas imagens do pôr do sol no mesmo sítio. Aqui as deixo, porque valem a pena.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Cabo Espichel em fotografia premiada pelo "El País"



Carolina Guimerans Arce é galega, de Vigo, e visitante de Portugal, destacando no nosso país a visita à Arrábida. Foi exactamente a passagem pela região arrabidina que lhe proporcionou o prémio de fotografia El País / Aguilar, ao ter retratado Lola, sua filha, no Cabo Espichel, num espectáculo de entardecer.
A notícia pode ser lida aqui e aqui.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Para a agenda: Rui Zink em Setúbal



A programação "Muito cá de casa", levada a cabo pelo José Teófilo Duarte, inicia o ano na Casa da Cultura com a presença de Rui Zink, professor, escritor, pensador e leitor do mundo. Dia 3, pelas 22h00. Para a agenda!

Para a agenda: Concertos de Ano Novo em Azeitão



Em Azeitão, os concertos de Ano Novo marcam presença entre 3 e 12 de Janeiro. Uma boa maneira de começar o ano. Diversificado, atractivo. Para a agenda!

Efemérides 2014


O ano de 2014 é marcado pelo centenário do início da Grande Guerra (28 de Julho de 1914), vulgarmente conhecida como Primeira Guerra Mundial, acontecida na sequência do assassinato do arquiduque Francisco Fernando de Áustria, ocorrido um mês antes em Sarajevo (28 de Junho de 1914), e pelo 40º aniversário da “Revolução dos Cravos”, em Portugal, em 25 de Abril de 1974.
Assinalando centenários de nascimentos de figuras destacadas, o ano de 2014 verá passar os de escritores como William S. Burroughs (5 de Fevereiro), Álvaro Salema (11 de Março), Octávio Paz (31 de Março), Marguerite Duras (4 de Abril) e Julio Cortázar (26 de Agosto); o do pensador jesuíta Lúcio Craveiro da Silva (27 de Novembro); os dos artistas Dorival Caymmi (30 de Abril), Maria Keil (9 de Agosto) e António Dacosta (3 de Novembro).
Relativamente ainda a nascimentos com celebrações “redondas”, poderão ser recordados 620 anos do infante D. Henrique (4 de Março de 1394), os 500 anos de Frei Bartolomeu dos Mártires (Maio de 1514), os 450 anos de Galileu (15 de Fevereiro), os 140 anos de Churchill (30 de Novembro de 1874), os 120 anos de Florbela Espanca (8 de Dezembro de 1894) ou os 90 anos de Sebastião da Gama (10 de Abril de 1924), António Ramos Rosa (17 de Outubro de 1924) e Alexandre O’Neill (19 de Dezembro de 1924), passando ainda neste ano os 90 anos do nascimento de Fernando Campos (23 de Abril de 1924) e de Mário Soares (7 de Dezembro de 1924).
Da vida se libertaram outros nomes, acontecimento sobre que passam também aniversários “redondos” em 2014, alguns deles correndo o risco de esquecimento: 2000 anos da morte de Augusto (19 de Agosto de 14), primeiro imperador romano; 490 anos da de Vasco da Gama (24 de Dezembro de 1524), descobridor; 90 anos da de Kafka (3 de Junho de 1924), escritor; 50 anos da de Daniel Filipe (6 de Abril de 1964), poeta; 40 anos das de Ferreira de Castro (29 de Junho de 1974) e Branquinho da Fonseca (7 de Maio de 1974), ambos escritores; 30 anos das dos poetas Raul de Carvalho (3 de Setembro de 1984) e Pedro Homem de Mello (5 de Março de 1984) e do professor e ensaísta Jacinto do Prado Coelho (19 de Maio de 1984); 20 anos da do pensador Agostinho da Silva (3 de Abril de 1994); 10 anos das dos poetas Sophia de Mello Breyner Andresen (2 de Julho de 2004), Emanuel Félix (14 de Fevereiro de 2004) e José Augusto Seabra (27 de Maio de 2004).
Efemérides ainda importantes são os 150 anos do jornal Diário de Notícias (29 de Dezembro de 1864) ou os 100 anos da criação da União Portuguesa de Futebol (31 de Março de 1914, mais tarde – a partir de 1926 – designada Federação Portuguesa de Futebol). Lembrando datas “redondas”, podemos ainda mencionar (nunca será em excesso pelo que os dois acontecimentos significaram) os 70 anos sobre a primeira utilização da câmara de gás de Auschwitz e sobre o gesto do cônsul português em Bordéus, Aristides Sousa Mendes, de começar a passar vistos a refugiados, contrariando as ordens do governo português.
Se perspectivarmos 2014 em função de Setúbal, vários acontecimentos podem ser memorados: 500 anos sobre a atribuição do foral novo a Setúbal por D. Manuel I (27 de Junho de 1514); 150 anos sobre a colocação da lápide na casa em que se presume que tenha nascido Bocage (a cargo de uma comissão presidida por Manuel Maria Portela, em 10 de Abril de 1864); 150 anos sobre os nascimentos de José Maria Rosa Albino (8 de Março de 1864) e de Paulino de Oliveira (22 de Junho de 1864), sendo que este último viria a falecer em 1914 (13 de Março), acontecimento sobre que passa o primeiro centenário. Um século passa ainda sobre a nomeação de João Vaz para director interino da Escola de Desenho Industrial Gil Vicente, em Setúbal, que, nesse 1914, iniciou o curso de comércio, passando a designar-se Escola Industrial e Comercial de Gil Vicente; 50 anos sobre a reabertura do Hotel Esperança no actual edifício (28 de Março de 1964); 25 anos sobre a inauguração do busto de Francisco Sá Carneiro (10 de Junho de 1989).
Em Palmela, pode também ser assinalado o ano de 2014 como o da passagem do centenário sobre a criação de um movimento de cidadãos (5 de Abril) visando a restauração do concelho de Palmela, que estava incluído no de Setúbal desde 1855 (e só se autonomizará em 1926) e o dos 150 anos da Sociedade Filarmónica Humanitária (8 de Outubro).
OBS.: Este postal teve a colaboração de António Cunha Bento, que agradeço.